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10 coisas que Miki fez em Cachoeirinha

Natural de Cachoeirinha, Miki Breier foi vice-prefeito e vereador de Gravataí, deputado estadual e secretário de Estado, antes de ser eleito prefeito de Cachoeirinha em 2016 com 34.369 votos, quase seis a cada dez confirmas digitados nas urnas

Seguinte: abre espaço para os prefeitos listarem as principais ações feitas no ano. O primeiro foi Darci Lima da Rosa, de Glorinha. Hoje, é Miki Breier, de Cachoeirinha. Abaixo você confere a reportagem em vídeo, áudio ou texto

 

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Se a vida não anda fácil para o povo, também não foi fácil para os prefeitos.

Em Gravataí, com a eleição fora de época, Marco Alba (PMDB) assumiu só em abril. E o 2017 que teve a melhor notícia dos últimos tempos com o anúncio de mais um show do bilhão da GM, foi manchado pela guerra do tráfico que fez o Facebook inscrever a cidade como zona de atentado, após tiroteio com duas mortes e três feridos na comunidade da Morada do Vale.

Em Cachoeirinha, Miki Breier (PSB) viveu o caos nas contas públicas, ao herdar uma crise que foi da marolinha ao tsunami, tendo no leme antecessores de seu mesmo barco político. Ainda abalado pela maior greve da história da cidade, governa olhando mais para as tabelas de receita e despesa do que outra coisa.

Em Glorinha, Darci Lima da Rosa (PRB), em tempos de gente sem trabalho, voltou 12 anos depois à Prefeitura com a mesma obsessão dos dois primeiros governos, onde foi o pai da industrialização da cidade:

– Meu negócio é gerar empregos.

Mas em 2017 só se falou da polêmica da Estre, gigante do lixo na América Latina que negocia instalação na cidade.

Como os políticos sempre reclamam que só notícia ruim dá manchete, o Seguinte: abre espaço para os prefeitos mostrarem, em 10 itens, o que fizeram em 2017, e as perspectivas para 2018.

Na semana passada, mostramos realizações e planos de Darci Lima da Rosa na Glorinha, paraíso entre a Capital, a Serra e o Mar. Hoje é a vez de Miki Breier (PSB) e as 10 coisas que ele fez por Cachoeirinha:

– Estamos fazendo o que nos comprometemos, cientes de que temos que olhar para frente, sem arrependimentos – resume Miki.

Mas, e Cachoeirinha sobreviveu à tragédia da perda da Souza Cruz, que era responsável por quase metade do retorno de impostos? O pior já passou?

– Penso que sim. Atravessamos dificuldades que Cachoeirinha nunca tinha enfrentado. Mas fizemos os ajustes necessários – avalia Juliano Paz, secretário de Governança e ‘primeiro-ministro’ do governo Miki.

Confira 10 das principais ações citadas na entrevista de Miki.

 

1.

NOVOS INVESTIMENTOS

Com receita em queda e gastando oito em cada dez reais em folha de pagamento, qual o plano ao sentar na cadeira?

– Desenvolver a cidade e atrair investimentos. Atraímos 490 novos empreendimentos. Cachoeirinha tem localização que ajuda, é próxima da Capital. Empreendedores acreditam no nosso potencial – diz Miki.

 

2.

CORTE DE GASTOS

Para equilibrar as contas, Miki mexeu primeiro no governo. Não foi suficiente. Os ajustes chegaram ao funcionalismo.

– Nos deparamos com gastos muito acima da Lei de Responsabilidade Fiscal na folha de pagamento. Tivemos que enfrentar esse tema. Bem antes da posse reduzimos de 19 para 12 o número de secretarias, de 250 para 160 os CCs, demonstrando que o governo queria ser mais enxuto. Mas nos primeiros meses percebemos que teríamos que ir além. Então enviamos um conjunto de medidas para Câmara. O que dissemos na campanha cumprimos: não mexer em direitos de ninguém. O que fizemos foi rever vantagens que não existem em outros municípios da região – argumenta o prefeito.

O ‘Miki Mãos de Tesoura’ também agiu nos contratos do governo e nas licitações.

– Só na revisão de contratos e licitações chegamos a uma economia de R$ 10 milhões no ano. Um exemplo é o contrato com a varrição e capina, que de R$ 1,5 milhão por mês caiu para R$ 500 mil – calcula.

 

3.

CRIATIVIDADE

Na crise, a criatividade teve que substituir o cifrão, na criação do Centro do Idoso, reconhecido nacionalmente pelo Ministério da Saúde, no Procon nos Bairros, e em programas como Corpo em Movimento, oficinas na Praça da Juventude e a transferência da biblioteca para Casa do Leite, onde o governo está lançando edital para abertura de uma cafeteria. Entre os planos para 2018 também é prevista criação de uma academia ao ar livre e um Brique no Parcão, aos moldes do Parque da Redenção, em Porto Alegre:

– Com a crise, procuramos projetos a custo zero ou baixo custo. E, com criatividade, conseguimos – conta a secretária de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Patrícia Vianna.

 

4.

PARCERIAS

Parcerias também serviram como moeda no ano onde não se teve dinheiro nem para pagar os salários em dia. Novas calçadas na avenida Flores da Cunha são um exemplo: os comerciantes entram com os materiais, o governo com a mão-de-obra. Na 49, a primeira está em obras.

– A idéia é fazer em toda Flores da Cunha – projeta Miki.

No Parcão, uma parceria público-privada reforma brinquedos e bancos. Em outra, câmeras móveis são testadas ainda sem custos para o município.

Para compartilhar a zeladoria da cidade, foi lançada a campanha Cachoeirinha, Eu Amo, Eu Cuido.

– Queremos que cada um cuide da cidade como de seu quintal – apela o prefeito.

Da parte do governo, a coleta seletiva já chega a todas as casas.

 

5.

UPA 24H

A projeção do prefeito é conseguir neste ano abrir a Unidade de Pronto Atendimento 24 Horas do Jardim do Bosque, investimento de R$ 5 milhões.

– Deveria ter sido entregue em abril ou maio de 2015, mas parou. A empresa não conseguiu tocar as obras e agora conseguimos desenrolar os entraves. A construção será retomada esta semana. Nós queremos entregar este ano. Não gosto de falar em prazos, mas a idéia é que este ano ela funcione.

 

6.

MATO DO JULIO

Miki acredita que está próxima uma solução para o Mato do Julio. E ali, além de possivelmente ser feito um grande empreendimento imobiliário, é projetada uma perimetral ligando a ponte à parada 59.

– A negociação está avançando com os herdeiros.

 

7.

CHICO MENDES

O governo conseguiu desenrolar projetos que permitiram a construção de uma quadra poliesportiva no Parque da Matriz e o início do Skate Park, na praça do Palmeirinha. Além da retomada dos investimentos no Chico Mendes, onde R$ 6 milhões estavam quase perdidos.

– Um vendaval destelhou casas e depois houve uma ocupação irregular. O prefeito Vicente Pires teve dificuldade para retirar os ocupantes e a Caixa e o Ministério das Cidades queriam R$ 6 milhões de volta. Retomamos, vamos tentar concluir escola infantil e entregar o que está ali. Ainda teremos que devolver R$ 500 mil, mas ganhamos mais de R$ 5 milhões e as pessoas que deveriam receber as casas, receberam. São cerca de 300 famílias que viviam em área de risco como Olaria, Navegantes…

 

8.

A PPP DA CORSAN

Cachoeirinha aderiu à parceria público-privada oferecida pela Corsan, que em uma década promete “índices de primeiro mundo” em tratamento de esgoto e abastecimento de água.

– Temos um patamar de 50% do esgoto tratado, ainda fruto do Pró-Guaíba. Com a PPP, ao final de 11 anos chegaremos a 85%, índice de primeiro mundo. Sozinhos não conseguiríamos fazer.

Miki articula a construção de um Museu do Rio Gravataí, na Casa de Cultura.

– Já temos um recurso de R$ 800 mil da Consulta Popular para construir um píer e transformar num ponto turístico da cidade, para que as pessoas fiquem de frente para o rio. É uma parceria com APN-VG (Associação de Preservação da Natureza do Vale do Gravataí).

 

9.

SEGURANÇA

Há duas semanas, 40 guardas municipais de Cachoeirinha passaram a andar armados.

– Priorizamos essa questão por entender a importância do tema. Segurança hoje é prioridade para as pessoas – resume Miki.

O prefeito também é um entusiasta da Balada Segura, que acontece semanalmente:

– Como Cachoeirinha tem pouca extensão, ao saber que há Guarda Armada, monitoramento eletrônico, central de vídeo e Balada Segura, aqueles que não são amigos da lei procuram outros lugares.

O monitoramento por câmeras é chamado de Cachoeirinha Digital, e traz uma novidade: além do cercamento eletrônico, estão sendo ligadas câmeras de empresas ao Centro Integrado de Comando e Controle. A projeção é chegar a 1000 câmeras vigiando as ruas da cidade.

– Aproveitamos câmeras da comunidade que estejam instaladas em pontos estratégicos para dar uma pronta resposta – explica o secretário de Segurança e Mobilidade Marco Aguirre Gouvêa.

 

10.

TRANSPARÊNCIA

Para o prefeito, a conexão aberta com a comunidade foi o grande feito de 2017.

– Uma grande marca de 2017 foi a transparência. Todas as quartas, a partir das 7h30, no Gabinete da Gente, minha sala está aberta sem marcar hora; a cada 15 dias, aos sábados, o Prefeitura com a Gente vai aos bairros e estamos semanalmente fazendo pelo Facebook uma transmissão ao vivo, de uma hora, com a participação do prefeito, do vice, do secretário de Governança e de um secretário convidado. Então, quem tem uma crítica forte, fale conosco que vamos dizer o que está acontecendo. Percebemos que há muita desinformação. Nenhuma pessoa da cidade que queira vai deixar de falar com o prefeito. Vamos conversar e explicar tudo que acontece, o que dá para fazer ou não dá

Sabemos dos limites, nossos e dos governos estadual e federal – explica Miki.

Juliano Paz é o ‘apresentador’ das lives:

– O prefeito e o vice (Maurício Medeiros) definiram três eixos: participação, transparência e gestão de resultados. E na transparência não há um questionamento de cidadão de Cachoeirinha que não possa ser debatido com o governo. As pessoas tem hoje o controle social sobre as ações do governo municipal. Levamos o governo às pessoas presencialmente e também abrimos canal pela internet, ao vivo, para o contato direto.

Miki também elogia a nova forma de atender na recepção da Prefeitura.

– Colocamos uma equipe, com camisetas escrito “posso ajudar”, para acolher bem que chega na Prefeitura. Todos são acompanhados até o setor que procuram.

Qual a principal orientação para receber as pessoas?

– Simpatia e auxiliar e orientar as pessoas a chegar ao lugar onde procuram. Muita gente chega confusa – explica a recepcionista Maria Eduarda Arnau Rodrigues.

 

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Para quem não sabe, Miki é famoso por fazer um violão e voz para os amigos, e também por dar canjas em eventos sociais mesmo agora como prefeito. Que música melhor representaria 2017 para ele?

– Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo… – brinca Miki.

– Sem brincadeira, a gente precisa se adaptar às novas realidades. Uma coisa é estar no legislativo, na militância… mas quando assumimos papel de chefe do executivo, não que tenhamos que repensar tudo, mas é preciso avaliar as coisas sob um novo contexto. Aprendemos muito, por ter que rever algumas questões pelas circunstâncias. Sabemos que nenhuma cidade é uma ilha, que Cachoeirinha está dentro de um contexto e precisamos superar algumas questões.

E para 2018, qual seria a canção?

– Gosto do refrão de Pais e Filhos, “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”. Creio que cabe para quando estamos iniciando uma nova caminhada, com amor, com querer o bem das pessoas. Nosso slogan é Cuidar de Todos Muda Tudo. Queremos que as pessoas sintam o governo preocupado com elas. Tem que pensar a cidade para 40 anos, mas as pessoas querem resolver hoje o problema da saúde, da vaga na escola, do buraco na frente da casa… Então, com a gente enfrenta esse problema?

Ao final da entrevista, o jornalista Silvestre Silva Santos provocou Miki: e o refrão do Zeca Pagodinho, “Deixa a Vida me Levar”, tem lugar no teu governo?

– Sabe que essa música eu sempre questionei? Acho que temos que fazer a vida ser levada por nós. Eu não deixo a vida me levar, acho que a gente tem que tomar decisões. Eu faço as coisas acontecerem. A vida só me leva quando eu decido – encerra Miki.

 

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