coluna da Vanessa

Murilo e a sua exposição nas redes sociais

Murilo se tornou figura pública a partir das postagens nas rede sociais

Com um ano e oito meses de vida já tínhamos o diagnóstico do Murilo: ele faz parte do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Por cerca de duas semanas fiquei organizando meus pensamentos e tentando compreender o que estava sentindo em relação a tudo.

Um dos meus maiores medos era não saber como lidar com a sociedade e com possíveis situações de incompreensão e de preconceito. Logo senti a necessidade de fazer algo. Comecei a fazer postagens sobre o autismo na minha rede social e, aos poucos, meus familiares e amigos começaram a identificar que aquilo tudo era um desabafo e, também, uma forma de levar a informação a todos sobre esta deficiência.

Para mim tudo isso tornou-se muito importante, pois era uma forma de eu receber o apoio e o carinho de pessoas que também estavam passando por situação igual, e de tantas outras que não estavam enfrentando este quadro, mas estavam se sentindo solidários.

Estas postagens começaram a ser compartilhadas e eu comecei a conhecer outras pessoas que também têm filhos com este diagnóstico. Foi em conjunto com outros pais que fundamos a Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Gravataí – Novo Horizonte.

Esta instituição tem um trabalho incrível. A partir de uma parceria com a Faculdade Cesuca disponibilizamos atendimento psicológico para os indivíduos acometidos pelo Transtorno do Espectro do Autismo. Oficinas de confecção de material adaptado pedagógico, grupo de apoio "Pais em Ação" e palestras sobre o assunto.

 

: Caminhada da conscientização do autismo  em 2 de abril passado, no Parque da Redenção, Poerto Alegre

 

: Murilo, ainda bebê seu cresciment

 

: Caminhada da conscientização do autismo  em 2 de abril de 2015, em Gravataí

 

: Murilo, aos cinco meses

 

E, aos poucos, fui deixando a "vida nos levar". Meio que perdi o controle da situação e, quando percebi, o Murilo já estava se tornando uma figura pública. Através das minhas publicações ele passou a ser inspiração a outros pais que também têm filhos com autismo.

Algumas incertezas, porém, começaram a ecoar em meus pensamentos: "Será que estou tomando as decisões certas? Quando ele tiver uma maior compreensão de tudo e autonomia, ele vai me culpar por esta exposição ou orgulhar-se de tudo que eu tenho feito?”

Pois bem! Optei por continuar com as portagens e, além disso, também aceitei o convite de escrever para o Seguinte:, tendo mais este veículo de comunicação como uma ferramenta para dividir as nossas experiências e multiplicar o nosso conhecimento, levando um pouco de conforto aqueles que precisam.

Divido também as nossas angústias, os nossos sonhos, as nossas alegrias e o imenso orgulho que sinto do meu filho. Encaro como uma oportunidade enriquecedora escrever a todos vocês além de também poder documentar as experiências do Murilo.

Desejo que, no futuro, ele possa ler tudo o que ficou registrado e sentir todo esse carinho e orgulho que temos por ele.

 

 

 

 

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