– Oi, gente! E aí, abraçaram bastante a mãe de vocês, pelo dia das mães?
– Siiiiiiiiiiiiiiiiim!
– Eu também abracei bastante a minha mãe!
Um minuto de espanto, e uma aluna levantou o braço:
– Professora, a senhora tem mãe?
– Claro, eu sou uma pessoa como tu, meu anjo!
(Eu era uma menina de cinco anos, que estava na primeira série, e acreditava que minha professora não tinha mãe porque era um ser divino que caiu do céu em frente ao quadro.)
***
– Augusto, vai guardar as tuas roupas. Assim é que se dobra uma calça, ó:
(eu com a calça dele na mão)
Primeiro dobra assim.
Depois assim.
Depois assim e pronto! Agora é tua vez…
– Obrigado, mãe!
E ele pega a calça dobrada da minha mão e sai correndo.
(Eu, uma mãe de primeira viagem, tendo que aprender a lidar com a esperteza do menino.)
***
Cheguei em casa, beijei o filho mais velho, peguei o Artur no colo e fiquei repetindo:
ma ma ma ma ma ma ma ma ma
– Pra que isso, mãe?
– Porque a primeira palavra do Artur tem que ser ma-ma-mãe.
(Eu, uma mãe de segunda viagem, e um desejo egoísta: que meu nome seja a primeira pronúncia do bebê.)
Mãe é nome que se adquire também no nascimento: não no próprio, mas no nascimento do outro. E porque é escolha, feita de dor, suor e de um sentimento avassalador, é o mais bonito dos nomes.
A despeito de todos os clichês de que são feitos a maternidade, ser mãe é um privilégio. Mesmo com todas as dificuldades diárias do padecer no paraíso.
As mães coincidem nos gestos e, principalmente, no amor.
Um feliz dia a todas!