Em uma análise a 23 dias do início da campanha, e a 56 da nova eleição, o Seguinte: lista 10 fatores, por se tratar de política voláteis mas indicativos, que favorecem a reeleição de Marco Alba (PMDB) no ‘veraneio das urnas’
1.
VOLUME DE OBRAS
Obras estão sendo inauguradas quase que diariamente, principalmente na saúde, com a UPA da parada 74, a unidade de saúde São Vicente, a Farmácia Municipal, além de quatro creches e, até a eleição, talvez uma centena de ruas asfaltadas.
Ao fim, não é simpatia ou ideologia que ganha eleição. O eleitor quer resultados.
– É a economia, estúpido! – como dizia a célebre frase de James Carville, o famoso marqueteiro de Bill Clinton.
E, com o ‘veraneio das urnas’, Marco ganhou cinco meses a mais para convencer o eleitor de que a casa foi colocada em ordem, os salários foram pagos sempre em dia e as obras só não aconteceram antes devido à ‘herança maldita’ dos governos petistas e a crise nacional.
2.
ELEIÇÃO CURTA
Um campanha de 33 dias beneficia quem tem mais assentado o tripé candidato conhecido + estrutura partidária (exército de cabos eleitorais nas ruas) + recursos para campanha.
3.
EXPECTATIVA DE VITÓRIA
O estado anímico dos políticos e CCs da base de Marco é outro. Depois do susto de perder a Prefeitura, que para muitos significa um bom emprego, os sorrisos voltaram e há clara expectativa de vitória na base do governo.
Ganhador da votação válida da eleição de 2 de outubro, é Marco que parte de 33.420 votos que, poucos contestam, são sólidos, votos dele, talvez conquistados num momento de menos popularidade que hoje.
Vereadores, como não se viu durante o ‘primeiro turno’, viraram entusiasmados garotos propaganda do governo nas ruas e pelo facebook, e outros antes tímidos apoiadores não deixam crítica sem resposta nas redes sociais.
Mais: sem eleição casada, candidatos a vereador que antes podem ter feito campanha apenas para si, liberando o eleitor para votar em quem quisesse para prefeito, agora revelam o lado até se ficarem em casa.
4.
A CANETA NA MÃO
Foi preciso mover um Itacolomi na articulação política, mas Marco garantiu a seu grupo político a manutenção do comando da Prefeitura da terceira economia gaúcha, seus contratos, fornecedores e estrutura de cargos. Com Nadir Rocha (PMDB) como ‘camerlengo da Sé vacante’ até a eleição de 12 de março, a caneta permanece com Marco.
5.
MAIORIA NA CÂMARA
O comando da Presidência da Câmara, com Alex Tavares (PMDB), além de toda a mesa diretora ligada ao governo e uma maioria de 12, entre 21 vereadores, pelo menos até o 12 de março garante estabilidade na nova legislatura 2017-2020.
6.
ADVERSÁRIOS DIVIDIDOS
A esquerda, como nos anos 50 eternizou o irônico comunista Mario Lago, "só se une na cadeia".
A campanha começará com a mesma divisão: PDT, PSB, PT, PSOL e PSTU terão candidaturas próprias.
Mesmo fora da disputa maior, PT, PSOL e PSTU somaram 5.064 votos no 'primeiro turno'.
Pouco frente aos 182.696 eleitores aptos a votar em Gravataí, mas menos do que isso decidiu a eleição entre Daniel Bordignon e José Mota em 1996.
7.
INCERTEZA INIMIGA
Há incertezas e dificuldades nas principais candidaturas adversárias. Rosane não é Daniel. Só um fenômeno de transferência de popularidade do ‘Grande Eleitor’ poderia segurar com ela os 45.347 votos recebidos pelo marido Daniel Bordignon no ‘primeiro turno’.
Já Anabel é uma incógnita. Dos 40.043 votos de 2012, quando disputou a Prefeitura pela primeira vez, caiu para 25.756 em 2016, ficando em terceiro lugar na eleição.
8.
ADESÕES DOS OUTROS
Adesões do PSD, como o médico Alberto Rebelato, a empresária Zete Blehm, o administrador Elton Ferreira, o comunicador e vereador por um ano José Marques e outros já acertados nos bastidores, além de engordar o exército da reeleição, fragilizam a campanha de Anabel, que tem como vice o vereador Dilamar Soares de um partido em aparente queda livre.
9.
A VOLTA DE PINHO
Com a volta de Francisco Pinho e seu PSDB, Marco pode botar na conta pelo menos parte dos 15,5 mil votos feitos pelos candidatos a vereador de PSDB, PEN e PTN, partidos sob influência do ex-vice-prefeito, que no ‘primeiro turno’ tinha indicado Beto Pereira companheiro de chapa de Anabel.
10.
O FATOR DR. LEVI
Aqui, provavelmente o principal movimento de Marco: a anulação do ‘fator Dr. Levi’.
Ainda há expectativa sobre uma subida do médico ao palanque da reeleição, mas só por não concorrer permite a Marco crescer em cima de um eleitorado considerado de seu campo político.
Unidos, Marco, Pinho e Levi venceram as eleições de 2012 com 51.283 votos.
Guardem suas paixões
Como a política progride enquanto dormimos, e teremos ainda muitos tiros partindo de lábios aldeia afora, é apenas um exercício de leitura do cenário eleitoral, uma análise do momento.
Só em 12 de março saberemos quem melhor aproveitou a paixão dos outros.