Louis Arthur Charles é o nome do novo filho do príncipe William e da duquesa Kate. É assim mesmo, três nomes que não combinam em nada e que homenageiam parentes mortos e vivos dos pais. Parece aquele seu primo que batizou o filho misturando o nome do pai com o da mãe. Ou parece que os pais estavam em dúvida entre três nomes e resolveram colocar os três mesmo, dane-se, eles são da família real, podem tudo. Por falar nisso, vocês notaram que a criança não tem sobrenome? Nem precisa né, afinal não é todo mundo que carrega o título de príncipe antes do nome.
Muita gente ficou apavoradíssima com a alta de Kate em apenas seis horas. SEIS HORAS. Ela demorou menos que uma jornada de trabalho para sair do hospital. Acontece que lá no Reino Unido essas altas depois de 6h é padrão para quem faz parto normal e tudo sai conforme o programado. Artigos inclusive dizem que o médico nem é fundamental em uma equipe de partos, que o serviço é gerenciado e executado por uma parteira. Legal né? Isso endossa o discurso da Organização Mundial da Saúde e de movimentos feministas a favor do parto normal, que deve ser a regra e jamais a exceção.
Enfim a coluna de hoje é sobre a responsabilidade enorme que colocamos em nossos filhos, mesmo que involuntariamente. O Príncipe Louis nasce sendo o 5º na linha sucessória da coroa britânica e isso é uma tremenda responsabilidade. Imaginem que antes mesmo de nascer as casas de aposta lucravam ALTO com as especulações do novo bisneto da Rainha Elizabeth. Um dia Louis pode estar tentando comprar uma bandeja de lasanha congelada no supermercado quando um mendigo o aborda e diz que perdeu tudo o que tinha porque havia apostado que ele se chamaria “Albert” ou “jonh”. Mesmo que isso não aconteça o pequeno príncipe Louis terá que crescer habituado com flashes, reverências e tradições totalmente bizarras, como por exemplo não poder viajar no mesmo avião que seus irmãos. Qualquer namorada ou namorado que esse futuro rapaz tiver estará estampando as capas de jornais, assim como seu tio Harry, que já foi capa de uma revista completamente nu, tapando o piu piu com uma almofada.
Mesmo que nossos filhos não príncipes e que, graças a Deus, tenham suas privacidades preservadas, nós temos que nos policiar, constantemente para não depositar nossos sonhos e frustrações neles. Aquela velha história da mãe que não conseguiu ser bailarina e que obriga a filha a frequentar as aulas de ballet. Ou do pai que quis ser jogador de futebol e que deposita no filho todas as suas fichas de seguir este caminho. E como tem gente assim! O que temos que fazer, sempre, é sonhar com nossos filhos e não por eles.
Ainda bem que vivemos tempos em que as pessoas estão se descobrindo mais cedo e tendo pulso firme para dizer não aos mais velhos da família. Multinacionais como a gaúcha Gerdau, por exemplo, que foi gerida por membros da família uma vida inteira, abandonam a tradição e passam o império para executivos do mercado.
Temos que aceitar que cada um nasce para seguir seu próprio caminho, ser aquilo quer quiser ser e fazer aquilo que tiver vontade. A menos que quem esteja me lendo seja membro da família real. Aí não tem jeito, a única coisa a se fazer é sorrir e acenar.
Obs: O Benício foi um bebê muito mais bonito. #ProntoFalei