Rosane Bordignon é a candidata preferencial a deputada estadual pelo PDT de Gravataí. Ela recebeu 30 votos no diretório. Com 3, o colega de Câmara Alex Peixe, que abandonou a reunião do diretório logo após a votação desta segunda, resta agora com a candidatura ameaçada.
Há explicação para a articulação, que obviamente tem o cérebro de Daniel Bordignon no comando. É troco, mas principalmente cautela. O ex-prefeito e ex-deputado parece tentar reduzir danos como os de 2014, quando não conseguiu a terceira reeleição à Assembleia Legislativa por apenas 1385 votos.
À história.
Um ano antes da eleição, com Cristiano Kingeski como candidato, Bordignon perdeu o comando do PT de Gravataí para Peixe, que virou presidente em uma aliança que tinha como próceres os então vereadores Carlito Nicolait e Alemão da Kipão, o ex-vereador Airton Leal e ainda Eberson Fernandes, João da Moto e Olumide Betinho – trio de candidatos a deputado estadual um ano depois.
Apenas o vereador Dimas Costa e o grupo da prefeita cassada Rita Sanco ficaram ao lado dele, na escolha da presidência do partido, e depois na eleição de 2014. Bordignon fez 30543 votos no Rio Grande do Sul, 19027 deles em Gravataí. O último petista a entrar foi Adão Villaverde, com 31.927. Os 6185 votos recebidos pelas dissidências – só em Gravataí – teriam garantido sua eleição.
Carlito concorreu e fez 2821 votos no geral, 1894 em Gravataí; Eberson Fernandes 3897, 1132 em Gravataí; Olumide Betinho, 3157, 257 em Gravataí e João da Moto 1264, 835 em Gravataí. Peixe apoiou Nelsinho Metalúrgico, que dos 42102 votos que o elegeram, 851 vieram de Gravataí. Kipão apoiou Villaverde, que fez 490 votos no município. Airton apoiou Altemir Tortelli, que dos 33879 votos de sua eleição, recebeu 726 em urnas gravataienses.
O resultado do diretório mostra que Bordignon tem o comando de seu novo partido e o exerce para ter Rosane como candidata preferencial ou única, até. Na distribuição dos recursos para campanha, ou mesmo na hora da definição da nominata de candidaturas pela direção do PDT gaúcho, o peso de Peixe é de três votos no diretório municipal – um dele, outros dois de assessores do gabinete.
Infeliz comparação, mas ilustrativa: o peixe grande, Bordignon, sangrado por um ataque de piranhas em 2014, agora engoliu Peixe como a um lambari. Normal pelo tamanho dos dois e nada fora da ordem na cadeia alimentar do partido e dos que cercam o ‘Grande Eleitor’, que sabe que a esposa, que fez 44.195 na disputa pela prefeitura em 2017, precisa ser eleita deputada, ou pelo menos fazer uma boa votação, para chegar viva na eleição de 2020 – quando ele ainda não poderá concorrer a prefeito por estar com os direitos políticos suspenso devido à condenação no caso das contratações emergenciais que lhe tiraram a eleição ganha nas urnas em 2016.
Enfim, os ‘Bordignons’ mostraram que mandam no PDT de Gravataí.
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