O Seguinte: pediu e jornalistas, colunistas e articulistas gremistas que tem ou já tiveram alguma relação com a região estão mandando artigos sobre o tri. O primeiro é do Cristiano Abreu
Para mim, este 2017 começou em 2007. Há dez anos, também diante de uma equipe argentina, abracei forte meu pai, Luiz Abreu, pelo título que não veio.
Não lembro por quanto tempo, mas recordo que foi silencioso e pesaroso. Ficar com o vice após uma campanha improvável naquela Libertadores reabriu as feridas ainda latentes de um começo de século sofrido.
Também não esqueço as lágrimas, o esforço doído que fiz para racionalizar que tudo é transitório, tudo começa e termina. A fase não era nossa, não adiantava…
Era preciso aceitar e esperar nossa vez.
Depois daquela noite triste, dei vários abraços bem mais felizes no meu pai, como esse da foto. Porém, faltava o abraço da redenção, aquele para cobrar a conta de 2007.
Por isso, há dez anos prometi a mim mesmo uma única coisa: abraçaria meu pai na noite da conquista do tri e, após tirar o grito de campeão entalado da garganta, agradeceria a ele por me ter feito gremista.
O grito, esse já foi dado. Só que a vida tem dessas coisas… Hoje estou distante, morado em outro estado e vou ter que esperar até o dia 8 de dezembro, quando estarei em Porto Alegre, para abraçar o meu velho pai.
Mas agradeço desde já: Luiz Abreu, muito, mas muito obrigado pelo teu gremismo contagiante.
Um abraço, tricampeão da América!
Cristiano Abreu é jornalista e gremistão