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EXCLUSIVO | O revoltante caso do massacre de jacarés no Gravataí

Imagens que obtivemos com exclusividade mostram até crianças em meio a quadrilha de caçadores de jacarés

– Bate, bate, mata, mata o lagartinho.

Na filmagem um adulto incita uma criança de não mais de cinco anos a atingir com um pequeno galho de madeira o corpo estirado de um, pelos seus quase 3 metros, centenário jacaré-do-papo amarelo que após ser abatido a tiros é carneado nas margens do Rio Gravataí.

– Agora traz a gelada pro pai – pede o homem, enquanto filma a latinha de cerveja, a carne assando numa churrasqueira e pelo menos outras sete pessoas manuseando mais de uma dezena de jacarés abatidos perfilados pelo acampamento improvisado.

O local do crime é revelado no próprio vídeo que estava no celular de um dos caçadores: a região do Guará, dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) do Banhado Grande.

Depois de mostrar aos chocados participantes da reunião de agora há pouco do Comitê de Gerenciamento da Bacia do Rio Gravataí as imagens do massacre de jacarés – prática denunciada pelo Seguinte: em reportagem na última sexta-feira – o promotor Eduardo Coral Viegas anunciou que está aberto inquérito civil público para identificar o que chamou de quadrilha especializada na caça e venda da carne dos animais em extinção.

 

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Um inquérito policial também foi instaurado na Delegacia do Consumidor de Porto Alegre para investigar a comercialização dos jacarés mortos, cuja carne chega a ser comercializada por até R$ 100 o quilo.

– É uma quadrilha organizada. Abrimos investigação e já estamos produzindo provas. Com base nas imagens que apreendemos em alguns flagrantes vemos também a corrupção de menores. E queremos saber quem está comprando essa carne – apontou aquele que é o responsável pela fiscalização de todas as questões ambientais na Bacia do Gravataí.

Viegas informou que apenas um suspeito segue preso, mas pelo porte de arma, depois de uma, pelo menos até o momento, sigilosa operação conjunta do MP, Brigada Militar, Fundação de Meio Ambiente (FMMA) de Gravataí, Grupamento Ambiental da Guarda Municipal, Guarda Municipal, Secretaria Municipal de Segurança e Polícia Civil.

Outras provas para o inquérito também já foram colhidas em sobrevoos e navegações pelo rio, onde já foram instaladas câmeras pela FMMA para flagrar a ação dos predadores.

– Também há registros de ameaças aos proprietários das terras. E inclusive tiros já foram disparados contra quem tenta impedir o bando de agir – revelou o promotor, que preferiu não dar mais detalhes sobre as investigações.

 

Ainda o deboche

 

Não há como não se revoltar ao assistir o vídeo e ver as fotos que o Seguinte: obteve com exclusividade, onde os caçadores debocham dos próprios crimes, chegando a deitar sobre jacarés mortos. 

São cenas fortes. Não provas vivas, mas testemunhas mortas de que, enquanto estivermos de costas para o Rio, o Gravataí seguirá dos predadores: tanto dos que portam armas, quanto dos que só enxergam na terra cifrões ou nas águas um sumidouro para chaminés submersas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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