Se o dinheiro sairá do mundo virtual para o real, é outra coisa. Mas há um plano B do governo Marco Alba (PMDB) para tocar obras de infra-estrutura entre 2018 e 2019 se a buro(ou burro)cracia continuar atrapalhando a liberação do financiamento de R$ 100 milhões habilitado por Gravataí ainda em 2016 junto à Confederação Andina de Fomento (CAF): vender imóveis e a água e o saneamento.
No Orçamento de R$ 800 milhões deste ano, já aprovado pela Câmara de Vereadores, estão inscritas receitas de R$ 30 milhões com a venda de imóveis e terrenos, além de R$ 20 milhões da outorga (autorização) pela concessão dos serviços e água e saneamento no território de Gravataí.
Entre o patrimônio que o governo projeta leiloar está, por exemplo, o prédio anexo aos fundos da Prefeitura e o Parque Municipal de Eventos, às margens da RS-118. A idéia é que o negócio com a água e esgoto seja feito tanto em uma concessão da exploração por uma empresa privada, como pela Corsan (que hoje tem a outorga), caso a estatal vença a licitação que a Prefeitura programa lançar neste ano.
Conforme uma fonte do governo, o inventário de bens e imóveis que serão alienados é guardado com sigilo para evitar a especulação. Alguns, mesmo decanos, só agora estão tendo escrituras e documentações regularizadas. Já o otimismo com que os leilões atinjam as cifras milionárias inscritas no Orçamento vem de uma avaliação de que a crise ainda anda por aí, mas o pior ficou no passado: a economia está em recuperação e, mais de uma década depois, os olhos do mundo estão mais uma vez voltados para Gravataí com o ‘show do bilhão’ da GM.
Os R$ 50 milhões são contabilizados pelo governo como parte da contrapartida (de mesmo volume e que inclui obras já feitas como as duplicações da Jorge Amado e da Avenida Brasil) aos R$ 100 milhões do CAF – que prevê como principais investimentos as pontes do Parque dos Anjos, a Centenário e a chamada Rota Turística para ligar a Freeway à RS-020, passando pela Arthur José Soares, uma nova avenida e a RS-030. Quando real, o dinheiro pode ser usado para adiantar as obras enquanto o dinheiro do financiamento não for liberado.
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Outra opção pode ser aliviar o caixa no dia a dia, usando os recursos para abater dívidas – hoje Gravataí paga, entre contas históricas e precatórios trabalhistas, uma media de R$ 50 milhões por ano.
Uma lei municipal aprovada em 2014 permite que a destinação do dinheiro seja decidida pelo prefeito, sem necessidade de autorização da Câmara de Vereadores.
É a carta na manga do prefeito, e na conta da Prefeitura, se a estratégia der certo.
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