Dos mais de mil policiais militares recém formados, 100 PMs devem estar nas ruas de Gravataí, Cachoeirinha e Viamão a partir da próxima segunda-feira.
O comandante do 17º BPM Vanderlei Padilha disse há minutos ao Seguinte: que ainda aguarda uma confirmação do comandante-geral da BM, coronel Andreis Dal'Lago, mas mantém a expectativa de que até 40 novos brigadianos batam continência segunda para ajudar os apenas 25 PMs por turno que policiam os 463,5 km² de território de Gravataí.
Em Cachoeirinha, a projeção é de 20 PMs. Em Viamão, 40.
– Mesmo com dificuldades, nunca prendemos tanto. Aqui em Gravataí eles não vão se criar – adverte o tenente coronel, com uma experiência de quase uma década no comando da BM do terceiro maior PIB do Estado, e que com apenas 1 PM para cada 10 mil habitantes tem que enfrentar uma guerra do tráfico entre Bala na Cara, Manos e V7 que faz com que a média de assassinatos chegue a um a cada três dias.
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Faltam 352 policiais
Os PMs chegarão num momento em que os cálculos dos órgãos de segurança de Gravataí apontam um déficit de 352 policiais, entre militares, civis, bombeiros e rodoviários. Só a Brigada perdeu 100 PMs somente no passado e, com aposentadorias, perderá pelo menos outros cinco este ano e mais 21 entre 2018 e 2019. O 17º BPM, que já teve 281 PMs no pré-GM, hoje tem 187. O ideal seriam 464. Tirando da conta os brigadianos que estão nas patrulhas, outros 86 se dividem em serviços administrativos de função exclusiva para militares, como a central de rádio, a distribuição de armas e a guarda do quartel, por exemplo. 16 PMs também precisam cobrir Glorinha, sob a jurisdição de Gravataí.
Na Polícia Civil, a expectativa é por se transformar em contratações o concurso público de 6,1 vagas para a área da segurança, anunciado pelo governador José Ivo Sartori dia 4. Em Gravataí, há um policial para atender 1,8 mil ocorrências. Para fazer frente, cada agente teria que resolver cinco queixas por dia, sete dias por semana, durante um ano. O cálculo do delegado regional Volnei Fagundes é de que uma média aceitável é de um policial para 250 ocorrências.
Descontando delegados, plantonistas e o serviço administrativo, não há mais de 40 PCs nas ruas. Entre 1ª DP, 2ª DP, Delegacia de Homicídios e Delegacia de Pronto Atendimento, há apenas 76 policiais civis, de um mínimo necessário de 114 e um ideal de 151. Na comparação com a média dos municípios gaúchos levando em conta os 5 mil PCs na ativa, deveriam estar lotados em 124 em uma Gravataí que registra os maiores índices de homicídio e roubo de veículos da região metropolitana, além de mais da metade do número de assassinatos e de roubos que Porto Alegre.
– Nem na Brigada, nem na Civil é um problema que se resolve pensando só em Gravataí. É preciso mais policiais em toda região, porque além de grandes áreas rurais de esconderijo, temos duas RSs e uma BR que facilitam o acesso e fuga dos criminosos – observa o delegado.
No cálculo da falta de profissionais da segurança, incluem-se ainda a falta de 23 bombeiros para completar um efetivo de apenas 19, e policiais rodoviários, que entre somente 16 dividem-se em apenas duas guarnições por turno nas ruas.
Só para se ter uma ideia, a Guarda Municipal, com os novos 41 agentes chamados pelo prefeito Marco Alba em abril, chega a um efetivo de 240 homens e mulheres, quase os mesmos 263 de toda a Brigada Militar e Polícia Civil de Gravataí.
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