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Perto, da Digicon, é tecnologia de Gravataí até para o espaço

André Figueiredo, diretor comercial da Perto, empresa do Grupo Digicon de Gravataí, apresentou as instalações da empresa que fabrica até peças para aviões

Quando o diretor comercial André Naibert Figueiredo se curvou para juntar do chão o que parecia ser uma pequena etiqueta caída acidentalmente, em um canto de um imenso pavilhão de beneficiamento de aço, percebi que realmente eu e o Guilherme Klamt – meu fiel escudeiro e editor de imagens do Seguinte: – estávamos em uma empresa singular.

Foi durante nossa visita, na quinta-feira que passou, quando fomos conhecer a estrutura do Grupo Digicon no Distrito Industrial de Gravataí. De quebra, a Perto, empresa do grupo e que tem levado o município aos quatro cantos do planeta, por assim dizer, com uma gama enorme de produtos, especialmente os de automação bancária.

A Digicon, que neste 2017 fechou 40 anos de fundação, e a Perto (30 anos em 2016), ocupam cerca de 44 mil metros de área construída, em um terreno com mais de 60 mil metros, onde as duas empregam em torno de 1.000 dos mais de 1.700 colaboradores que têm em Gravataí, nas 22 filiais espalhadas pelo Brasil e na novíssima fábrica inaugurada na Índia e que neste outubro está soprando a sua primeira velinha.

 

Assistencial

 

De cara, depois das apresentações e cumprimentos iniciais, André nos leva por um corredor onde, coincidentemente, está o Projeto Pescar. Mantido pela empresa há cerca de 20 anos, o braço social da Digicon/Perto se destina às crianças oriundas de famílias em situação de vulnerabilidade social. Ou seja, de baixa renda.

Desde março passado em novo e remodelado ambiente, com mais espaço, cerca de 12 alunos recebem ensinamentos de eletrônica, mecânica e administração. Projetam e industrializam peças e ensaiam a comercialização, como numa real organização industrial/comercial. São 900 horas-aula que devem ser cumpridas. Mais de 90% dos alunos saem dali empregados.

 

Nos pavilhões

 

O Grupo Digicon, que tem orgulho, pelo que deixa evidente o diretor André Figueiredo, pela alta tecnologia que desenvolve, produz de tudo. Mas é tudo mesmo! O aço entra em lâminas e sai na carroceria de caminhões transformado em cerca de meia centena de diferentes máquinas e equipamentos.

Com um diferencial: até as peças – inclusive as que são feitas em plástico de alta resistência – são industrializadas na aldeia dos anjos. Das minúsculas ventosas para captação de cédulas de dinheiro nos dispensadores dos caixas eletrônicas – as borrachinhas são compradas – à estrutura e cofres dos terminais de atendimento bancário, os famosos caixas eletrônicos que encontramos por aí.

Por falar em cofres, ali na empresa de onde se enxerga parte da RS-118 e da Freeway, são industrializados também os sistemas de travamento e bloqueio, e definidas as senhas que os funcionários autorizados vão utilizar depois para ter acesso e manusear os equipamentos para fins de manutenção ou abastecimento de dinheiro.

São salas hermeticamente fechadas, seguras, nas quais só é permitido o acesso de duplas de funcionários biometricamente identificados. Aliás, salas seguras são várias, uma necessidade decorrente do tipo de equipamento produzido. Em pelo menos uma sala, de alta segurança, o serviço é realizado sob monitoramento de duas câmaras. Uma, de backup.

 

Aeroespacial

 

E o caro amigo leitor e leitora sabia, por acaso, que aqui mesmo em Gravataí foi montado um dos dois satélites que o Brasil mandou ao espaço na década de 80. Além de produzir painéis solares para os dois satélites, o segundo foi totalmente montado por aqui antes de embarcar para a estação de onde a Agência Espacial Brasileira o mandou para circundar o planeta.

— Temos orgulho disso. Os dois satélites foram mandados para o espaço e cumpriram bem suas missões, e a Digicon teve papel importante nestes programas — disse André.

Na Digicon de Gravataí já foram produzidas outras peças e, atualmente, saem da Rua Nissin Castiel, 240, válvulas que são empregadas por indústrias que fornecem e instalam sistemas de ar condicionado em aviões de diversos modelos produzidos por ninguém menos que Airbus, Boeing, Bombardier e a brasileira Embraer.

— Nos anos 80 fabricamos aqui componentes para mísseis, entre outras peças de uso militar, para o Exército Brasileiro — contou Figueiredo, o diretor comercial.

 

Para longe

 

Mais especificamente da Perto, saem de Gravataí os equipamentos que vão para “mais longe”. São os ATMs (terminais bancários ou, popularmente, caixas eletrônicos) adquiridos por quase todas as grandes redes bancárias do pais. A propósito, a fábrica que completa seu primeiro aniversário em Jaipur, na Índia.

De modo geral, quase 100% das pessoas já utilizaram, em algum momento, um produto da Perto. Seja nos caixas eletrônicos, as maquininhas de cartão no mercadinho da esquina lá naquele bairro mais afastado do centro, um totem de estacionamento (agora com opção de cartão de débito ou crédito, já em uso em Gravataí),

Mais do que isso, produz cofres inteligentes, máquinas para receber pagamentos e até emitir troco, impressoras de cheques, gravador de cartões inteligentes, mais recentemente, um terminal de autoatendimento que promete revolucionar o sistema de compra e pagamento nos supermercados: o self-checkout.

 

Assista ao vídeo (abaixo) com André Figueiredo, diretor comercial da Perto.

 

Outsourcing

 

No passeio pelas instalações do Grupo Digicon/Perto foi possível ver, através de persianas mais ou menos entreabertas, o que poderia ser um serviço de telemarketing de uma empresa. Na verdade eram funcionários do serviço de gerenciamento e manutenção à distância de todos os processos de gerenciamento à distância de terminais bancários

É um grupo de full outsourcing, ou seja, a Perto faz uma espécie de arrendamento das máquinas para estabelecimentos bancários que não fazem investimento como a compra dos equipamentos. Daqui de Gravataí os funcionários da Perto monitoram o que está acontecendo, agora, no Banco de Brasília.

 

Na olimpíada

 

No ano passado os produtos da Digicon foram largamente utilizados no Rio de Janeiro e em outras cidades onde aconteceram jogos da Olimpíada 2016. No transporte público, como metrôs, tanto no controle de acesso – catracas – quanto totens para pagamentos de tarifas ou venda de cartões.

 

O fundador

 

O “senhor” Elbling, como o polonês Joseph é chamado, deixou seu país natal fugindo da II Guerra Mundial. Acabou vindo para o Brasil em 1950 e parou no Rio Grande do Sul depois de trabalhar em muitos países por conta da formação como engenheiro eletrônico. Na aldeia, dentro da alemã Wotan Máquinas e Operatrizes, acabou fundando a Digicon.

O primeiro produto foi o indicador de posição em máquinas de corte em substituição ao sistema manual que usava as tradicionais réguas com partição milimétrica. Foi um avanço que fracionou até o milímetro, como hoje acontece na ferramentaria de alta precisão, a chamada mecânica fina.

Hoje seus dois filhos tocam o grupo Digicon/Perto. O inglês Thomas Elbling é controlador e presidente da Perto e do Grupo Digicon. O também inglês Peter Elbling é presidente da Digicon.

 

: Fundador da Digicon, o polonês Joseph Elbling, chegou ao Brasil em 1950.

 

: Peter Elbling é presidente da Digicon.

 

: Thomas Elbling é controlador e presidente da Perto e do Grupo Digicon

 

Grupo Digicon

 

1

A Digicon é um grupo de empresas que aliam desafios tecnológicos e inovação para oferecer aos clientes soluções sob medida para suas necessidades.

 

2

Com estrutura totalmente vertical, o Grupo desenvolve, produz, comercializa e mantém a grande maioria dos componentes utilizados em seus equipamentos, garantindo autonomia, precisão e flexibilidade para adaptar-se às diferentes necessidades do mercado e dos clientes. 

 

3

Com planta industrial em Gravataí, filiais administrativas em Alphaville (Barueri/SP) e assistência tem todo Brasil, compartilha valores e diretrizes gerenciais, e cada empresa tem atuação independente nos processos de desenvolvimento, produção e comercialização de produtos e serviços.

 

4

A Digicon atua nos segmentos de controladores de acesso (catracas), controle de ponto, controladores de tráfego viário, sistemas de controle de estacionamento rotativo (parquímetros), de bilhetagem eletrônica para transporte urbano e componentes build-to-print.

 

5

A Perto é uma empresa de tecnologia para bancos e varejo e está presente nas maiores instituições financeiras do Brasil – quase todas – e do mundo com soluções em equipamentos de automação, serviços e software.

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