rio gravataí

Arrozeiros perderão licenças por lançar lodo e veneno no Gravataí

Coleta de amostras foi feita após sobrevoo que identificou irregularidades no plantio no rio

Minutos após ir ao ar a reportagem do Seguinte: sobre a turbidez da água do Rio Gravataí e a suspeita de contaminação por agrotóxicos, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) anunciou que aceitou o pedido da Fundação de Meio Ambiente de Gravataí (FMMA) e a recomendação do Ministério Público Estadual para suspender as licenças ambientais e obstruir drenos de fazendas de produção de arroz que estão jogando resíduos de lodo – e possivelmente veneno – na bacia hidrográfica.

 

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A diretora-presidente da entidade, Ana Pellini, disse à Zero Hora, em matéria também publicada logo depois da postagem do Seguinte:, que os proprietários das fazendas serão multados e as áreas não poderão produzir arroz a partir da próxima colheita. 

— Eu vejo que temos que achar o equilíbrio entre a atividade econômica e o meio ambiente para que ninguém saia prejudicado. Esse sistema não é recomendado. Isso compromete a qualidade da água e prejudica a população. Vamos tomar as providências. Não é possível que, ano após ano, nós tenhamos problemas — argumentou, se referindo à cultura de arroz irrigado que, pelo Plano de Manejo da Bacia Hidrográfica do Gravataí que tem prazo de conclusão no ano que vem, será proibida a partir de 2022. 

Conforme Pellini, as licenças serão cassadas após a conclusão do cálculo das multas que serão aplicadas aos produtores, que além da esfera administrativa responderão nas civil e penalmente, como pediu o promotor Eduardo Viegas.

Como oSeguinterelevou ontem, no mesmo período de 2016, quando a sujeira das plantações prejudicou o abastecimento de água, um pedido semelhante já tinha sido feito pelo Comitê da Bacia do Gravataí, mas sem resposta da Fepam. Com a reincidência do problema, o órgão agora vai agir.

 

: Voo mostrou camada de sedimentos liberados das lavouras diretamente no Rio Gravataí

 

Operação conjunta

 

São quatro as fazendas que estariam descartando irregularmente resíduos agrícolas nas águas da bacia, entre Viamão, Glorinha e Gravataí, conforme apurado em investigação feita com um sobrevôo e pesquisa de campo em operação deflagrada na semana passada reunindo Fepam, FMMA, MP e Grupamento Ambiental da Brigada Militar.

A contaminação por agrotóxicos e o nível oficial de turbidez do rio serão divulgados em 15 dias, com base em mais de 20 exames que estão sendo feitos em amostras coletadas durante a operação conjunta dos órgãos ambientais.

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