Dimas Costa é nome certo nas urnas para 2020. Mas não na primeira tela, de quatro dígitos. Na segunda, de dois cliques, como candidato a prefeito.
O vereador reeleito se prepara para a aventura cursando Gestão Pública, que deve concluir ano que vem, e diz tanto na fila da madrugada do posto de saúde, quanto na assembléia do sindicato dos professores, que não concorrerá novamente à Câmara.
Para isso, tem em seu grupo político a esperança de que Anna Beatriz, companheira e conselheira tutelar mais votada em 2015, aceite a convocação.
A dúvida é: por qual partido o jovem de 36 anos concorrerá à Prefeitura de Gravataí?
Hoje Dimas, ex-PT, está no intraduzível PSD, da primeira linha dos governos Sartori e Temer. De posições e votos da esquerda católica para o centro, sofre um estupro ideológico consentido, desde que se filiou em 2016 para garantir legenda para sua reeleição – logo após Daniel Bordignon esvaziar a nominata petista às vésperas da eleição.
Dimas e o ‘Grande Eleitor’ até reataram na eleição de 2017, quando o vereador não seguiu o PSD do irmão vice, Dilamar Soares, na coligação com Anabel Lorenzi (PSB), e apoiou Rosane Bordignon, o que parecia sinalizar para uma filiação ao PDT. O que se torna cada vez mais difícil, por Gravataí inteira prever que algum dos Bordignons será candidato: ou Rosane, ou o próprio Daniel, a quem não falta coragem para enfrentar a quarta eleição sob ameaça de impugnação, já que sua pena de cinco anos de suspensão dos direitos políticos acaba em setembro de 2020 – um mês depois do registro de candidatura, mas 15 dias antes das eleições.
Suspeita-se, principalmente entre adversários do ex-prefeito e ex-deputado estadual, porque os fãs apenas sorriem quando perguntados, que Daniel Bordignon possa inscrever a candidatura e, provavelmente impugnado, renunciar e lançar para Rosane.
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Sábado passado, como faz todos os anos, Dimas deu uma demonstração de força surpreendente em tempos onde os políticos são ‘ovacionados’: reuniu, pelo quinto ano consecutivo, mil pessoas em sua festa de aniversário. Cobrando R$ 10 de ingresso para o churrasco e R$ 5 o latão. Daqueles que sabem de onde vieram, só abriu a mão para colocar de graça o Ramal 3 e o Gilson & Gabriel, ao vivo, para tocar o baile.
Nem Daniel, nem Rosane estavam lá para soprar junto as velas. O que parece ter sido senha para as inúmeras ligações e mensagens de whatsapp que o vereador recebeu de manda-chuvas locais em além fronteiras, de diferentes partidos – do A ao Z, ideologicamente falando.
Como não deve ser aprovada janela para a troca de siglas na reforma política que o Congresso corre para aprovar até outubro, o caminho de Dimas talvez só seja conhecido em 2019, quando a lei eleitoral já prevê a possibilidade de alforria e o popular vereador poderá se livrar do PSD de José Cairoli, Danrlei e Gilberto Cassab – aquele que após o golpeachment apagou a luz na noite em que Dilmar Rousseff (PT) deixou o Palácio do Planalto e, na manhã seguinte, acendeu-a para Michel Temer (PMDB).
Uma coisa é tão certa quanto precisar de O² para sobreviver: mesmo que não faça aquela oposição do 'contra tudo, contra todos', e mesmo que até 2020 o governo chegue a uma popularidade que nunca teve ainda, Dimas só não pode ir para um partido da base do governo Marco Alba (PMDB).
Simplesmente porque pegaria o fim da fila.
Talvez achismo, mas não parece ser preciso perguntar para saber que o que Dimas prefere é: nem Bordignon, nem Marco. Ele quer ser ‘a novidade’. Um Marchezan às avessas.
O que não significa que é o que ele vai fazer.
Certo – e os políticos confirmam – é que o guri está nas paradas de sucesso.