Pelo menos a estrutura metálica do que vai ser o novo carro fabricado no Complexo Automotivo Industrial de Gravataí (Ciag) capitaneado pela montadora norte-americana General Motors (GM), já está na linha de produção de uma das empresas sistemistas que fica na área da fábrica, na aldeia dos anjos.
De posse das peças, o que os técnicos da GM estão fazendo, agora, é ajustando – programando! – os computadores da linha de montagem, entre outros detalhes, para que os robôs façam a colocação da estamparia, que são as peças metálicas (portas, capo, teto…) e de fibra plástica, entre outros componentes do veículo.
A fábrica está parada desde a última segunda-feira de maio (28/5) e só deve retornar à produção no começo da segunda quinzena deste mês, dias 16 ou 18, dependendo do que ficar acertado com o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí. As férias coletivas já estavam programadas desde o começo do ano.
Segundo “passarinho verde” contou ao colunista (e sempre há um passarinho verde!), a suspensão temporária da produção do Onix e Prisma nada tem a ver com a greve dos caminhoneiros que, na semana anterior, tinha obrigado a GM a desativar a linha de montagem por causa da falta de peças e equipamentos.
SUV Urbano
Quem disse que a estrutura do futuro carro já está em produção contou também que as peças têm formato maior que um carro hatch comum, mais até do que as dimensões do Onix, líder de vendas da montadora há três anos consecutivos e prestes a se confirmar como o mais vendido também neste 2018.
Com isso, cada vez mais se confirma a tese de que a montadora que tem sede em Detroit, na “terra do Tio Sam”, deve colocar nas ruas um modelo SUV urbano parecido com a Tracker. Porém, um pouco mais compacto, e menor, do que os SUV que estão no mercado e um pouco maior do que os modelos hatch que são vendidos no país.
O lançamento do terceiro carro produzido aqui na aldeia dos anjos não tem prazo. Tudo indica que isso deve acontecer no final do ano que vem, 2019. Mas, por que tanto tempo? As razões são muitas. Desde estratégia de lançamento e escolha do momento adequado conforme o comportamento do mercado, às questões técnicas.
ATENÇÃO! MUITA ATENÇÃO!
Disseram hoje ao colunista que o futuro carro da GM já estaria circulando pelas ruas internas do complexo como parte dos testes da estrutura, motorização, transmissão, rodas e suspensão.
Estaria sem a estamparia – portas, teto, tampas…
Posso dizer?
Acho dificílimo que isso seja verdade. Faço o registro por respeito à fonte, também chamada de “green bird”.
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Mistério no ar
À parte de estratégias de lançamento ainda é preciso somar o tempo do mistério que a empresa faz simultaneamente aos testes de ruas a que submete os novos carros. São aqueles modelos que circulam “mascarados” e que são “coincidentemente flagrados” pela imprensa especializada, alimentando especulações e aumentando a expectativa.
Já no que se refere à parte técnica, uma delas é o que acontece neste momento, com o ajuste da linha de montagem e processamentos logísticos, que permitam a produção dos três carros ao mesmo tempo. E implica, ainda, na definição dos processos de montagem, robotização e trabalhos manuais, de forma a reduzir o tempo na linha de produção.
Os queridinhos
Hipótese des-car-ta-da!
Pelo que o colunista apurou, o lançamento de um terceiro modelo não vai motivar a retirada de linha dos queridinhos do alto staff da GM, principalmente porque o Onix emplaca mês atrás de mês como o hatch mais vendido, e o Prisma se coloca entre os líderes de venda no geral, brigando firme pelo primeiro posto na categoria sedan.
PARA SABER
A linha 2019 do Chevrolet Onix chegou às lojas no fim de maio, quase sem alterações em relação ao anterior, para manter o hatch na liderança das vendas. Pois a GM cumpriu a missão ao comercializar 15.015 unidades do hatch no mês de maio, apesar da retração de 9,6% em relação ao mês anterior, quando vendeu 1.600 carros a mais. (Fonte: www. revistaautoesporte.globo.com)
E vai ser elétrico?
Não.
Pelo menos agora, não!
O terceiro modelo que está sendo planejado para sair da linha de montagem da GM de Gravataí vai queimar combustíveis tradicionais, gasolina e álcool. Foi o que me assegurou um outro “passarinho verde”.
O que não descarta a possibilidade de a fábrica, uma das mais modernas da marca no planeta, ousar, em breve, e produzir ali na margem esquerda da Freeway no sentido de quem vai para o litoral, um elétrico genuinamente made in aldeia dos anjos.
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O que está acontecendo
1
A fábrica da General Motors (GM) de Gravataí está passando por adequações e ampliações em suas instalações para lançar no final de 2019 ou, no máximo, começo de 2020, um terceiro modelo, além dos já produzidos por aqui, Onix e Prisma.
2
O processo faz parte do investimento de R$ 1,4 bilhão anunciado como investimento da montadora em sua unidade de Gravataí, no começo do ano passado, com pompas e circunstâncias, e que trouxe à cidade o alto escalão da GM no Brasil.
3
O montante investido em Gravataí é parte dos R$ 13 bilhões destinados ao Brasil entre 2014 e 2019. Mesmo sem divulgar os modelos que serão fabricados na aldeia, a expectativa é de que seja um integrante de uma nova família de compactos chamada de Projeto GEM (Global Emerging Markets, ou mercados emergentes globais, em português).
PRIMEIRA MARCHA
: De acordo com o site Primeira Marcha, este projeto daria origem a até nove modelos: entre eles, um hatchback, dois sedans (sendo um deles mais espaçoso), um SUV, uma picape, duas minivans (com cinco e sete lugares) e um crossover.
: Entretanto, ainda não há nenhuma definição sobre quais destes veículos seriam fabricados em Gravataí e quais poderiam ser produzidos na planta de São Caetano do Sul (São Paulo). Os novos modelos chegariam às ruas brasileiras a partir de 2019.
: Analisando a linha atual de produtos da GM no Brasil, o Projeto GEM poderia substituir os atuais Onix, Prisma, Cobalt, Montana e Spin. Especula-se também que a Chevrolet estaria preparando a chegada de um inédito subcompacto feito para rivalizar com Fiat Mobi, Volkswagen Mobi e o Renault Kwid.
: O Projeto GEM pretende implementar o crescimento da General Motors em mercados emergentes espalhados pelo mundo como a Índia, China, México e Rússia.