É um exemplo de relação republicana entre o público e o privado o que o prefeito Marco Alba (PMDB) garantiu com a Cyrela, a gigante que constrói em Gravataí um loteamento classe A de R$ 37 milhões, já quase todo vendido, no entorno das terras que eram do Seminário São José.
Como contrapartida para o modelo de condomínio fechado, a empresa vai investir quase R$ 1 milhão, diluídos entre as obras de revitalização da Adolfo Inácio Barcellos autorizadas nesta segunda e os projetos de uma rótula em frente ao Aldeião e da duplicação das pontes do Parque dos Anjos, além de patrocínios nos últimos dois anos para eventos realizados no município.
É o primeiro empreendimento onde a Prefeitura executa a ‘lei dos condomínios’ e exige uma compensação palpável à coletividade por negócios que faturam alto – no caso da Cyrela Landscape Seminário, não menos de R$ 200 milhões.
Nove em cada dez condomínios que estão aí nunca botaram um real na cidade que não dissesse respeito a seus próprios interesses comerciais ou a interesses políticos de quem os autorizou.
Já entre Prefeitura e Cyrela, pelo menos até o momento, a relação parece irrepreensível.
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O complexo viário prometido até o final de 2019, que liga Centenário, Adolfo e pontes do Parque, por óbvio beneficia os futuros moradores do Cyrela, mas traz ganhos principalmente ao conjunto da população de uma Gravataí engarrafada entre as duas verdadeiras pinguelas, que são as pontes atuais, e o lugar para onde a cidade pode crescer.
E não é o ‘projeto do Marco’, mas um projeto de engenharia. Que o político segue à risca, contrariando os haters de sempre do Grande Tribunal das Redes Sociais e, por que não dizer, o senso comum que, num ano eleitoral onde a esposa é candidata a deputada estadual, garantiria aplausos e curtidas caso as máquinas chegassem primeiro nas pontes, reivindicadas desde que o Abílio era prefeito.
Todos gostam de um cumprimento, já dizia Lincoln. Mas às vezes as coisas certas podem ser feitas da maneira errada.
Marco acerta no cronograma das pontes.
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Assista ao vídeo do início das obras, feito pelo Silvestre Silva Santos e o Guilherme Klamt, do Seguinte: