Manhã polêmica na greve geral. Confira no comentário de Rafael Martinelli e nas imagens de Guilherme Klamt o ato que terminou em confusão na Prefeitura e o Seguinte: cobriu com exclusividade. O vídeo está no fim do artigo
Greve geral até vai.
Mas na aldeia, a polêmica não adere nem a ponto facultativo.
Depois do pinga-não-pinga dos ônibus da Sogil, que não pararam e esvaziaram a greve, o que o Seguinte: contou num ‘minuto a minuto’ madrugada adentro, professoras e professores de 47 das 69 escolas paralisaram e protagonizaram o ápice do movimento em Gravataí na manhã desta sexta – apoiados pela CUT e por sindicatos como dos químicos e metalúrgicos.
LEIA TAMBÉM
ATUALIZADÃO | O blog do Seguinte: na Greve Geral
Para além do Fora Temer e suas reformas da Previdência e da CLT, o sindicato dos trabalhadores em educação municipal também botou nos cartazes a luta salarial daqui.
Em uma aula pública no salão paroquial da Igreja Matriz, noves fora, sindicalistas disseram não a mais um reajuste zero.
Apresentando cálculos para mostrar que há caixa para repor perdas da inflação, acusaram o governo Marco Alba de colocar o Ipag (que reúne a previdência municipal e o plano de saúde dos servidores) como um bode na sala para justificar a ameaça de congelamento dos salários por até 15 anos.
E procuraram comparar as políticas de Marco para o funcionalismo com as de Sartori e Temer.
LEIA TAMBÉM
Governo vai colocar o Ipag Saúde na sala
Sem resolver Ipag, funcionalismo pode ter salário congelado por 15 anos
Os detalhes da aula e a matemática do SPMG, o Seguinte: contará em reportagem especial na segunda-feira. É que, em instantes, mudou a matéria que caiu na prova.
Nas faculdades de jornalismo, conta-se a história do ‘foca’ pautado para escrever sobre a apresentação de estreia do circo. Coberto de cinzas, o novato voltou à Redação explicando não ter feito a reportagem porque um incêndio tinha consumido o circo, pessoas haviam perdido a vida, etc.
E não é que pouco antes do meio-dia, o circo pegou fogo?
Foi logo após um ‘cortejo fúnebre’ até a Prefeitura onde a maioria de professoras exibiu luto e velou qualquer possibilidade de aumento nos salários – esperança sepultada desde a primeira reunião pelos negociadores do governo.
LEIA TAMBÉM
COM VÍDEO | Governo não dará reajuste ao funcionalismo
Fosse numa sala de aula, mesmo sem Black bloc, a ocupação tática e estratégica do saguão do castelinho da José Loureiro para a entrega de um ofício ao prefeito, aceitando a proposta de discutir o controverso déficit atuarial bilionário do Ipag, poderia ter acabado no SOE – para usar uma analogia escolar das antigas.
A presidente Vitalina Gonçalves quis subir ao Gabinete do Prefeito, a Guarda Municipal não deixou.
As professoras avançaram, os guardas armaram o plano de contingência.
Gritos de guerra. Empurra-empurra. Tensão. Aplausos e vaias. Celulares nas mãos disputando imagens com a câmera do Seguinte:
Também barrados, os vereadores Paulo Silveira e Dimas Costa, da oposição, discutiam com os guardas e, como se estivessem na tribuna da Câmara, discursavam defendendo o direito dos parlamentares circularem por órgãos públicos.
A sineta só tocou depois da autorização para a presidente do sindicato subir as escadas sozinha.
Quando ‘bateu’, uma turma reprovou a outra.
– A criminalização dos movimentos sociais chegou a Gravataí – acusou Vitalina, antes de liderar o grupo até a grande manifestação de Porto Alegre.
– Bastava ter avisado que as teríamos recebido – retrucou o secretário de Governança Claiton Manfro, que recebeu o documento na ausência do prefeito, que estava em reuniões com secretários no Centro Administrativo Leste.
Assistindo ao vídeo, que tem também a versão de cada um para os incidentes, você arriscaria uma nota para os dois campos ideológicos, antagônicos não por um bimestre, mas há 20 anos?
LEIA TAMBÉM
COM VÍDEO | Um conselhão para Marco Alba
Assista ao vídeo