café com o presidente

A CPI do Ipag e outras polêmicas de Nadir

Presidente da Câmara Nadir Rocha convidou imprensa para café da manhã

A CPI do Ipag foi o café amargo na conversa de Nadir Rocha com jornalistas, na manhã desta quinta-feira, na sala de reuniões da presidência.

– O legislativo, como órgão fiscalizador, vai abrir essa caixa-preta. A população, que paga junto a conta, precisa saber porquê o Ipag Previdência e o Ipag Saúde estão quebrados – disse, sobre o cálculo atuarial bilionário e a necessidade de pagamento pelo governo de alíquotas complementares onde o céu é o limite para garantir aposentadorias passadas, presentes e futuras dos 5 mil servidores municipais.

O presidente da Câmara de Gravataí não poupou os sindicatos dos professores e dos municipários:

– Por que não fizeram nada enquanto R$ 90 milhões eram desviados para outros fins? A maioria dos funcionários não sabia, mas a direção do sindicato sim – criticou, lembrando as ‘pedaladas’ dos governos Daniel Bordignon e Sérgio Stasinski, que não depositaram regulamente a parte da Prefeitura para o instituto de previdência, “sob o silêncio” de sindicalistas.

Nadir alertou para o ‘poder de polícia’ previsto constitucionalmente para a CPI, que pode convocar depoimentos, inclusive de ex-prefeitos.

– É bom que Rosane Bordignon seja uma das três integrantes da CPI. Aí não se poderá dizer que o relatório final puxou pra cá, ou pra lá, só pela política partidária. É uma CPI para a cidade – polemizou, avaliando não haver conflito de interesses pela vereadora ser esposa do ex-prefeito cujo primeiro governo foi onde o Ipag começou a funcionar, após ser criado no apagar das luzes por Edir Oliveira para permitir à Prefeitura ‘dar um balão’ em dívidas com o INSS.

O presidente da Câmara também disse esperar explicações para autorizações de procedimentos de altos valores pelo Ipag Saúde:

– Há cirurgias de R$ 150 mil. E casos como de pessoa que fez 24 obturações em um ano – exemplificou.

Ele descartou a possibilidade de contratação de uma assessoria jurídica especializada em direito previdenciário para auxiliar a CPI, como chegou a cogitado em conversas entre o presidente Alan Vieira (PMDB) e o relator Bombeiro Batista (PSD).

– O Tribunal de Contas não permite. Já deu problema na CPI das Próteses – observou, recordando da comissão criada na legislatura anterior para investigar se havia alguma ramificação da máfia das próteses na rede de saúde municipal ou no próprio instituto de previdência, mas que não produziu resultados para além de fotos e selfies.

 

OUTRAS DO NADIR

 

“Me considero um bom presidente. E olha que enfrentei momentos difíceis no comando da Câmara, como a cassação de uma prefeita e o afastamento de dois funcionários concursados por corrupção”.

 

“Sou pré-candidato a prefeito. Acho que a política é como uma escola, onde já passei pelo primário, pelo ensino fundamental, pelo ensino médio e pela universidade. Estou no quinto mandato e, em 2020, terei 62 anos. Estou pronto para ser prefeito. Não é um cargo para alguém cair de pára-quedas”.

 

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“Tive a oportunidade de ser prefeito interino por duas vezes. Na primeira, após a cassação (2011), a Prefeitura estava de chorar. Já neste ano tive a oportunidade de fazer muita coisa, inaugurar muitas obras que o Marco (Alba) deixou encaminhadas”.

 

“O prefeito tem um jeito diferente, difícil para muitas pessoas, mas é muito inteligente, um ótimo gestor e tem portas abertas no Estado e em Brasília. Dá para dizer que o Marco é mais técnico e eu mais político, mais da rua”.

 

“Quando assumi a Prefeitura pela primeira vez o (Giovani) Grizotti entrou pela porta de microfone na mão, e com um cinegrafista com uma câmera daquelas de filma o Papa, perguntando da minha demissão por justa causa do Grupo Hospitalar Conceição. Eu expliquei que fui perseguido porque tinha influência sindical e quando o Lula ganhou a Presidência da República não quis me filiar ao PT quando me botaram na parede. A matéria nem foi para o ar”.

 

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“Ninguém mais viajou ou tirou diárias, mas acho que pegaram muito no pé de uma coisa que, se bem usada, é boa. Vejo as diárias para a qualificação do vereador como um pai e uma mãe que podem pagar uma universidade para o filho”.

 

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“A Câmara de Gravataí é um exemplo. Usamos metade do que poderíamos receber constitucionalmente do orçamento. De 2003 para cá já devolvemos R$ 150 milhões para a Prefeitura”.

 

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“Os vereadores de Gravataí trabalham. E trabalham bastante. Por interesse ou desinformação, muitas pessoas alimentam o ‘quanto pior melhor’ nas redes sociais. Se você perguntar para 10 pessoas, a maioria vai dizer que não precisa existir a Câmara. E quase ninguém sabe o que um vereador pode ou não fazer. Muitas vezes as pessoas batem aqui desesperadas, como um último tiro, achando que o vereador é um semi-deus, quando na verdade não podemos fazer nada além de fiscalizar a apresentar projetos que não criem custos para a Prefeitura”.

 

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