Se o MDB do prefeito tem em Clebes Mendes o ‘Bolsonaro da Aldeia’ – alcunha que o temperamental presidente da Câmara ganhou do Seguinte: e, por verossímil, colou, devido ao seu comportamento lembrar o do presidenciável, que em junho de 2016 chegou a ligar para o gravataiense ao saber da ‘homenagem’ em relato feito pelo deputado federal Jones Martins – há na base do governo Marco Alba, guardadas as proporções das estrelas, um ‘Mourão da Aldeia’.
É o vereador Bombeiro Batista que, apesar de estar no primeiro mandato, só por ser militar já na entra na lista de nomes especulados para concorrer à Prefeitura em 2020, na Gravataí que deu sete em cada 10 votos para o bolsonarismo – e tudo que ele traz de ruim e, vamos lá, de bom também.
Por que colocar Bombeiro como alvo do Grande Tribunal das Redes Sociais, onde endeusadores de políticos não gostam de comparações com seus mitos? É que o parlamentar que trocou a carreira militar, seus bons salários, aposentadorias e pensões vitalícias pela política, pode ser uma aposta do PSL de Jair Bolsonaro.
Como não tem nada de burro, Bombeiro despista:
– Não tem nada disso. Mas se tu quer saber, no PSD não fico – respondeu há pouco ao Seguinte:, após ser consultado pelo jornalista receber a enésima fofoca de que o partido do presidente seria seu destino daqui a um ano, na janela que permite a troca sem perder o mandato por infidelidade partidária.
O insípido, inodoro e incolor PSD, para quem não sabe, é o partido de Dimas Costa, colega de Câmara de Bombeiro e, candidato mais votado na cidade nas eleições de 2018, quando concorreu a deputado estadual, candidatíssimo a prefeito como oposição ao governo. Bombeiro, talvez pelo respeito às hierarquias, não é um conspirador: é fiel ao batalhão de Marco Alba, do qual faz parte.
– Penso na reeleição como vereador, mas se cair no colo… – sorri, sobre uma eventual candidatura a prefeito ou vice em 2020, aquele que é o vereador com mais projetos, 14, entre eles a antenada proposta de acabar com os canudos poluentes, e demonstra força junto ao prefeito, já que é um dos únicos da base a indicar um subprefeito em seu reduto eleitoral, a Neópolis, no ‘Grande Itacolomi’.
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Ok, mas ‘Mourão’ por quê?
Simples, como efeito comparativo para o leitor entender: na comparação entre milicos, Bombeiro está mais para Mourão do que Bolsonaro. Comunga daquelas críticas aos ‘comunistas’ (mesmo que ninguém aponte um zumbi de verdade, emerso de tumbas ancestrais e pisando mais forte com a canhota em solo brasileiro) e demonstra preocupação com a ‘destruição da família’, mas não sai por aí berrando ou postando grosserias e ameaças no Facebook, ou mesmo cometendo molecagens como comemorar a renúncia de alguém eleito pelo povo.
Pelo contrário: como Hamilton Mourão, o general vice-presidente da República, é cordato e demonstra noção do cargo que ocupa – mesmo que muitos considerem representantes do legislativo (o poder que, devido aos critérios de proporcionalidade, traduz 100% dos votos de cada lugar) nada mais que o conteúdo da bolsa que acompanha Bolsonaro.
Enfim, Bombeiro é o político-militar de Gravataí. E, por isso, aos que ainda não conhecem seu dedicado trabalho, e como a farda é também uma credencial destes tempos, é apresentado neste artigo.
Bom que não é adepto do ‘prendo-e-arrebento’ – que hoje parece até mais comum aos civis, literalmente ou nas trincheiras covardes das redes sociais.
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