O prefeito enviou à Câmara projeto que condiciona o recebimento de lixo de outros municípios em aterros sanitários públicos ou privados em Glorinha à realização de audiências públicas e aprovação pelos vereadores.
É o tiro político no projeto de R$ 100 milhões da Estre Ambiental, do qual até pouco tempo o próprio Darci Lima da Rosa (PRB) era um entusiasmado defensor dos cerca de mil empregos direitos e indiretos e uma projeção de retorno em impostos que dobraria aos R$ 60 milhões em quatro anos o orçamento do município.
Em audiência pública promovida pela Câmara um mês depois do Seguinte: revelar com exclusividade, em agosto do ano passado, a intenção do bilionário Wilson Quintella Filho investir em Glorinha, além de um movimento organizado, também moradores se mostraram majoritariamente contrários à abertura de uma ‘lixeira’ para receber resíduos da Região Metropolitana, Serra e Litoral.
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Outro termômetro dos humores da população será sentido logo mais, no Glorinha Futebol Clube (ao lado da prefeitura), onde a partir das 19h será realizada audiência promovida pela Comissão de Serviços Públicos da Assembleia Legislativa.
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O Projeto de Lei 15/2018 chega num momento em que o investimento da gigante do lixo na América Latina está soterrado pelo conjunto de regras apresentado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) – órgão responsável pelo licenciamento no Rio Grande do Sul – incluir entre os “critérios eliminatórios mínimos” a localização no “interior da área de Proteção Ambiental (APA) do Banhado Grande” e também por decisão do Supremo Tribunal Federal que proíbe aterros em APAs.
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Para quem não acompanha a ‘guerra do lixo’ travada na região, a Glorinha onde a Estre comprou por R$ 5,5 milhões uma área na Vila Nova, a seis quilômetros do Centro, tem nove a cada 10 de seus 323,6 km² de território dentro da chamada APA do Banhado Grande (APABG).
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– O objetivo do projeto é garantir o direito da comunidade ser ouvida em qualquer projeto de aterro sanitário, além de permitir aos vereadores aprovar ou não – resume o prefeito, que com o projeto retira toneladas e toneladas de desgaste político que carrega desde o ano passado, quando a polêmica explodiu como gás metano.
Agora, se o empreendimento da Estre, ou de outro grupo, conseguir por um 'milagre' autorização dos órgãos ambientais, a decisão de aceitar ou não 'lixeiras' em território de Glorinha será compartilhada entre o prefeito e os vereadores da vez.
Se feder, fede para todos.
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