histórias da bola

Injustiças na Copa do Mundo

“São semanas de sacrifício, mas isso é nada pela glória máxima do futebol: o orgulho de dar um beijo na Copa do Mundo” (Maradona, jogador e técnico).

“O Brasil mede a sua história pelas Copas do Mundo” (jornal inglês The Guardian).

 

Grandes jogadores do futebol, craques de grandes clubes, estarão fora da Copa do Mundo do próximo ano, a 21ª da história e primeira no leste europeu, na Rússia, porque os seus países não conseguiram uma das 32 vagas. Ficarão de longe, por exemplo, o galês Gareth Bale do Real Madrid, o tcheco Petr Cech do Arsenal, o ucraniano Andriy Yarmolenko do Borussia Dortmund, os chilenos Arturo Vidal do Bayern Munique e Falcão Garcia do Mônaco, os holandeses Robben do Bayern e Van Persie do Fenerbace, os bósnios Pjanic da Juventus e Dzeko da Roma, mais o italiano Buffon da Juve – que seria o primeiro jogador com seis Copas, como ele sonhava.

E grandes jogadores da história do futebol nunca tiveram na verdade a oportunidade de participar de uma só Copa do Mundo. O atacante George Weah jogou em grandes clubes da França, Itália e Inglaterra, foi eleito melhor do mundo em 1995, mas era liberiano, e a Libéria nunca se classificou. Já aconteceu o mesmo com os galeses Yan Rush e Ryan Giggs, e com o norte-irlandês George Best. Até o argentino Alfredo Di Stefano, astro do Real Madrid, nunca jogou a Copa: esteve em 1962 no Chile, pela Espanha, mas não entrou em campo, não jogou um pobre minuto.

Grandes jogadores brasileiros também nunca chegaram ao mundial, por motivos diversos. O atacante paulista Arthur Friedenreich jogou na seleção de 1914 a 1935 (até os 43 anos!), mas ficou fora das Copas de 1930 e 1934 por divergências pontuais entre dirigentes do futebol de São Paulo e Rio de Janeiro. Excluídos de 1950 foram os atacantes Tesourinha, lesionado, e Heleno de Freitas, porque tinha ameaçado dar um tiro no técnico Flávio Costa em 1949 no Vasco. Os gaúchos Eurico Lara e Aírton não eram chamados porque simplesmente não jogavam nos grandes centros…

Houve também jogadores brasileiros que ficaram de fora por opção. Ainda em 1950 o zagueiro Píndaro pediu dispensa porque considerava Flávio Costa muito autoritário. O ponteiro Julinho, que já tinha jogado em 1954, renunciou por antecipação à Copa de 1958 porque estava atuando na Itália e não achava justo tirar vaga de jogador de um clube do Brasil. E em 1986 o lateral Leandro, que havia jogado o mundial de 1982, no dia do embarque simplesmente se recusou a viajar, solidário com os amigos Renato e Éder, cortados por Telê Santana. 

O caso do talentoso atacante austríaco Matthias Sindelar foi ainda mais especial: jogou uma Copa, em 1934, foi semifinalista – e deixou de disputar a segunda em 1938 por causa de uma circunstância brutal. A Áustria voltaria a jogar mas aí, às vésperas da segunda Guerra Mundial, o país foi anexado pela Alemanha, e formada uma seleção conjunta dos dois países. Sindelar, “O Homem-Papel” por magro e leve, foi convocado mas não aceitou.

Judeu, nascido tcheco, foi encontrado morto em seu apartamento em Viena meses depois, a 3 de janeiro de 1939, com a namorada, Camila Castagnola. Oficialmente o fato constou como acidente por asfixia com monóxido de carbono, no aquecimento do imóvel, mas a hipótese de duplo suicídio também é mencionada. Sindelar morreu com apenas 36 anos.

 

Agenda histórica do futebol gaúcho na semana

 

19.11, domingo

1933 – São Paulo de Rio Grande campeão gaúcho, 2×1 Grêmio, Eucaliptos

1941 – Seleção gaúcha chega a São Paulo após viagem de ônibus de 56 horas, para campeonato brasileiro de seleções estaduais

1944 – Gaúchos 2×1 paulistas, no Rio de Janeiro, campeonato brasileiro de seleções: os 11 jogadores gaúchos entram em campo com flâmulas de clubes cariocas, e durante todo o jogo recebem o apoio da torcida local

 

20.11, segunda-feira

1983 – Grêmio empata em 1×1 com Brasil de Pelotas, Renato é vaiado e ameaça não ir a Tóquio; primeiro Gre-Nal feminino, Inter 2×0, gols de Beti

2005 – Inter 1×1 Corinthians no Morumbi, campeonato brasileiro, com pênalti sonegado e Tinga expulso no mesmo lance

 

21.11, terça-feira

1920 – Guarany de Bagé segundo campeão gaúcho, 2×0 contra o Uruguaiana, em Pelotas (vice o Grêmio)

 

22.11, quarta-feira

1925 – Grêmio Bagé campeão gaúcho, 3×1 Grêmio, Baixada

 

23.11, quinta-feira

1946 – Prefeitura de Porto Alegre informa que iniciará terraplanagem de área para construção de estádio municipal, em Teresópolis

1955 – Grêmio inaugura iluminação do Olímpico

1980 – Grêmio bi gaúcho, 0x0 Inter no Beira-Rio

1983 – Inter tri gaúcho, 2×0 São Borja (vice Brasil de Pelotas)

 

24.11, sexta-feira

1921 – Grêmio pela primeira vez campeão gaúcho, 1×0 Uruguaiana, Baixada (vice Riograndense de Santa Maria)

1940 – Inter campeão gaúcho pela terceira vez, 2×1 Bagé, Timbaúva

1957 – Iniciado aterro do Guaíba para a construção do Beira-Rio, pela  draga “Ster”, veterana da escavação do Canal do Panamá, quarta maior do mundo, 94 metros de comprimento por 15 de largura

2007 – Juventude de Caxias perde por 3×2 para o Fluminense no Maracanã, e após 13 anos na primeira divisão brasileira é rebaixado à segunda

 

25.11, sábado

1920 – em seu primeiro jogo contra equipes estrangeiras, Inter derrota por 5×2 na Chácara dos Eucaliptos a tripulação do couraçado caçaminas inglês Petersfield

1953 – Cruzeiro 0x0 Torino, na Itália

1984 – Inter vence Gre-Nal 271 por 2×0 no Beira-Rio e estabelece maior vantagem na história do clássico: 31 vitórias a mais – 112 contra 81 derrotas com 78 empates 

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