Dimas Costa, vereador de Gravataí, não recebeu diárias e nem teve as passagens aéreas custeadas pela Câmara para participar na quarta-feira do ‘Ocupa Brasília’. Crítico do ‘CâmaraTur’ e diária zero durante os quatro anos do primeiro mandato, o parlamentar bancou do próprio bolso a viagem para testemunhar a manifestação convocada contra a reforma da Previdência que na quarta-feira se transformou num ato pela renúncia de Michel Temer e surpreendeu até ministro do Supremo ao levar o Exército às ruas.
– Eu sou contra as reformas que tiram direitos dos trabalhadores e defendo a saída de Temer e a convocação de eleições diretas. Que legitimidade tem para aprovar reformas um presidente não eleito, que recebe no palácio um mafioso, que entra pela porta dos fundos, com nome falso e recebe “tem que manter isso, viu?” e “ótimo, ótimo” como incentivo para continuar cometendo seus crimes? E que legitimidade tem um Congresso corrupto e comprometido com interesses que nunca são os do povo para votar reformas e, derrubando Temer, escolher quem comandará o país? Pra mim é ‘Fora Temer’ e ‘Diretas Já’, com o povo votando – argumentou ao Seguinte:, na volta a Gravataí, dizendo também ter ido tratar de questões atualíssimas da aldeia.
– Com a crise instalada, fui buscar informações sobre o reflexo na troca da praça do pedágio, que dificilmente acontecerá, e sobre o financiamento de R$ 100 milhões, que ainda é uma incógnita. São duas promessas do governo que, na minha atribuição de vereador, estou buscando subsídios para fiscalizar de cima. Que o governo Temer vai cair, deputados de diferentes partidos não tem dúvida.
Descolado de seu partido, o PSD, que participa dos governos Temer e Sartori, Dimas circulou pelo Congresso com o deputado de Cachoeirinha José Stédile (PSB) e recebeu de Pompeo de Mattos, presidente do PDT gaúcho, um convite – depois tuitado – para se filiar ao partido comandado em Gravataí por Daniel Bordignon.
No salão verde, o vereador mais votado da oposição e segundo mais votado da cidade trocou um protolocar aperto de mãos com o deputado de seu partido, Danrlei de Deus, numa conversa mais curta do que a que teve com Jones Martins (PMDB), deputado de Gravataí, a quem deve enfrentar nas urnas em 2018 – numa disputa por vaga na Câmara Federal que pode valer como uma prévia para a próxima eleição municipal, já que os dois, hoje, não escondem de ninguém que querem ser candidatos à Prefeitura em 2020.
