cachoeirinha

OPINIÃO | Troque seu CC por um animalzinho pobre

Post do vereador tem, no momento do fechamento deste artigo, 234 curtidas, coraçõezinhos e uaus no Face

Com post no facebook e tudo, Fernando Medeiros (PDT) anunciou a saída do governo Miki Breier (PSB).

Demorou.

Estava feio para o vereador, tantas eram as cobranças, diretas e indiretas, feitas pessoalmente ou pelas redes sociais, por eleitores que o elegeram como o cara da causa animal e continuam órfãos de qualquer política para a área neste um ano e quatro meses de governo.

– Pela falta de políticas públicas e investimentos aos animais estou fora do governo Miki – postou Medeiros, nesta terça, logo em seguida editando um texto final, publicado em seu perfil no formato de um memezão em vermelho e branco, caixa alta, como um grito: ESTOU FORA DO GOVERNO MIKI.

Ok que o prefeito, que agora vê Medeiros somar-se a Jack Ritter (PSB) na oposição, mal tenha botado a cabeça para fora da fumaceira da crise deixada pelo pinote da Souza Cruz – e pelos antecessores (de seu partido) –, mas poderia mirar a experiência de Gravataí.

Mesmo pagando R$ 50 milhões em dívidas a cada ano, o prefeito Marco Alba (PMDB) transformou o canil em modelo nacional, oferece castrações, promove feiras de adoção e tem um plantão para serviços de resgate de animais atropelados.

Investe R$ 650 mil por ano e não é incomum receber críticas de quem se preocupa mais com o buraco que estragou o amortecedor do carro.

Em tempos de Grande Tribunal das Redes Sociais, dar atenção à causa animal requer não só dinheiro ou sensibilidade, mas coragem dos políticos.

Sempre lembrando que animais, apesar de tutelados pelo poder público, conforme a Constituição de 88, não têm SUS, não têm renda mínima garantida, não têm albergue para procurar – e não votam, por óbvio.

Mas, para não ficar apenas na mordida, uma sugestão: o vereador Fernando Medeiros tem – pelo menos até o próximo dia útil – quatro CCs indicados no governo, que devem custar uns R$ 12 mil mensais. São R$ 144 mil no ano, num orçamento da Prefeitura de R$ 400 milhões. Cortar esses cargos e investir na causa animal já faria Cachoeirinha sair do zero para alguma coisinha. Gravataí, que além dos serviços que presta precisa alimentar 300 cães, gasta R$ 650 mil, mas num orçamento de 700 milhões.

É uma ideia bem demagógica sim, mas sustentada pela matemática e pela urgência da vida real. Porque neste momento em que já começou a negociação política para saber se os 'imprescindíveis' CCs ficam ou serão trocados por indicações de outros partidos ou vereadores, os animais seguem abandonados, mortos de fome, virando lixo, apanhando, procriando, sarnentos ou estraçalhados entre a ponte e a 59.

 

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