(Kit para abertura de notícia. Jornalista: recorte e cole depois do jogo)
I – O HORROR
Renato perdeu o respeito do torcedor gremista quando optou por uma formação 5-4-1. Estava morto de medo do poderoso Real Madri e preocupado apenas com a possibilidade de ser um bicampeão inédito como jogador e técnico. Perdeu, ainda, a chance de ganhar estátua na Arena. E ganhou. Ganhou o quê? Vaias de quem atravessou o mundo para ver o Imortal Tricolor encolhido. E vaias no retorno a Porto Alegre (Atenção, editor: conferir se o balaquero volta mesmo ao Brasil ou fica lá nos tais emirados, envolvido em uma burka. Consta que vai permanecer disfarçado por todo o sempre). Renovação do Renato para 2018? Nem a pau, Nicolau!
II – O DESCONTROLE
Presidente Bolzan e paparicadores, assessores competentes, aspones e asmenes diversos, o técnico, parece que ninguém viu como age um grande time europeu quando tem golo anulado em campeonato onde juiz e normas gerais não permitem pressões emocionais por parte dos jogadores. Aconteceu com o Real Madri contra o Al Jazira, na quarta-feira, mas Cristiano Ronaldo e companhia aguentaram no osso. Assim, as expulsões de Kannemann e Ramiro neste sábado trágico não constituem surpresa. O “penso” deles desaparece nas hemorragias da indignação Surpreendente é que a voz de alerta no vestiário não se fez ouvir. Fomos derrotados, mas pelo menos o adversário não nos colocou na roda.
III – O AZARÃO
Boa parte da Imprensa local e nacional comentou, logo depois da dramática vitória contra o Pachuca, que o Grêmio tinha chegado lá. Isto é, que o mérito era estar na final e o resultado não importava mais. Os onze em campo assumiram esta condição de “azarão” ante o Real Madri. O Al Jazira ia ser um passeio, não ia? Só que terminou o primeiro tempo na frente e iniciou o segundo tempo perdendo um golo mais do que feito, por detalhe de impedimento, dois atacantes contra o goleiro. A história poderia ter sido outra. Perdemos porque não acreditamos. Perdemos por não confiar. Arthur fez falta, muita falta.
IV – A DIGNIDADE…
O sonho terminou. Segundo lugar é sempre segundo lugar e não se comemora. O que é preciso destacar é que caímos peleando. Mais do que jogadores, tivemos heróis disputando cada bola como questão de honra, de vida e de morte. O Grêmio fechou-se, mas não se encolheu. Foi muito arriscada a decisão inicial de Renato mandando Geromel colar no portuga Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro. O fenômeno atraiu Geromel para fora da área, abrindo um vazio por onde o Real Madri entrou como quis. A marcação individual feita por quem estava mais perto rendeu mais resultados e bloqueou o craque nascido em Funchal em 5 de fevereiro de 1985. Só que o estrago já estava feito e o Real Madri apenas administrou o escore. Sem mágoas, sem choro, vamos para a Libertadores 2018! (Pena que não haverá GreNal…)
V – A EUFORIA!
A Terra é azul! A Terra é azul! Yuri Gagarin, o primeiro cosmonauta, estava mais do que certo em 12 de abril de 1961. A questão, agora, não é mais SE Renato merece uma estátua na Arena Tricolor, mas ONDE será colocada. (O melhor lugar é o círculo central do gramado, mas ia atrapalhar os jogos…). É, tem dias memoráveis em que tudo dá certo. E o sábado, 16 de dezembro de 2017, é um destes dias para quem é gremista. Escore apertado, dramático até o último segundo da prorrogação. Everton, o talismã Everton Cebolinha! De novo ele! Gente chorando em campo, nas arquibancadas, na frente das tevês por todo o mundo, porque há gremistas em qualquer lugar do mundo, um mundo que é e sempre será azul. Colorados emocionados, também eles, disfarçando a lágrima gaúcha e brasileira com a desculpa do cisco no olho. Vencemos! (Agora só falta a Arena Tricolor ser do Grêmio, não é presidente Bolzan?)
Mário Rocha é jornalista, professor e gremistão.