Quem convive com um bebê sabe que o processo de gravidez e a infância é um processo bem agonizante para quem é ansioso como eu. Quando minha prima engravidou, por exemplo, ela era a primeira da nova leva de bebês da família, e logo que saiu o resultado ficamos MUITO ansiosos para ver quando ia começar a crescer a barriga, e depois quanto tempo faltava para o bebê nascer. Foi a gravidez mais longa que eu já vi na vida, claro que foi a primeira que eu participei de verdade, vi todas as fases e esperei ansioso. Quando a Amanda nasceu várias perguntas começaram a pipocar na minha cabeça: QUANDO SERÁ QUE ELA VAI COMEÇAR A CAMINHAR? A ANDAR? A SENTAR SOZINHA? QUANDO ELA VAI FALARRRRRRRRR????!
É claro que com o tempo eu fui entendendo que, na gravidez e na vida, quando a gente fica pensando no próximo passo, o que vem depois, muitas vezes esquecemos de viver o que está acontecendo agora, que também é tão empolgante quanto. Quando o Beni chegou eu já tinha visto três bebês bem próximos nascer, então desacelerei o ritmo e resolvi que tudo seria ao seu devido tempo. Tudo o que ele passou foi no tempo dele, engatinhar, ficar em pé, os primeiros passos, até sair correndo por aí sem freio (a nova frase da casa é: AÍ NÃO BENI, NÃO NÃO!). Nós também ficamos super tranquilos com a fala e deixamos ele bem a vontade para falar o que quisesse, e agora chega a parte mais legal deste texto: O BENI FALOU!
Não que fosse uma estreia propriamente dita, pois há alguns meses que ele começou a dizer “Batata”, assim mesmo, o vegetal. Começou falando baixinho, e quando percebemos ele já estava dizendo BA-TA-TA bem pausado a todo o pulmão. Óbvio que a família zueira apelidou o pequeno de batatinha, e foi aquela algazarra. Não creio que ele saiba o que significa uma batata, prefiro achar que foi uma escolha aleatória, que quando viu que provocava nosso riso, seguiu fazendo. Depois ele começou a falar tatai, que É CLARO COMO A ÁGUA que quer dizer papai. Tatai pra cá, tatai pra lá, mas teve gente que não acreditou que era papai de fato, então para não causar discórdias, não contamos como primeira palavra.
Depois disso ainda teve uma ligação eufórica da Andressa numa manhã qualquer, quase chorando, dizendo que ele falou “mamãe”. Isso com uns quatro meses de idade. MAMÃE? Jura Jurandir! Engraçado que o “mamãe” sem testemunha ALGUMA e que ele supostamente disse apenas uma vez TODO MUNDO ACREDITOU, no TATAI que só surdo não ouve PAPAI ficam colocando entrave. Mas tudo bem, sem ressentimentos. Mas aqui não violão.
Por fim temos este vídeo, devidamente documentado e com muitos comentários nas redes sociais. Certo domingo estávamos deitados na cama de preguiçinha quando me viro para o Felipe, irmão da Andressa que tem três meses a mais que o Beni, e dou bom dia. Olho para a Andressa e dou bom dia. Olho para o Beni e repito o gesto. Quando viramos todos para a televisão ouço um DIA.
– UUUUUUU QUÊÊÊÊÊ???????? Bom dia Beni!
– DIIIAAAAAAAAA – disse sorrindo, o peralta.
Desde então todo o amanhecer é uma festa: É dia para o Atum, dia para o homem aranha de brinquedo, dia para a mãe e para o pai. Ultimamente ele acorda e mexe no nosso rosto e quando despertamos olha no fundo do branco do olho e diz
– DIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIA.
Não há sentimento melhor que este. Sério! Como é bom poder viver a paternidade em sua plenitude e conviver com essa COSAMÁLINDA.
OBS: POR FAVOR, COMENTEM NESTE VÍDEO DIZENDO QUE TATAI CLARAMENTE QUER DIZER PAPAI. OBRIGADO.