Com a chegada da Copa do Mundo as atenções estão voltadas à Rússia. O maior país em extensão territorial que ocupa uma parte da Ásia e da Europa, irá revelar que suas riquezas e mistérios vão muito além da capital Moscou, da vodka, do frio, da Matryoshka (a famosa boneca russa) e da KGB (antigo serviço secreto da União Soviética).
Com uma história riquíssima, arquitetura notável, literatura famosa por grandes nomes como Dostoevskiy, Tolstoy e um ballet clássico que pode ser visto no teatro Bolshoy, a Rússia tem além de tudo um passado fascinante, marcado por poder, glória e guerras. Essa herança cultural somada a diversidade de atrações e belezas naturais fazem do país um dos mais visitados no mundo e com vários lugares para conhecer. Quem garante é a jornalista de Gravataí Helen Braun, que há dez anos teve a oportunidade de morar na terra onde será palco do mundial de futebol deste ano.
– Eu trabalhava na Rádio Guaíba, em Porto Alegre, quando soube de uma seleção para correspondente na Voz da Rússia, em Moscou. Eram 300 candidatos para trabalhar na redação de língua portuguesa da emissora. Me candidatei sem saber falar russo. Mas, como foi na época do caso MSI x Corinthians, acabei fazendo algumas matérias para a emissora, eles gostaram e fui contratada.
A gaúcha que viveu em solo russo até metade de 2009 pôde conhecer melhor o patrimônio cultural presente nos teatros, museus, palácios e catedrais. Conforme a gravataiense não é difícil de entender porque o país é extremamente rico neste sentido.
– Na Rússia você respira cultura do metrô ao mercado. Lá a cultura é incomparável, pois lazer é leitura, cinema e música.
Quando questionada sobre o que os brasileiros vão ver na Copa, a jornalista comenta que o evento será o grande momento para que o presidente Vladimir Putin se mostre ao mundo.
– Acredito que será de fundamental importância para o governo que tudo transcorra excepcionalmente bem. Por isso, acredito que os brasileiros que forem não irão se arrepender, pois poderão usufruir do melhor do país, com segurança.
Sobre o que você não pode sair da Rússia sem conhecer, Helen indica visitar o mais famoso mosteiro de Moscou, o Convento de Novodevichy. Construído no século XVII e declarado Patrimônio Mundial da Unesco em 2004, mistura a arquitetura tradicional russa com o barroco da Europa Central, criando o que ficou conhecido como Barroco Russo.
– Atrás dele um cemitério/parque que foi uma das coisas que mais me chamou atenção na cidade. Lá estão sepultadas figuras ilustres como do ex-presidente Boris Yeltsin, cientistas, bailarinas, heróis nacionais. E, sobre as lápides de muitos desses homens, que morreram durante a Grande Guerra (Segunda Guerra Mundial) um epitáfio que traduz bem a alma russa 'nada foi esquecido, ninguém será perdoado'.
Além das construções que são verdadeiros cartões postais como a Praça Vermelha, a Catedral de São Basílio e o Kremlin, as festas também fazem bastante sucesso por lá.
– Existem as músicas típicas como quando a gente vai a um CTG no Rio Grande do Sul e existem as festas que é como qualquer outra que eu já frequentei no Brasil, na Inglaterra, em Madrid ou nos EUA, talvez só com um pouco mais de vodka – brinca.
Experiência de viver na Rússia
Helen relata que muitas coisas mudaram de dez anos para cá.
– A Rússia se reposicionou como grande player global. Os russos voltaram a sentir orgulho de sua grandeza, coisas que naquele momento estavam sendo reerguidas, após a terrível década de 1990 para eles. Mas, outras coisas não mudam. Alguns resquícios do regime soviético, misturados com a confusão de um capitalismo mal digerido fazem da Rússia um país muito peculiar.
Para a jornalista só é possível entender o governo Putin e seus 80% de aprovação, compreendendo de fato a história do país.
– Resumindo de forma grosseira a Rússia viveu seu pior período durante um pseudo ensaio de democracia na década de 1990. Os russos associam democracia à fraqueza, recessão. Quando Putin chega ao poder, ele retoma a ideia de Rússia grande, poderosa. E, para o cidadão russo, as coisas de fato parecem melhores. Mas, isso passa longe de qualquer ideia de liberdade e democracia sacramentada no Ocidente – analisa.
: Helen trabalha atualmente na Rádio Globo em São Paulo
Vida longe da Aldeia
Com vasta experiência no jornalismo e com passagem pelas principais emissoras de rádio do Estado como Gaúcha, Guaíba e Bandeirantes, Helen Braun deixou Gravataí há cerca de seis anos rumo a região sudeste do país. Por lá trabalhou na CBN, Band News e Jovem Pan. Atua como professora universitária e desde outubro do ano passado integra também a equipe da Rádio Globo. Além da família que mora no bairro Parque dos Anjos, ela confessa que mais sente falta do pãozinho feito pelo pai na tradicional Padaria Braun. Quando o assunto é o que mais gosta na cidade ela é categórica.
– A arquitetura do Colégio Dom Feliciano e ir aos jogos do Cerâmica.
Helen que tem passagem marcada para retornar a Aldeia neste mês de junho para o aniversário do pai conta que o contato com a família é direto.
– Eu ligo todos os dias, eles me ouvem no rádio e tentamos nos visitar sempre que possível.
Quem quiser acompanhar mais o trabalho da jornalista, sua voz pode ser ouvida na Rádio Globo clicando aqui.
: Helen curte cada momento no Sul com a família
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