Printe & Arquive na Nuvem.
A política é um ouroboros. Natural que, mal comece um governo, já se arquitete a sucessão. Em Cachoeirinha, Maurício Medeiros será o candidato de Miki Breier, prefeito reeleito.
A novidade é outra.
O vice-prefeito também reeleito não vai confirmar ainda, mas vai trocar o MDB pelo PSB, partido de Miki, para concorrer à Prefeitura em 2024.
O projeto começa em 2022, quando Maurício concorrerá a deputado estadual buscando recuperar a cadeira que foi de Miki por uma década, até renunciar para assumir como prefeito em 2017.
Além de a nova casa – uma 'mansão' por ser partido do prefeito e o maior da base de governo – facilitar sua confirmação como candidato à Prefeitura, Maurício sabe que é mais fácil ser eleito para a Assembleia Legislativa pelo PSB que pelo MDB.
O último emedebista eleito foi Sebastião Melo, com 34.881 votos. O primeiro suplente, Carlos Burigo, recebeu 34.322 votos. A segunda, Patrícia Bazzotti Alba, 33.390. Já Dalciso de Oliveira foi eleito pelo PSB com 26.765 votos.
Os sinais de que o ‘Projeto Maurício’ já está em curso até neófitos da política percebem. Não há solenidade em que não esteja presente. Fala Miki, fala Maurício. É troca de elogios certa. É uma admiração que não muda quando nas conversas privadas com políticos. Na apresentação online do novo secretariado, estava ao lado do prefeito, os dois com as primeiras-damas. Da campanha até hoje, no perfil do prefeito no Facebook há tantas fotos do vice quanto dele.
Maurício é o que se chama de ‘candidato natural’. Nunca coube naquela máxima de que “o ócio faz o vice”. No primeiro mandato saiu tanto quanto Miki do ar condicionado dos gabinetes para andar pela cidade. Ex-prefeito e com milhagens POA-BSB, foi o embaixador de Cachoeirinha em Brasília. Nas reuniões do secretariado sempre foi voz forte.
Como no time de Miki um dos titulares incontestáveis é Nilo Moraes, chefe de gabinete do novo governo, e ele é presidente e chefão do MDB, talvez a estratégia já esteja até combinada com os russos e o partido aceite a saída de Maurício sem estresse.
Ao fim, Miki faz e fará diferente com Maurício do que lhe fez Daniel Bordignon, em Gravataí. Sem avançar nos motivos mas, quando vice, terminou o governo tendo como delegação de poder pelo prefeito não mais do que uma cadeira no cemitério.
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