As pontes do parque, reivindicadas ao longo dos, pelo menos, últimos 20 anos, estão novamente no centro de uma polêmica desde que o governo municipal anunciou na terça-feira da semana passada (21/11) a duplicação da avenida Centenário, trecho compreendido entre as rótulas do Ginásio Aldeião (rua Adolfo Inácio de Barcelos) e da RS-118.
Inclusive com a assinatura da ordem de serviço para que a empresa Pedraccon Mineração e Pavimentação, de Porto Alegre, iniciasse logo os serviços de levantamento topográfico e marcação do terreno, para posterior incursão do maquinário. O prazo é de cinco meses e o custo de R$ 1,3 milhão.
Cada sentido do trânsito vai ter duas pistas de 3,5 metros cada, mais um metro de canteiro central em toda extensão. Aliás, a demarcação do que vai ser a pista duplicada já está parcialmente realizada e exatamente uma semana depois, hoje, terça (28/11) uma retroescavadeira começou a rasgar o terreno.
A polêmica
Tão logo foi divulgada a autorização para que a Centenário, na realidade ainda RS-030, seja duplicada, as redes sociais se encheram de críticas pela opção e questionamento sobre as razões pelas quais a duplicação não iniciou pelas pontes sobre o Arroio dos Ferreiros, gargalo e ponto de engarrafamento do trânsito em todos os dias da semana nos horários de pico.
O Seguinte: foi ouvir a explicação do secretário municipal de Obras Públicas, Paulo Ricardo Martins, o Paulão.
: Secretário de Obras, Paulo Martins, explica a opção pela Centenário
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O QUE ELE DISSE:
1
— Toda aquela área é do governo estadual. O município não tem ingerência, não tem poder para determinar o que fazer. Toda intervenção naquele trecho depende de autorização e só pode ser executada seguindo estritamente os critérios do Daer (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem).
2
— Os últimos governos, todos, esperavam que a obra fosse feita pelo governo estadual já que ali é uma RS. Como não há sequer projeto, mas apenas um rascunho de muitos anos atrás, o prefeito Marco Alba determinou que a duplicação das pontes fosse uma das metas do seu governo, e é o que está acontecendo agora.
3
— Foi priorizada a Centenário como uma das etapas do conjunto de obras naquela região que compreende, ainda, a revitalização da Adolfo Inácio e a duplicação das pontes. Como a revitalização da Adolfo e a rótula do Aldeião vão ser feitas pela empreiteira responsável infraestrutura do Codomínio Seminário, e não há ainda um projeto executivo para as pontes, o município optou por tocar a obra de duplicação.
4
— Importante destacar que o projeto da obra de duplicação das pontes vai ser elaborado pelo corpo técnico da empreiteira que está prestando serviços à Cyrella, e não vai ter custo para o município. É o conjunto de obras de mobilidade que fazem parte da contrapartida acertada com a Prefeitura para implantação do condomínio.
5
— O recurso que vai ser investido na duplicação, R$ 1,3 milhão, faz parte do conjunto de obras que vêm sendo executadas no sistema viário do município, desde 2015, e que estão sendo lançadas como contrapartida ao financiamento de R$ 100 milhões que está sendo buscado junto à Confederação Andina de Fomento, o CAF. A contrapartida é de R$ 100 milhões, também, o que representa investimentos de R$ 200 milhões ao longo dos próximos três anos.
6
— O projeto de uma ponte não é algo tão simples. Mesmo com toda capacitação que tem nosso grupo técnico, preparar o projeto de uma obra de arte de grande porte como é o caso das pontes é bem mais complicado. Lá atrás, quando a Cyrella manifestou a intenção de implantar o condomínio, ofereceu em contrapartida um acesso alternativo do Parque dos Anjos ao centro, por um terreno que passaria pelo lado da Pirelli.
7
— Esta é uma alternativa que se tornou inviável por conta da dificuldade de execução. É um trajeto muito longo, que passaria por algumas áreas de APP (Área de Preservação Permanente), e isso exigiria processos de liberação ambiental que poderiam nem ter aprovação concedida. Então foi o município trocou esta ideia pelo projeto das pontes do parque.
8
— A priorização da duplicação da Centenário não tem nada a ver com intenção de beneficiar o condomínio (Ceminário, em implantação). Acontece que são três frentes diferentes e era necessário começar por uma delas. Qual a mais viável no momento? A do Centenário, que depois de oito meses o Daer nos autorizou a realizar a obra.
: Já tem máquina na pista. Trabalho iniciou próximo ao quartel do Corpo de Bombeiros.
O que está acontecendo agora
: A Pedraccon está iniciando a duplicação da Centenário com as máquinas abrindo os primeiros trechos onde deverá ser preparado o terreno para a colocação da pista asfáltica.
: A mesma empresa, que está trabalhando na infraestrutura do Seminário Landscape, está agora trabalhando no projeto executivo das pontes, passo indispensável para nortear a feitura do edital de licitação que vai definir a construtora que executará a obra
: A Cyrella, através da empreiteira contratada, vai realizar as melhorias no acesso do condomínio à rua Adolfo Inácio de Barcelos, sem ônus para a Prefeitura.
: Também a Cyrella, através da mesma empresa, vai realizar as alterações na rótula, ou trevo, do Aldeião, seguindo modelo já projetado por empresa de São Paulo com a finalidade de desafogar o trânsito no semáforo.
: O município está esperando pela assinatura do financiamento de R$ 100 milhões da Confederação Andina de Fomento (CAF) – expectativa que isso aconteça seja um presente de Natal para Gravataí – para, com o projeto pronto, lançar o processo de licitação para a duplicação das pontes.
: O município também aguarda pela aprovação, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, do projeto que transforma a rodovia estadual RS-030 em rodovia municipal entre a RS-118 e o trevo de acesso à fábrica da Pirelli. A medida possibilita à Prefeitura realizar intervenções sem que dependa da aprovação técnica ou tenha que seguir diretrizes estabelecidas pelo Daer, autarquia do governo do estado que administra, ou deveria administrar, aquela via.
Assista no vídeo abaixo a reportagem do Seguinte: sobre a autorização para início da duplicação da Avenida Centenário.