Como o Seguinte: antecipou nesta segunda, Miki Breier (PSB) não recebeu a comitiva de deputados federais e estaduais que bateram à sua porta cedo desta manhã para forçar uma mediação entre o governo e grevistas.
José Stédile (PSB), ex-prefeito de Cachoeirinha e deputado federal, também não esteve presente.
LEIA TAMBÉM
Miki abrirá a porta aos deputados logo mais?
A entrada dos parlamentares na maior greve da história do funcionalismo, que chegou hoje a 57 dias, foi o encaminhamento tirado de audiência pública realizada na quarta passada na Câmara Federal, em Brasília, também sem a participação do prefeito.
LEIA TAMBÉM
Miki fez bem em não ir à audiência da greve em Brasília
O secretário de Governo Juliano Paz recebeu Henrique Fontana (PT), Maria do Rosário (PT), Stela Farias (PT) e Pedro Ruas (PSOL), além do presidente do sindicato dos municipários Guilherme Runge, e o diálogo foi, mais uma vez, um monólogo de parte da parte.
Os deputados, todos de oposição, defenderam a proposta dos grevistas, de que o ‘pacotaço’ seja revogado e os cortes em vantagens do funcionalismo sejam rediscutidos.
A posição do governo também segue a mesma: quando, e se, a crise passar e a cidade crescer, os benefícios podem ser rediscutidos, desde que atrelados ao desempenho dos servidores em suas funções e aos limites financeiros impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Mas, neste momento, a economia de R$ 10 milhões anuais é urgente e irrevogável para a Prefeitura, mal e mal, fechar as contas e não atrasar salários.
– Tínhamos avisado quinta passada que o prefeito tinha agenda com o governo estadual. Não ajuda em nada fazer de uma greve que penaliza a tantos um palanque político – argumentou Juliano ao Seguinte:, após a reunião.
– Nos preocupa que, após duas semanas da decisão pela manutenção da greve, o governo não tenha buscado resolver a crise – contrapôs Fontana, referindo-se à assembléia onde a categoria rejeitou a proposta da Prefeitura de uma trégua de 60 dias e o pagamento parcelado de 25% dos dias parados.
O número 1 do governo Miki contesta.
– O diálogo não parou e continua nesta tarde. A falta de acordo entre o governo e os servidores não acontece por falta de deputado. Ainda mais quando deputados querem se instituir juízes e, ao mesmo tempo, advogados de uma das partes.
Às 15h30 governo e uma nova comissão criada pelos grevistas têm nova reunião. Na mesa, o contracheque que vai chegar zerado para servidores até o dia 5.
Não precisa ser CC, nem grevista, para perceber que, com os bolsos cada vez mais fundos, está ficando insustentável aos sindicalistas manter a proporção da greve.
Talvez daí a aparente letargia do governo das negociações.
LEIA TAMBÉM