opinião

3 de Gravataí cotados para governo Bolsonaro; ninguém ainda lá

Evandro Soares em visita a Onyx Lorenzoni, atual chefe da Casa Civil de Bolsonaro

Pelo que o Seguinte: apurou, pelo menos até esta sexta, nenhum gravataiense foi nomeado para algum dos 99.416 cargos, funções ou gratificações à disposição do governo Jair Bolsonaro (PSL).

Os nomes mais especulados são do vereador Evandro Soares (DEM), da primeira-dama Patrícia Alba (MDB) e do ex-deputado federal Jones Martins (MDB).

Ninguém confirma, o que é normal na política. Mas vamos aos porquês. Começando pelo último.

Jones, além do ano e dois meses como deputado federal e integrante do primeiro time da defesa do ex-presidente Michel Temer, o que abriu caminhos ao centro do poder em Brasília, tem experiência como assessor especial do ministro da Saúde do governo Dilma Rousseff, Alberto Beltrame, e também como conselheiro do Grupo Hospitalar Conceição.

O advogado é cotado para trabalhar junto ao número 2 do Ministério da Saúde, o gaúcho João Gabbardo, companheiro de MDB e ex-secretário do governo José Ivo Sartori. Outra possibilidade é Jones voltar ao GHC, em alguma diretoria.

Patrícia fez 33.390 votos e ficou na segunda suplência da Assembleia Legislativa. Com o emedebista Juvir Costella assumindo a Secretaria de Transportes do governo Eduardo Leite, a esposa do prefeito Marco Alba é hoje a primeira suplente do partido. Na eleição de 2018, uma de suas principais dobradinhas no interior do Rio Grande do Sul foi com Osmar Terra, deputado federal reeleito e ex-ministro de Temer, que comandará novamente o Ministério do Desenvolvimento Social. A advogada é cotada para assessora o gaúcho na pasta, que no governo Bolsonaro também funde Esporte e Cultura.

No balanço das forças partidárias, Terra e Marco Alba jogam juntos dentro do MDB estadual e já olham para o Palácio Piratini em 2022.

 

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Evandro Soares é o oficial de ordens de um general da mais alta patente no exército político de Bolsonaro: Onyx Lorenzoni. Por articulação do hoje ministro chefe da Casa Civil, o vereador de Gravataí foi lançado a vice-governador na chapa de Luis Carlos Heinze (PP), eleito senador mais votado e que, se não tivesse a candidatura abortada pela direção do partido para indicação de Ana Amélia Lemos ao vice de Geraldo Alckmin, tinha grandes chances de ser governador, como mostraram votações puxadas pela onda bolsonarista Brasil afora.

Como plano B, Onyx colocou Evandro como suplente de Carmen Flores. A candidata a senadora do PSL de Bolsonaro fez 41.441 votos em Gravataí. Só perdeu para Heinze, 41.558. Onyx foi o terceiro federal mais votado na cidade: 6.232, atrás dos 15.061 do gravataiense Jones Martins (MDB), dos 6.800 do ‘estrangeiro’ Marcel van Hattem (Novo) e à frente de outro local, Rodrigo Galatto (PPS), 6.107. Evandro também integrou também a coordenação da campanha presidencial no Rio Grande do Sul. Em Gravataí, foi o primeiro político a abraçar a candidatura de Bolsonaro – com as conseqüências boas e ruins, para sua trajetória até àquele momento manifesta por um comportamento conciliador e ideologia mais centrista.

Farmacêutico, Evandro estava na lista para superintendência do Conceição e seu orçamento próximo do bilhão, o terceiro maior do RS na área da saúde, atrás apenas das secretarias estadual e municipal de Porto Alegre, e sobre o qual Onyx quer influência, como tinha outro gaúcho, Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil de Temer. Mas a nova Lei das Estatais veta que candidatos sejam indicados para a superintendência nos 36 meses subsequentes às eleições.

Com o veto, Onyx convidou o vereador para ser seu assessor, em Brasília, onde faria a interlocução do gabinete com prefeitos e políticos. Não precisaria renunciar, apenas se licenciar da Câmara, abrindo espaço para a primeira suplente Selma Fraga. Mas, aos 44 anos, mais do que um bom salário na capital federal, Evandro prefere ficar no RS, já que sonha com uma candidatura a prefeito ou vice em 2020 – caso, claro, como os colloridos de 89, o bolsonarismo não seja abatido até as próximas eleições municipais pelas expectativas que cria nos seus seguidores e simpatizantes.

Se não for para Brasília, ou escalões menores no GHC, onde também não precisaria renunciar o mandato como vereador, seu destino então deve ser o comando estadual do DEM, onde é vice de Onyx.

 

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Nas especulações durante a eleição, escrevi:

 

O leitor deve estar se perguntando:

– Mas e os representantes da antipolítica, antes anônimos, hoje mais famosos, que em Gravataí fizeram campanha para Bolsonaro nas ruas, carreatas, carros de som, lojas, Parcão e redes sociais?

Muito provavelmente, o mecanismo seguirá o mesmo dos últimos quinhentos anos. A política vai tirar as ‘crianças’ da sala.

 

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