“Nada mais triste que uma tatuagem numa pele murcha”.
(Ernani Ssó, escritor gaúcho)
Se arrependimento desbotasse imagens na pele, estaria resolvido o maior problema de quem mandou tatuar por impulso ou por paixão passageira. Puizé: o auge da onda das tatuagens passou, o fenômeno agora é a remoção das gravações. Haja sofrimento físico, paciência, money e tecnologia.
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De onde surgiu tantos arrependidos? Do avesso da força das tendências: a fraqueza dela diante de novos tempos, quer dizer, de outras tendências. Nada mais difícil que escolhas definitivas. (Nem presidente dura 4 anos!) Tudo é passageiro, sobretudo tinta entranhada na carne por modismo.
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O mercado aponta, o noticiário registra: agora os tatuadores já se ocupam mais com casos de deletar imagens da epiderme que com novos trabalhos. E nesse ramo, capaz de atender tudo quanto é desejo esquisito, arrependimento tem seu preço: até 20 vezes mais caro que a tatuagem original.
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Fora traços de ex-amores, compreensíveis de serem eliminados de coxas, nádegas, ombros, pescoços, etc, há outros sinais que justificam faxina a laser: desenhos sem criatividade ou sem conceito sensível, inexpressivos ou padronizados, e até malfeitos. Coisas assim cansam o olho e a mente.
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Claro que nem sempre o gosto duvidoso e as ideias repetitivas enchem catálogos (afinal, a decisão é sempre do cliente). E há, mundo a fora, artistas que criam peças exclusivas, design sob medida pra cada ego, todos magistrais na caneta e agulha. Visitar suas galerias é programa de arte.
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O Seguinte: selecionou 11 tatuadores (2 brasileiros) cuja arte nada tem de descartável.
A onda passou, as marolas continuam, as tatuagens removíveis vieram pra ficar e a estética obedece a vaidade humana, e esta é escrava da moda. Neura ou não, nem todos querem morrer com o corpo que nasceram.
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