Em frente! O que todos sabem sobre as mulheres e há muito tempo? Ganham salários menores que os homens, mesmo quando executam a mesma atividade profissional; mulheres ainda são assediadas no ambiente de trabalho, sem constrangimento para os assediadores, geralmente seus colegas ou superiores; quando são assediadas, mesmo sendo vítimas deste comportamento, ainda hoje são consideradas culpadas, inclusive por outras mulheres; elas têm jornada tripla no dia a dia quando somadas as rotinas da casa e da família aumentando sua estafa emocional.
Não, a lista não acabaria aqui, pois ainda há muitos exemplos negativos da condição feminina, em relação ao Mundo do Trabalho e é aterrorizante que com toda a informação disponível, esse cenário violento e degradante se perpetue através dos tempos.
Uma das grandes referências mundiais da defesa dos direitos femininos, Simone de Beauvoir, disse certa vez que pelo trabalho, a mulher diminui a distância que a separa do homem e que somente o trabalho pode garantir-lhe uma independência concreta. Possivelmente, porque que no ambiente profissional é mais visível a interlocução dos gêneros e ficam mais evidentes suas disparidades, consonâncias e a possibilidade de mensuração de valores.
Mas é exatamente deste ambiente que emerge um sintoma dessa crise entre gêneros. Mesmo conscientes e aguerridas na busca de sua colocação e valorização, as mulheres reagem menos ao confronto, pois preferem a parcimôna. No livro “Women Don’t Ask: negotiation and the Gender Divide” (Mulheres não questionam: Negociação e à discriminação entre sexos) as pesquisadoras Linda Babcock e Sara Lascheveruma se aprofundam na análise do movimento das mulheres no mercado de trabalho.
Aparecem situaçãoes que você já deve ter vivido ou percebido, inclusive na vida pessoal: acreditar que ainda não é o momento de pedir uma promoção, muitas vezes por acreditar que será valorizada em algum momento; medo da reação dos outros; medo de falhar; reduzir ou não valorizar as próprias conquistas e não acreditar no valor do próprio trabalho; não dizer o que deseja colocando-se em segundo plano.
Em frente! Sem autoconfiança não se vence. Talvez, o que todos sabem sobre as mulheres – e há muito tempo – não seja dito ou há um grande esforço para que seja esquecido. Sem rótulos ou falso-mérito, igualdade e respeito tem que estar ao alcance de todos e em todos os sentidos. Em frente mulheres, na Vida Real e no Mundo do Trabalho, por nenhum direito a menos.