duplicação da RS-118

Como está a eterna obra que nunca acaba

Liberação do trânsito sob o viaduto da estrada Itacolomi aconteceu na manhã desta quinta-feira. Mais de 80% da obra está concluída segundo funcionário de empreiteira

 

ATUALIZADA – A duplicação da RS-118 impacta no trânsito da Avenida Brasil, no quilômetro 19,4, a partir de hoje, sexta (6/4). A circulação no local está interrompida e cruzar a RS-118 só pode ser feita pela avenida Dorival de Oliveira ou no viaduto da estrada Itacolomi.

 

O trânsito lento, pesado, modorrento, em que as conversões em muitos pontos dependem muito mais da boa vontade dos outros motoristas, atravessar a estrada se torna cada vez mais arriscado e o emaranhado de desvios e de troca de pistas ao longo do trecho da RS-118 entre Sapucaia do Sul e a Freeway, em Gravataí, é de dar nó em cabeça de cobra, vai continuar pelo menos até o final do ano que vem.

Menos mal que as coisas estão acontecendo. Por exemplo: a rotatória e as alças de retorno do viaduto sobre a Estrada Itacolomi estão liberadas ao tráfego de veículos desde às 10h30min de hoje. A obra, sob responsabilidade da Premold Tecnologia e Solidez, de Sapucaia do Sul, está com mais de 80% pronta de acordo com o contramestre Jair Paz.

Atualmente, naquele ponto, está sendo alargada a pista para conversão de quem vem do Condomínio Alphaville e campus da Ulbra e pretende entrar à direita na RS-118. O trabalho mais pesado naquele cruzamento, agora, fica por conta da elevação dos aterros que permitirão aos veículos acessar os viadutos, tanto no sentido de Sapucaia quanto da Freeway.

— A obra está andando bem, os muros de contenção e as calçadas estão prontos. Acho que em mais um mês e fica tudo pronto — disse o contramestre Jair, agora à tarde.

 

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No trecho

 

A reportagem do Seguinte: percorreu nesta quinta todo o trecho da RS-118 entre o quilômetro zero – Sapucaia do Sul – e a Freeway, em Gravataí. Como em outras ocasiões a finalidade foi verificar como está o andamento das obras de duplicação, prometida pelo governador José Ivo Sartori (PMDB) para acabar ainda neste ano. Algo impossível.

No trecho inicial, de cinco quilômetros, quase nada dá sinal de que a estrada vai ser efetivamente duplicada. Até mesmo as moradias e pequenos estabelecimentos comerciais retirados há alguns anos por força de medidas judiciais (ações de reintegração de posse) deram lugar a novos casebres e áreas para depósito irregular de lixo, principalmente restos de obras e podas de árvores.

No quilômetro cinco, nesta quinta (5/4) pela manhã, uma dupla de agentes de trânsito da Prefeitura de Sapucaia dava apoio aos pedestres que precisavam cruzar a via, sobre uma faixa de segurança para pedestres. Se os dois não estão ali, não há motorista que pare e atravessar se transforma em roleta russa.

Paradas há cerca de quatro anos, o trabalho, nestes cinco quilômetros, depende do processo licitatório em andamento no governo do estado e, para o qual, se apresentaram como interessadas em tocas as obras duas empresas e três consórcios. A fase atual é de análise da documentação das empreiteiras Sultepa (que já toca outras etapas da duplicação e é de Sapucaia mesmo) e da Toniolo Busnelo, além dos consórcios Pavisul, 118 e Encopav. A ideia do governo é gastar em torno de R4 47 milhões na construção das novas pistas e recuperação da pista atual, sem contar eventuais novas desapropriações e obras de arte, como dois viadutos e passarelas.

— Estou fazendo apenas o que me mandaram! — tratou logo de se explicar um funcionário da empresa STE – Serviço Técnicos de Engenharia quando foi questionado pela reportagem sobre a pintura que fazia à margem da estrada. Ele estava fazendo a marcação do trecho e, no ponto em que foi abordado, assinalou no chão 2,700, dando conta que aquele era o quilômetro 2,7.

Qual a finalidade?

— Não sei. Mandaram eu fazer a medição e marcar. Só isso.

 

O começo

 

Cerca de 10 metros adiante dos agentes de trânsito de Sapucaia, no sentido de Gravataí, sinalizadores apontam para a primeira troca de pista e evidenciam que a duplicação está acontecendo, ainda que seja se arrastando. Quase não se vê movimentação de terra. E achar funcionário até quase o viaduto da Estrada Ritter – acesso ao Distrito Industrial de Cachoeirinha – é acertar a Megasena.

De Sapucaia do Sul até a divisa com Cachoeirinha, os postos de combustíveis à beira da estrada oferecem gasolina por valores de vão dos R$ 3,99 aos R$ 4,19, o litro. O diesel combustível mais em conta pode ser encontrado por R$ 3,07. E é só a partir do viaduto da Ritter que o ritmo de trabalho se acelera, na mesma proporção em que diminui a distância até a Freeway.

Muito embora trechos das pistas laterais estejam até sendo utilizados e bons pedaços da estrada velha já estejam sem o asfalto carcomido de antes. Ao contrário, a pista já está sendo preparada para receber um novo revestimento. Há muita terra revolvida, pedra, brita espalhada, deixando claro que funcionários andaram há poucos dias no trajeto.

 

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Mais atrasado

 

A obra mais atrasada é a do viaduto sobre a avenida-estrada Marechal Rondon. Parte das pistas de concreto ainda não foram acabadas, os tapumes de madeira estão desabando por conta do mau tempo e o mato cresce nas cabeceiras do lado de Sapucaia. Já no lado de Gravataí o cenário é outro e as contenções para os aterros de acesso às pistas elevadas já começaram a brotar do chão.

Deste ponto em diante é cada vez maior a presença de funcionários e máquinas, mexendo tanto na pista central quanto abrindo terreno e preparando o piso para implantação das vias marginais. Principalmente entre o local onde ficava o posto da Polícia Rodoviária Estadual e a RS-020.

 

: Trecho entre os viadutos Itacolomi e da Dorival: obras a milhão

 

A “milhão”

 

Como se diz popularmente e em rodas de amigos, “a milhão” mesmo estão os trabalhos entre a estrada Itacolomi e o quilômetro 21, próximo do Atacadão, já na altura do Morro do Coco. Entre o Viaduto da Itacolomi e a avenida Brasil, há uma rua lateral em construção.

E o ponto sob o viaduto da avenida Dorival de Oliveira também já está sendo alargado para receber a outra via dupla da obra. Mas onde as coisas estão acontecendo mesmo é do viaduto da Dorival até o Atacadão, trabalho retomado pela Sultepa em 30 de novembro passado depois que uma grande ação de reintegração de posse foi realizada, em outubro passado.

 

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ESTÁ PARADO:

 

: Duplicação do lote 3, do quilômetro 0 ao 5.

 

ESTÁ ANDANDO

: Duplicação do lote 1, do quilômetro 11 ao 21. 
: Duplicação do lote 2, do quilômetro 5 ao 11.
: Recuperação da pista velha entre os quilômetros 5 e 11.
: Construção do acesso ao viaduto da Avenida Itacolomi (mais de 80% pronto).
: Construção do viaduto da avenida Marechal Rondon (obra parcialmente parada)
: Construção de elevada sobre o poliduto da Transpetro (em Sapucaia do Sul)

 

TEM QUE ANDAR

 

: Sinalização das novas pistas centrais e marginais.

 

LICITAÇÕES EM ANDAMENTO:
 

: Macaquemento (elevação) do viaduto da RS-020.
: Para elaboração de projeto de construção de seis passarelas.
: Construção de viaduto sobre a avenida Theodomiro Porto da Fonseca, em Sapucaia.
: Duplicação do lote 3, do quilômetro 0 ao 5, em Sapucaia.
: Viaduto sobre a linha do Trensurb, em Sapucaia.

 

A SER LICITADO:

: Para construção de pontes sobre o Arroio Sapucaia, divisa com Cachoeirinha.

 

Para saber

 

1

As obras no trecho de Sapucaia do Sul estão paradas desde o final de 2014. A construtora Conterra, que ganhou a licitação e chegou a iniciar os serviços em 2013, desistiu do trabalho cerca de um ano após iniciar a duplicação.

 

2

As obras entre Gravataí e Sapucaia do Sul começaram em julho de 2006. Mas só passaram a apresentar avanço, de fato, a partir de 2011. A duplicação parou nos últimos meses de 2014 e só foi retomada em 2017.

 

3

A licitação para definir a empreiteira que vai fazer o viaduto da RS-118 sobre a linha do Trensurb e sobre a Avenida Presidente Vargas recebeu três propostas na última segunda-feira (2/4): do consórcio Engedal e Premold, e da Construtora Cidade e Sogel Construtora. 

 

4

A fase ainda é de verificação da documentação apresentada pelas empresas. Depois a Comissão de Licitação vai analisar as propostas financeiras. A obra deve ser realizada em 10 meses ao custo de até R$ 4,88 milhões.

 

Confira no vídeo abaixo o que a reportagem do Seguinte: viu, nesta quinta, sobre a duplicação da RS-118 entre Sapucaia do Sul e Gravataí.

 

 

 

 

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