Prometida para 21 de abril passado, a duplicação da avenida Centenário finalmente foi dada como oficialmente concluída no final da tarde de ontem (17/10). A obra, com prazo de duração de cinco meses, teve ordem de serviço assinada em 21 de novembro do ano passado. Na ocasião o diretor da empreiteira que executou o serviço, a Pedraccon Mineração e Pavimentação, Adriano Canal, chegou a falar em quatro meses “se tudo der certo”.
Quase seis meses depois do prazo expirado o prefeito Marco Alba (PMDB) pode entregar a duplicação à comunidade. O ato, totalmente informal, reuniu algumas lideranças da comunidade, representantes da Câmara de Vereadores e os secretários diretamente envolvidos, Alison Silva (Mobilidade Urbana) e Paulo Ricardo Martins, o Paulão (da secretaria municipal de Obras Públicas).
O ato se deu na frente do Gravataí Shopping Center, e o por do sol contribuiu para que o visual do final de tarde ficasse ainda mais bonito, contrastando com os faróis dos veículos e a iluminação especial com lâmpadas de LED, instalada pela Prefeitura com recursos próprios, extra contrato firmado com a Pedraccon.
Que a obra ficou bonita, é inegável, mas pequenos problemas persistem. Por exemplo, o piso com asfalto irregular em alguns trechos, a proximidade das pistas com postes de sustentação da rede de distribuição de energia e a falta de calçadas para os pedestres em vários pontos.
O secretário Paulão, das obras Públicas, e Alison, da Mobilidade, sustentam que o asfaltamento está dentro da normalidade e que eventuais irregularidades é do piso remanescente, da pista velha que não foi mexida. Sobre os postes, explicaram que mexer custa cerca de R$ 10 mil, cada um, e por isso foram recolocados apenas quatro, que apresentavam maior fator de risco.
— Todos os demais estão no mínimo a 30 centímetros do meio fio, distância regulamentar que permite a passagem de caminhões com segurança, com folga para os retrovisores — disse Alison.
Quanto à inexistência de passeios em vários trechos, os secretários argumentaram que a construção de calçadas é de responsabilidade dos proprietários dos imóveis. Tanto Alison quanto Paulão disseram que já há empresários que se adiantaram e adequaram as calçadas na frente de seus estabelecimentos.
— A gente espera que os demais tomem a iniciativa e ajeitem. Com os donos de imóveis mais reticentes, que não fizerem isso, daí sim a Prefeitura vai ter que intervir — garantiu Paulão.
O VALOR
O contrato firmado com a Pedraccon Mineração e Pavimentação para duplicação da avenida Centenário, segundo foi revelado em novembro do ano passado, é de cerca de R$ 1,3 milhão.
Custos extras
Em fevereiro passado o encarregado de obras Juliano Silva Rodrigues, da empreiteira, disse que a obra estava atrasada por conta de intervenções que não estavam previstas e que isso acarretou em aditivos financeiros junto ao governo municipal. Ontem o secretário Paulo Martins, de Obras Públicas, disse que não houve acréscimo de valores ao contrato firmado e que os custos extras bancados pela Prefeitura dizem respeito à iluminação e sinalização especiais.
— Não tinha como deixar com a iluminação que tinha antes, e a sinalização que implantamos é para durar por uns três ou quatro anos, por aí — afirmou o secretário.
O atraso
A obra demorou mais por diversos fatores. O que disse o secretário Paulo Martins, das Obras Públicas:
— Em alguns locais foi necessária uma intervenção maior do que estava previsto para que o piso ficasse em condições de receber o asfalto e o intenso e pesado trânsito da avenida.
— Na frente do shopping tivemos um problema sério com uma galeria pluvial que por pouco não explodiu tudo que está na volta quando foi mexida. É que foi rompida a tubulação do gás natural que passa por aqui.
— Tivemos que elevar o nível da rua para facilitar o acesso dos ônibus à nova parada, na frente do shopping. Com o desnível que tinha, encostava a traseira dos ônibus no asfalto quando eles faziam a curva.
— Foram 25 dias de chuvas em julho. Em setembro também choveu por 25 dias. Não tem como trabalhar com tanta chuva e umidade que fica.
— O mais importante é que decidimos fazer esta obra sem impactar no trânsito, ou seja, sem interromper ou desviar o fluxo de veículos. Uma intervenção destas acabaria causando sérios transtornos à mobilidade das pessoas. Isso foi o que demandou maior tempo para execução do serviço.
Confira a reportagem do Seguinte: no vídeo abaixo.
Os gargalos
O prefeito Marco Alba – com jeitão de que a duplicação da Centenário é sua “menina dos olhos” – afirmou que a obra é uma das mais importantes dos tempos modernos de Gravataí juntamente com a revitalização da Adolfo Inácio de Barcelos, a nova rótula do Aldeião e a construção das novas pontes do Parque dos Anjos.
Questionado sobre os gargalos que restam nas extremidades da avenida Centenário (pontes do Parque e trevo com a RS-118), explicou que a duplicação das pontes já é um processo em andamento, com licitação lançada e em fase de recebimento de propostas. Provavelmente na semana que vem deve ser conhecida a empresa que vai executar a obra.
Sobre a RS-118 e o gargalo que se forma no local em horários de pico, explicou que o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), autarquia do estado à qual compete o gerenciamento, a manutenção e a realização de obras na rodovia, já está elaborando projeto para lançar licitação ainda este ano visando a construção de viadutos no local.
— Pelo que vi do projeto são viadutos em três níveis. Um do solo e outros dois de quatro e oito metros (de altura) para acessar o Distrito Industrial e para quem quer ir para a Freeway — explicou, antes, o secretário Alison Silva, da Mobilidade Urbana.
De acordo com o prefeito, se o Daer não executar o projeto dos viadutos, o governo municipal tem como alternativa um projeto elaborado pela paulista Tranzum Consultoria de Trânsito, empresa que há mais de três anos presta assessoria na área de transito e mobilidade para a Prefeitura de Gravataí.
Veja simulação do projeto da Tranzum para o trevo da Centenário com a RS-118 clicando aqui:
SEM FILAS
Pela proposta da Tranzum, a saída da Centenário para a RS-118 em direção à Sapucaia do Sul seria alargada, assim como as alças de acesso ao Distrito Industrial e a BR-290, a Freeway. Além disso, seriam implantadas pistas livres e conjuntos de semáforos para regular a passagem dos veículos evitando a formação de grandes filas.
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O que vem por aí
1
Revitalização da Adolfo Inácio de Barcelos, em obras. Previsão de entrega até o final de novembro próximo
2
Duplicação das pontes sobre o Arroio dos Ferreiros, licitação em andamento. Previsão de entre até o final do ano que vem
3
Revitalização da rótula no entroncamento da Adolfo Inácio com avenida Centenário, ou rótula do Aldeião, ainda sem data para iniciar. Deve acontecer paralelamente à construção das novas pontes do Parque.
4
Duplicação da avenida Ely Correia (após as pontes do Parque) até o acesso à fábrica da Pirelli. Sem previsão de início.
5
Revitalização da rótula no entroncamento da avenida Centenário com RS-118 facilitando acesso ao Distrito Industrial e Freeway. Sem previsão para iniciar. Projeto de viadutos em fase de finalização no Daer. Prefeitura tem projeto alternativo, já elaborado, mas depende de autorização da autarquia estadual para execução.
A avenida Centenário em fotos: