coluna do martinelli

Darci: Se a Estre for poluente não aceitarei em Glorinha

Darci Lima da Rosa tenta tranquilizar população e vai abrir diálogo com ambientalistas

Talvez só se tenha ouvido falar mais em Grêmio ou Inter do que em Estre, neste ano, em Glorinha. O Seguinte: foi ouvir o prefeito para saber das últimas. Darci Lima da Rosa talvez tenha dito o que nunca disse. Confira e saiba mais sobre a polêmica nos links relacionados dentro da matéria

 

Se Darci Lima da Rosa trabalha sete dias por semana e aos domingos passa a chave tarde da noite na Prefeitura, se arrumou estradas, se tapou buracos do caminho da praia que eram responsabilidade do governo estadual, se vai inaugurar posto de saúde, se entregou ambulância, promove um super Natal Luz ou negocia com 30 empresas a instalação em Glorinha, tudo isso passou praticamente despercebido.

O assunto do ano foi a Estre, gigante do lixo na América Latina que comprou por R$ 5 milhões área de 250 hectares para instalação de uma central de resíduos e temelétrica na Vila Nova, a seis quilômetros do Centro do município de cerca de 8 mil habitantes.

– Quero a Estre, é um investimento que em algum tempo chegará em R$ 1 bilhão, dobrará o orçamento que hoje é de R$ 30 milhões e movimentará a economia local gerando mil empregos diretos e indiretos – diz o prefeito eleito em 2016 para o terceiro mandato com cinco de cada 10 votos dos mais de 5 mil eleitores que foram as urnas. E alimenta uma obsessão que vem de seus governos anteriores: criar postos de trabalho.

– Emprego é tudo numa família. Lutei pela Goodyear, pela Fibraplac e tenho certeza que no futuro as pessoas vão reconhecer na vinda da Estre um grande negócio.

Mas engana-se, ou engana aos outros quem sustenta que o prefeito aceitará a empresa em Glorinha a qualquer custo. Talvez pela primeira vez publicamente, Darci fala com mais clareza sobre os impactos ambientais do processamento do lixo de uma centena de municípios da Região Metropolitana, Litoral e Serra no empreendimento de R$ 100 milhões que espera licença da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para operar.

– Eu não sou louco de querer para minha cidade um negócio poluente. É uma decisão de estado. Se os órgãos ambientais e seus corpos técnicos avaliarem que a Estre traz riscos para Glorinha, a empresa não se instalará aqui. Mas se autorizarem, não há porque ter medo. Pouca gente sabe, mas achismos e politicagens fizeram Santo Antônio perder a Pirelli para Gravataí. E aqui em Glorinha havia gente contra a Fibraplac, que hoje gera 8 a cada 10 empregos, acredita? – disse há minutos, ao Seguinte:.

A visita que fez a uma central da Estre em Fazenda Rio Grande, que fica a 19 quilômetros de Curitiba, o faz avaliar que o empreendimento será liberado pelos órgãos ambientais.

– Não há cheiro, tem um rio correndo ao lado, não há registro de danos aos mananciais, ao solo. Estamos falando de alta tecnologia, uma coisa futurista, o mercado verde, de geração de energia limpa processada do lixo, de biogás, de créditos de carbono – argumenta, citando a capacidade de abastecimento de 10 Glorinhas.

– A 500 metros do empreendimento instalou-se um condomínio classe A. Ricos morariam ao lado de um lixão, se a Estre fosse um lixão como muitos dizem, por desinformação ou interesse?.

– Mas, para tranquilizar a população, que está alarmada por toda política que se está faz sobre isso, repito o óbvio, o que achava que não era necessário dizer: a Estre só vem se a Fepam autorizar. Até porque a Prefeitura não tem poderes para licenciar nenhum empreendimento acima de cinco hectares.

 

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‘Rei do lixo’ diz sim

 

Dia 22 de novembro, Darci voou a São Paulo, onde se reuniu com Wilson Quintella Filho. O bilionário proprietário da Estre e seus 23 aterros, conhecido como o ‘rei do lixo’, reafirmou a prioridade do investimento em Glorinha, terra escolhida após cinco anos de pesquisa pela empresa que neste ano abriu capital e lançou mais de um bilhão de dólares em ações na bolsa norte-americana Nasdaq.

– A empresa está preparando os relatórios de impacto e adequando o projeto nos mínimos detalhes. A Estre quer mesmo vir para Glorinha.

 

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A nascente do diálogo

 

Após um período onde, junto à família, recebeu inclusive ameaças, e as brigas políticas quase terminaram em tragédia na Câmara, Darci trabalha silenciosamente nos bastidores para acalmar os ânimos e dialogar. A nascente da conversa será uma reunião que é articulada junto a ambientalistas mais descolados do GreNal político que vive a cidade.

– Se a Fepam autorizar a instalação, ainda teremos audiências públicas e muito diálogo com a população. Não se fará nada às escondidas – garante.

 

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A ONU

 

Certo é que muito ainda se falará da Estre pelas bandas da Pompílio Gomes Sobrinho. Basta observar o que acontece com o Solvi, que trava uma aparente ‘guerra do lixo’ com a Estre. O megagrupo, que hoje tem o monopólio dos resíduos sólidos no Rio Grande do Sul, tenta há três anos, sem sucesso, se instalar em Viamão.

Como principal inimigo, tem algo como uma ONU: o Ministério Público.

 

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