: A colunista e turista Sônia Zanchetta diante do Jardim da Sissi que conheceu na quarta ao lado das filhas e da amiga Tuca
Terça-feira, acordamos com uma chuvinha fina, aqui em Viena, e, ao verificar a previsão do tempo, ficamos sabendo que a temperatura oscilaria entre 0 e 13ºC. Então, reviramos nossa bagagem em busca do que tínhamos de mais quentinho e lá fomos nós para a rua, pois quem está de férias em um lugar lindo como este não pode ficar de nhenhenhém por causa do frio.
Depois de comprar nossas passagens de trem à Brastislava, para a quarta, no fim da tarde, fomos, de metrô, conhecer o Palácio de Schönbrunn e o Jardim da Sissi. Uma coisa que impressiona, por aqui, é a confiança que há no cidadão. Compras o ticket do metrô em uma máquina e, em seguida te diriges à plataforma em que embarcarás.
No caminho, não há nenhuma catraca, para impedir a passagem de quem não pagou; apenas equipamentos em que os passageiros devem validar seus tickets. Quem se arrisca a viajar sem pagar pode se dar bem, ou muito mal, pois é comum que entrem fiscais nos vagões e, se alguém for pego sem ticket, confiscam-lhe o documento de identidade, que só é devolvido quando paga multa de 70 euros.
O mesmo ocorre nos ônibus. Como não há cobradores, e os motoristas não estão autorizados a receber dinheiro, os passageiros devem comprar seus tickets em determinados pontos da cidade e tê-los à mão para o caso de serem requisitados por um fiscal. Pelo que soube, os trabalhadores podem comprar um passe para todo o ano, cujo valor diário corresponde a 1 euro e dá direito a quatro viagens.
Os demais passageiros pagam 2,20 euros por viagem, e as pessoas com 62 anos ou mais, 2,80 para a ida e a volta.
Quanto ao nosso passeio, conto-lhes que o Palácio de Schönbrunn, considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, foi a residência de verão da família imperial austríaca de meados do século XVIII até o final da Segunda Guerra Mundial. É conhecido, também, como o Palácio da Sissi, porque foi filmada ali grande parte das cenas da trilogia Sissi, baseada na vida da Elisabeth Amsalie Eugenie von Wittelsbach, que passou a se chamar Isabel da Áustria ao casar com o imperador Francisco José I.
O Palácio está localizado em um parque de 160 hectares, que conta com um fabuloso jardim e oferece, entre outras atrações, o Tiergarten Schönbrunn, o mais antigo jardim zoológico do mundo, cuja área é de 16 hectares. Dali, saímos a caminhar pela cidade e, depois do almoço, o frio era tanto (e, para nosso espanto, as vitrines já exibem roupa de praia, pois o verão, por aqui, começa em junho) que decidimos voltar pra casa e nos agasalhar mais.
Voltamos a sair, novamente, um pouco mais tarde, com a Sara, nossa anfitriã, para jantar em um restaurante “euriger”. Ela nos contou que esse tipo de negócio é comum no campo, onde, para engrossar a renda familiar, os camponeses costumam servir, em mesas rústicas, em suas garagens, refeições preparadas com produtos orgânicos, de acordo com antigas receitas familiares.
O lugar em que estivemos foi criado com este conceito, e lá pedimos, por sugestão da Sara, uma tábua com queijos, presunto cru, salame, pão preto, pastinhas, raiz forte, frutas silvestres e secas, além de vários tipos de verduras, tudo arrumado da maneira mais delicada que se possa imaginar. Adoramos!
Foram nos encontrar no restaurante Andra e Sérgio, um casal romeno queridíssimo, que hospedou minha filha Nanda em uma viagem anterior, feita por meio da Couch Surfing, um serviço de hospitalidade internacional que reúne 14 milhões de pessoas, de mais de 200 mil cidades. Foi a primeira vez, desde que chegamos aqui, em que ouvimos música em volume alto, mas, nas mesas, todo mundo falava muito baixinho, como falam os austríacos em geral nas ruas, no metrô ou em qualquer outro lugar.
Cá entre nós, acho um luxo não haver gente se comunicando aos gritos, pelo celular, em locais públicos.
Realmente, temos muito a aprender com esta sociedade…
Algumas fotos do Palácio e do Jardim:
