Uma ação que está em tramitação na Justiça e que foi impetrada em 1º de março de 2016, há quase dois anos, portanto, pode acabar na expulsão dos comerciantes de um terreno que fica na esquina da avenida Loureiro da Silva com a rua Prefeito Ary Tubbs, bem no centro de Gravataí.
Trata-se do camelódromo que, segundo informações não oficiais, estaria no local há cerca de 30 anos. O terreno, com cerca de 10 metros de largura por 18 metros de comprimento, é propriedade do governo do estado que está, agora, pretendendo vender a área pelo valor de R$ 1,6 milhão.
A ordem para o camelódromo deixar aquele ponto central da cidade foi assinada pela juíza Keila Silene Tortelli, da 2ª Vara Cível da Comarca de Gravataí em novembro passado e, desde então, os comerciantes e seus advogados estão tentando protelar ao máximo a ação de reintegração de posse.
Hoje são 18 bancas que mantém cerca de 100 pessoas, segundo um dos proprietários que não quis falar sobre o assunto para não prejudicar novas negociações mantidas com o Palácio Piratini, mesmo que o assunto já tenha sido divulgado nas redes sociais como um ‘pedido de socorro’ para que o camelódromo seja mantido no local.
Reunião na capital
Na reunião que aconteceu na manhã desta quarta-feira (17/1) no Palácio Piratini, segundo as informações não oficiais, representantes dos comerciantes do camelódromo teriam apresentado uma proposta para comprar o terreno, sustando por decisão do governo a ação de reintegração que poderia ocorrer nos próximos dias.
De acordo com a mesma fonte, esta proposta não contempla o valor original de venda, avaliado pelo governo, de R$ 1,6 milhão.
— A gente fez uma proposta mas com um valor bem mais abaixo. Com isso eles (o governo) disseram que vão suspender a ação até que a gente chegue a um acordo — disse o comerciante, por telefone.
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Na Prefeitura
Na administração municipal o assunto também já está sendo avaliado. Até o começo da noite o setor de Comunicação Social deve emitir uma nota com a posição oficial em torno da questão.
A pretensão é esclarecer que se trata de uma ação judicial impetrada pelo governo do estado, que é proprietário do terreno, e que o governo de Gravataí não tem ingerência na questão.
PARA SABER
1
De acordo com um dos comerciantes, o pedido de entrevista feito pelo Seguinte: seria discutido com os advogados do grupo para avaliar se uma reportagem seria oportuna ou não. Ele ficou de manter contato telefônico com a redação, mas não retornou.
2
A reportagem também fez contato com o escritório de advocacia, onde a secretária disse que o advogado encarregado do processo estaria em reunião em Porto Alegre e que posteriormente manteria contato telefônico. Não houve o contato.
O DESPACHO
De 21 de novembro passado, o despacho assinado pela juíza Keila Silene Tortelli, tem o seguinte teor:
— Considerando a manifestação do Estado à fl. 364, e tendo em vista que não foi noticiado acordo nos autos, expeça-se mandado de reintegração de posse, autorizando o uso da força pública, caso necessário. Deve constar no mandado o nome e telefone dos servidores que acompanharão o Oficial de Justiça no cumprimento da diligência, indicados à fl. 364.