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COM VÍDEO | Bem vindos à Suíça. A nossa Suíça

A Suíça verdadeira encara o Brasil neste domingo. A nossa, fica aqui na Rondon | GUILHERME KLAMT

Suíça. É isto que diz na placa já bem desbotada na entrada da rua com cerca de 500 metros, sem qualquer destaque no mapa. Fica ali, a alguns passos da Irlanda, outros tantos da Holanda, Dinamarca e Inglaterra. E parece que, da desenvolvida Suíça em meio aos Alpes, a rua do bairro Marechal Rondon só herdou aquela neutralidade histórica. Fica justamente no meio de Gravataí e Cachoeirinha. Oficialmente, é Cachoeirinha.

— Da Suíça de verdade? — pensa um pouco o gestor de qualidade Vladimir Soares, 63 anos, e há mais de 20 morador dessas bandas. Meio sem jeito, ele responde:

— Não tem nada, está muito longe de ser um lugar de primeiro mundo. É só olhar para a rua — diz.

 

 

Pois a Suíça, a verdadeira, é a primeira adversária do Brasil nesta Copa do Mundo. As seleções entram em campo às 15h de domingo. Neste horário, provavelmente os cachorros da Rua Suíça estarão alvoroçados, como ficam todos os dias. E os mais de 300 moradores possivelmente estarão diante dos seus televisores.

— Eu sou da Suíça, mas sou Brasil — brinca o Vladimir.

 

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Na Suíça da Marechal Rondon, o asfalto só chegou no ano passado, e em metade da via. A outra metade, de chão batido, tem um terreno gigante ainda desocupado, e que virou lixão. Fica ao lado da casa do aposentado José de Oliveira, de 75 anos, que há 35 veio de Porto Alegre para morar ali.

— Antigamente tinha uma fazenda além da minha casa, e umas outras quatro casas. Sempre foi um lugar tranquilo, onde as pessoas se conhecem. Não lembro, nesses 35 anos, de termos alguém famoso no esporte ou coisa do tipo que fosse morador da nossa Suíça — comenta.

 

: O Canarinho ficaria pistola com as diferenças entre a nossa Suíça e a deles | LUCAS FIGUEIREDO CBF

 

Na Suíça que está na Copa, curiosamente, os jogadores também fazem parte de famílias que chegaram ao país pouco mais de 20 anos atrás, e formam a primeira geração de um país um tanto diferente. A cara da nova Europa. Boa parte da equipe que enfrentará o Brasil tem atletas com origem nos países da antiga Iugoslávia, filhos dos refugiados da sangrenta Guerra dos Bálcãs. É o caso do Shaqiri, de origem kosovar, e que defenderá a Suíça em sua 11ª Copa do Mundo.

Na Suíça, a europeia, está o centro financeiro do mundo, e até a sede da FIFA. Na nossa, está o território palmilhado diariamente pela carteira Ana Valério Tavares.

— É um lugar de gente boa. Pessoas de classe média, que cumprimentam e nos tratam bem. Conheço alguns moradores. É um lugar tranquilo — define.

 

Time definido para a estreia

 

Para esta partida, o técnico Tite já definiu o time que entrará em campo. O Brasil terá Alisson; Danilo, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro; Willian, Paulinho, Phillipe Coutinho e Neymar; Gabriel Jesus.

A Seleção Brasileira é a única presente em todas as 21 Copas do Mundo já realizadas. Nas 20 estreias anteriores, foram 16 vitórias, dois empates e apenas duas derrotas, estas, ocorridas nas duas primeiras participações, em 1930 e 1934.

 

: Tite definiu, e divulgou, o time da estreia na quinta-feira | LUCAS FIGUEIREDO CBF

 

Com uma escola de futebol nova, com grande influência de jogadores originários das repúblicas que resultaram do desmembramento da Iugoslávia, a Suíça, nas eliminatórias europeias, deixou de ser aquele time pragmático, retrancado e que sofria poucos gols. Aplicou algumas goleadas para chegar à Copa, com 10 vitórias, um empate e uma derrota, mas precisou da repescagem para garantir a sua vaga.

O jogo promete ser o mais complicado para a Seleção Brasileira nesta primeira fase. Então, te programa. A bola rola às 15h deste domingo.

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