3º Neurônio | comportamento

Blergh! O nojo nosso de cada dia

Todos temos ascos, aversões, repugnâncias. Essas reações instintivas – às vezes escandalosas, às vezes traumatizantes – integram o cinto de utilidades com que nascemos. São essenciais mecanismos auto protetores, a garantia dos arghs e dos blerghs diante do nauseante. Puizé, sabem todos: para o bem da nossa carcaça, tudo aquilo que nos desperta náusea será evitado. Por isso damos larga volta na carniça, viramos a cara para excreções na via pública, nos livramos de comida estragada, pedimos novos pratos e talheres conforme estranhamos a limpeza, é um longo etc.

Nessa escala de incômodos anti-higiênicos, nos adestramos para o visível, muito mais fácil de contornar no cotidiano. Porém, por incrível que pareça, é no invisível que o nojento enoja mais e nele ocorrem mais imundícies e riscos para os organismos mais delicados. Nem é necessário estatística: basta listar os ambientes que frequentamos e os locais onde menos suspeitamos da porcaria. A partir dessa pauta saudável, meio desagradável aos sensíveis, o Seguinte: elaborou um rol de coisas (do menos pro mais nojento) onde micróbios, vírus, germes e bactérias vivem felizes para sempre.

Mande sua lista!

 

1.

Chaveiros. Não saímos sem eles, andamos sempre com eles. E de vez em quando entregamos a manobristas. Se é todo de metal, menos mal; se é de couro ou plástico o teor de nojo aumenta; e se for emborrachado ou tipo bichinho de tecido, bem, já conquistou seu lugar neste rol. 

 

2.

Carteira. O que vale pro dinheiro em si vale pro ninho dele: além das notas, a carteira guarda documentos, cartões de crédito e outros apegos pessoais. Que saem, cumprem sua circulação lá fora, e voltam contaminados pro seu aconchego. Sem esquecer que carteira mofam, e que as pessoas não se desfazem tão rápido de carteiras velhas.
 

3.

Dinheiro (cédulas e moedas). É o mais óbvio mas nem ligamos mais: da carteira pro caixa, da mão de alguém pro nosso bolso, esse vai e vem não provoca o menor nojo. Em si, não causa repulsa. A repulsa vem se nos lembrarmos dos gestos após mexer nos pilas: mão na boca, mão no bebê, mão no amor da sua vida, mão no doente, mão nas próprias partes íntimas. O dinheiro não só fala mais alto, ele cala a gente sobre o nojo.

 

4.

Bolsos. Parece inocente em higiene. Como moram no nosso armário, nos acompanham em tudo e oferecem tanta serventia, os bolsos são sempre absolvidos. Aliás, o tribunal do senso de alerta nem chega a se pronunciar. Mas os bolsos são o pior acessório a serviço da coleta e redistribuição de sujeira. Eterno entra e sai com a cumplicidade irresponsável das mãos.
Dá o que pensar – por curtíssimo tempo.

 

5.

Cães e gatos. São queridos e amados – cada dono projeta neles o carinho que gostaria de receber, nada anormal – e sua fofura perturba qualquer avaliação séria sobre novo. Tirando o fato que cães e gatos se lambem

(o gato se lava com a língua), algo pior precisa ser citado: todos esses bichos domésticos lambem seus ânus! O tempo todo, à vista dos donos.

As pessoas, porém, não têm isso em mente quanto aceitam ser lambidas na face, na boca. Depois, essas pessoas se beijam entre si, aos bebês e os doentes. Já vi cão em shopping fazer isso junto à praça de alimentação!

 

6.

Teclado e mouse de computador. O teclado, todo mundo cansado de saber, é o maior depósito doméstico de nojeiras: espirros, tosse, saliva e perdigotos, respiração quente e úmida, gordura dos dedos (que pegaram em Money, gato e cachorro), o escambau. E o mouse, depósito paralelo de tudo isso, concentra as imundícies que acumulamos nas mãos. Como não temos asco? Ah, a internet nos distrai.

 

7.

Botão de elevador (qualquer elevador). Não importa se o edifício é uma torre de luxo ou um prédio antigo, se uma construção residencial ou pública. O que conta é que o elevador lota incontáveis vezes, um incessante sobe e desce de microrganismos no ar e, o que mal é percebido, e botões do equipamento. Nem se calcula as probabilidades das doenças, contagiosas ou não, a circular no box de vidro e aço escovado. Sem falar nos porcalhões e seus dedos gosmentos e asquerosos. Um alento: é costume faxina em elevadores.

 

8.

Corrimões (de escadas, em ônibus, metrô etc). É um clássico do enojamento. A arquitetura vertical e o transporte público nos contemplaram com esse acessório, útil pero contaminador. Talvez nos ônibus o nojo seja dos mais Justificados: aos corrimões verticais e horizontais, além dos encostos dos bancos, se agarram passageiros suados, gripados, sem banho frequente, com dedos carregados de germes. Multiplique por viagens e meses, e acrescente o seguinte: a limpeza só se ocupa de assentos e do chão.

 

9.

Carrinho de supermercado. Eis, quem sabe, a coisa menos suspeita de nojo na sociedade de consumo. A verdade é que aquele pegador pra empurrar o carrinho é um imã para contaminações.  De onde vêm todas aquelas mãos, em que estado chegaram ao carrinho? Vá saber. Esse objeto roliço é semelhante aos corrimões de ônibus/metrô, então a nojeira parece a mesma, com um grave agravante:  carrinhos jamais são higienizados.

 

10.

Menu de restaurantes e bares. Um dos maiores enojadores do mundo e dos menos suspeitos. Ou alguma vez você pensou na superfície gordurosa do cardápio que, famintos, você e sua turma folheiam? Ninguém pensa nisso. Deviam pensar: é um objeto com imensa manipulação diária, por gente de hábitos negligentes (acumulados com os 9 tipos acima). Fora isso, ganham as migalhas e respingos. Tudo isso fermenta, baita foco de cultura, germes e bactérias e moscas no paraíso. Como estão quase sempre melados, pegajosos, tá na cara que a limpeza é rarefeita.

Blergh!

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