Os próximos 21 dias serão decisivos para Miki Breier (PSB). O Ministério Público estadual pediu a prorrogação por mais 180 dias de seu afastamento da Prefeitura de Cachoeirinha. Se não for aceito pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ), o prefeito eleito retorna ao cargo em 1º de abril.
O prefeito eleito em 2020 está afastado desde 30 de setembro com base em investigações do MP nas operações Proximidade e Ousadia, que o apontam como chefe de uma organização criminosa que envolveria políticos, funcionários públicos e empresários em corrupção em contratos de limpeza urbana.
As supostas provas, ainda em segredo de justiça, e a defesa, reportei em artigos como As supostas provas secretas anexadas ao impeachment em Cachoeirinha; 20 milhões bloqueados, códigos da propina e o ’Fundo de Investimentos Miki’ e EXCLUSIVO | Miki pede recondução à Prefeitura de Cachoeirinha; É absolutamente inocente, diz defesa ao pedir anulação de denúncias sobre ’mesadão do lixo’.
Os promotores não falam, conforme a assessoria do MP. Mas a argumentação para o pedido de prorrogação do afastamento é a necessidade de conclusão da operação Ousadia, que estendeu as supostas relações da orcrim, que na Proximidade citava a empresa SKM, também para Eppo e Urban, em um suposto crime continuado praticado pelo prefeito.
A defesa de Miki, que não retornou contato, aguarda resposta a pedido de HC apresentado junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o primeiro pedido de afastamento, como reportei em Miki tenta habeas corpus para voltar à Prefeitura de Cachoeirinha.
Dos Grandes Lances dos Piores Momentos para Miki é que o desembargador Aristides Pedroso de Albuquerque Neto, que era o relator no TJ, aposentou-se nesta segunda-feira.
Se um novo relator não for definido até o dia 30, a decisão sobre o pedido de prorrogação do afastamento cabe ao presidente da 4ª Câmara.
Ouvi advogados que, sob condição de anonimato, consideram o mais provável a renovação do afastamento, principalmente a partir da aposentadoria do atual relator.
– De zero a 10 – perguntei a um.
– 10 – foi a resposta.
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Ao fim, se o impeachment deve mesmo restar morto na Câmara, como analisei em Um minuto de silêncio para o impeachment de Miki que está morto, Miki complica-se na justiça. É hoje um Walking Dead político. Um novo afastamento até setembro seria um tiro na cabeça.
Não sou daqueles que permitem aos políticos apenas a presunção de culpa, mas inegável é que, culpado ou inocente, Miki resta condenado no Grande Tribunal das Redes Sociais.
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