A última reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Codes) de Gravataí foi realizada na manhã de hoje (5/12) no auditório central da empresa Dana, e teve dois assuntos principais na pauta: a situação do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores Municipais de Gravataí (Ipag) e um relato sobre como está a concessão da BR-290, ou Freeway, na parte que interessa aos moradores da aldeia.
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No que se refere à concessão leiloada em 1º de novembro pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e que envolve quatro rodovias federais no Rio Grande do Sul, a exposição foi realizada pelo secretário municipal da Mobilidade Urbana, Alison Silva.
Ele contou que as postulações para resolver um grave problema que era, e ainda é, o engarrafamento das avenidas Dorival de Oliveira (Gravataí) e Flores da Cunha (Cachoeirinha), além do alto valor do pedágio, começaram em 2014.
Foi, segundo Alison, uma demanda assumida pelo prefeito Marco Alba (MDB) que apresentou o problema ao Codes. As alternativas iniciais seriam a construção de vias paralelas à Freeway para facilitar o acesso a Porto Alegre.
Também chegaram a ser cogitadas a isenção de pedágio para veículos previamente cadastrados e com placas de Gravataí, a exemplo do que acontece em Viamão no pedágio de Águas Claras.
E, por fim, outro encaminhamento foi a mudança de local da praça do pedágio, então operada ainda pela Concepa, em local mais distante da área urbana e na direção do litoral Norte, além da abertura de acesso pela avenida Teotônio Vilela e Parque Florido.
As duas últimas alternativas foram contempladas no edital de licitação da ANTT para a Freeway.
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— Apesar da demora, coisa comum na área pública, finalmente vai acontecer a mudança do pedágio para depois da GM e a abertura de acessos importantes para descongestionar o trânsito na (avenida) Dorival — disse Marco Alba, como uma forma de comemoração pelas conquistas.
Valor mais baixo
O secretário Alison Silva fez um resumo da concessão, falou dos valores dos pedágios fixados em R$ 4,30 – base de cálculo de julho passado – ao invés dos R$ 7,24 estabelecido como teto pela ANTT, e comentou sobre as alças de acesso.
— É uma demanda histórica — reforçou o prefeito.
— A Freeway deverá ser integrada à cidade, com isso teremos uma grande diminuição de fluxo na Dorival — projetou, por sua vez, o secretário de Mobilidade.
PARA SABER
1
A Rodovia da Integração do Sul, que é como o governo denominou o projeto de concessão à iniciativa privada, passa por 32 municípios do Rio Grande do Sul.
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São 473,5 quilômetros de estradas que deverão receber investimentos de R$ 5,6 bilhões em manutenção e operação.
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O prazo da concessão é de 30 anos e todos os investimentos, que seguem um minucioso cronograma estipulado no edital da licitação, serão custeados com os recursos das sete praças de pedágio.
Assista ao vídeo abaixo:
Trechos concedidos:
– BR-290 (Freeway) entre Porto Alegre e Osório, com duas praças de pedágios.
– BR-386 (Estrada da Produção) entre Canoas e Carazinho, com quatro pedágios.
– BR-448 (Rodovia do Parque), entre Sapucaia do Sul e Porto Alegre, sem pedágio.
– BR-101, no trecho de Osório à divisa com Santa Catarina, em Torres, com um pedágio.
Acesso à Freeway
A construção das alças estão previstas para acontecer, na aldeia dos anjos, no quilômetro 80,050 da Freeway, que fica bem onde se encontra, hoje, a passarela-viaduto que liga o bairro Novo Mundo com a cidade de Gravataí. O acesso atual é pela rua Jorge Tadeu, rua Daniel Luis e, daí, pela avenida Teotônio Vilela até a Dorival de Oliveira, já na altura da parada 62.
Já em Cachoeirinha a ligação da cidade com a Freeway já existe, parcialmente. Quem vem do litoral pode entrar na cidade pela Papa João XXIII e quem quer ir para Porto Alegre pode utilizar a Papa para chegar à Freeway e fugir do engarrafamento na Flores da Cunha até a ponte sobre o Rio Gravataí. O que vai mudar é a possibilidade de, a partir da Papa ir para o Litoral e, para quem vem da capital entrar na Papa.
Ainda em Gravataí um outro acesso à Freeway deve ser construído no quilômetro 62,6 ligando o extremo Norte urbano com a área rural do município, pela estrada Barro Vermelho. O prazo é igual, de dois anos a contar do começo das operações da nova concessionária. Ou seja, deve estar pronto em janeiro de 2021.
O pedágio
A abertura dos envelopes encaminhados por cinco empresas aconteceu na sede da antiga Bolsa de Valores de São Paulo, e o resultado surpreendeu. Dentre outras centenas de exigências, uma das principais fazia referência ao teto do preço do pedágio a ser cobrado, de R$ 7,24.
A empresa vencedora, do Grupo CCR, que participou da licitação através de uma de suas subsidiárias, a Companhia de Participação em Concessões (CPC), propôs um valor que é quase a metade do teto fixado pelo governo e ANTT; 40,53% abaixo. Ou seja, a ideia é cobrar uma tarifa de R$ 4,30.