José Stédile será o secretário de Obras e Habitação do futuro governo Eduardo Leite (PSDB). Melhor notícia para Cachoeirinha e Gravataí, impossível. O deputado federal, que não conseguiu a reeleição para o terceiro mandato, foi prefeito de Cachoeirinha entre 2000 e 2008 e sempre fez votações expressivas em Gravataí. É uma liderança regional articulada e bem relacionada.
– Cachoeirinha e Gravataí terão toda atenção possível – confirmou o também presidente do PSB gaúcho, após sair da reunião onde o partido escolheu seu nome por unanimidade para compor o governo, onde os socialistas, além de manter a pasta, hoje com o ex-chefe de gabinete de Stédile Rogério Salazar, terão o comando da Emater e cerca de 200 cargos em escalões mais baixos.
Mas vamos ao mais importante: Stédile estará no centro do governo, espaço em que o PSB não conseguiu entrar na gestão de José Ivo Sartori (MDB). É a garantia de que a duplicação da RS-118 estará sempre em pauta nas reuniões com o futuro governador.
– A 118 é prioridade, sem dúvida. Tanto para o governador, como já falou na campanha, quanto para mim, que conheço como ninguém a importância da obra – argumenta aquele que será o primeiro secretário estadual de Obras da história de Cachoeirinha e ocupa a mesma secretaria que o hoje prefeito de Gravataí, Marco Alba (MDB), ocupou no governo Yeda Crusius (PSDB) entre 2008 e 2010 e acelerou as obras, principalmente num dos principais entraves, que eram as desapropriações.
Além de ex-prefeito de Cachoeirinha, onde fez Vicente Pires o sucessor por dois mandatos, e foi o principal cabo eleitoral da eleição de Miki Breier em 2016, Stédile também é garantia de uma interlocução com Marco, em Gravataí. E aí pode avançar a liberação dos recursos do convênio da prefeitura com o governo do estado para construção do trevo da 103 da RS-030, na entrada do loteamento Breno Garcia, a ‘cidade de 10 mil pessoas dentro de Gravataí’, e parte do asfaltamento da Artur José Soares, parte da ‘Rota Turística’ que ligaria o aeroporto Salgado Filho à Freeway, 030, 020 e Serra gaúcha.
LEIA TAMBÉM
OPINIÃO | 118 não fica pronta nem ano que vem
Stédile confidencia que, se ao partido coubesse outra secretaria, não aceitaria o convite.
– Há funções para a qual é preciso experiência. Para Obras, tenho o perfil, tanto por ter sido prefeito, quanto por ter rodado todo o estado como deputado – resume aquele que é um dos políticos que mais viajou pelo interior gaúcho.
– Comprei um carro zero em 2014, na reeleição, justamente para essas viagens. Hoje está com 200 mil quilômetros.
LEIA TAMBÉM
BIOGRAFIA | Stédile, em primeira pessoa
Politicamente já havia relação entre Stédile e Leite. Há mais de um ano, já tinham conversado sobre uma aliança. Porém, em 2018, com a concordância do próprio Stédile, o PSB optou por manter a parceria com Sartori.
– Procurei ouvir as bases e havia divisão entre candidatura própria e apoios a Leite, Sartori e Jairo Jorge. Ao fim, o partido tomou uma decisão. Mas talvez a relação construída, a partir de visões semelhantes para fazer o estado crescer, tenha facilitado o convite. O principal é que o PSB quer e tem como ajudar o Rio Grande do Sul a sair da crise. E o futuro governador nos garantiu influência nas decisões de governo.
LEIA TAMBÉM
OPINIÃO | Marco Barbosa é só um sintoma do cada um por si no PSB
Olhando para os 44 quilômetros quadrados entre a ponte e a 59, Stédile recupera parte da força política perdida pela falta de 700 votos para a reeleição. Como presidente do PSB gaúcho, secretário de estado e integrante do centro do governo Leite, o ex-prefeito permanece nas manchetes e como um nome sempre lembrado para a prefeitura em 2020.
Ainda bastante popular, numa cidade com uma oposição em lenta reconstrução, seria hoje o principal adversário da reeleição de Miki.
Quem o conhece, sabe: é um craque da política. Neste 2018, trocou a meia sem tirar o sapato.
LEIA TAMBÉM
OPINIÃO | Espera esfriar o defunto, Stédile!
Assista ao clipe que o Seguinte: produziu com Stédile na campanha