Camerlengo da Sé vacante, prefeito interino em 2011 e 2017, o vereador Nadir Rocha diz a quem quiser ouvir que vai pedir música no Fantástico voltando à Prefeitura, só que pela primeira vez pelo voto, em 2020.
Na noite desta quarta, ao fim da audiência pública sobre o IPTU na Câmara, ele deu um passo à frente para ganhar popularidade, e um gigantesco passo atrás para ser indicado candidato por seu PMDB, do prefeito Marco Alba e do deputado federal Jones Martins.
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Surpreendendo a todos, Nadir foi o primeiro a levantar o braço quando integrantes do Movimento SOS IPTU perguntaram quais vereadores assinariam um pedido de revisão na cobrança do imposto e da taxa de lixo.
Apareceu até em vídeo, tendo ao fundo cartazes com críticas ao prefeito.
Foi o único da base do governo a aderir ao chamamento do grupo, onde era possível identificar partidários de Daniel Bordignon (PDT).
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É de se imaginar a decepção de Marco ao ser abandonado por alguém a quem já deu a bênção para as duas interinidades como prefeito e a três mandatos como presidente do legislativo, num momento em que no Grande Tribunal das Redes Sociais é vilão de muitos que receberam carnês com IPTUs mais caros.
Mesmo que seja convicção genuína de Nadir, parece oportunismo. Nos três meses em que esteve sentado na cadeira de prefeito, o georreferenciamento estava em curso, o IPTU estava começando a ser cobrado nos atuais valores em sua região, as Moradas do Vale e Águas Claras, e ele nada fez para baixar os impostos.
Pelo contrário, pagou religiosamente em dia o contrato com o consórcio que faz a revisão do cadastro imobiliário.
O afastamento de Nadir de Marco, de Jones (cujo aniversário nem foi) e do PMDB não é caso de “era uma vez…”, como na história da carochinha. Já é de “Eram várias vezes…”.
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