O juiz federal Paulo Cézar Alves Sodré inocentou Edir Oliveira determinando o arquivamento, por falta de provas, do processo onde o ex-deputado federal era denunciado pelo Ministério Público federal por envolvimento com o que à época o Fantástico batizou de ‘máfia dos sanguessugas’.
– Deus existe e é generoso. A justiça tarda, mas não falha – desabafou há pouco ao Seguinte: o ex-prefeito de Gravataí entre 1992 e 96, após 11 anos de investigações.
Delação premiada
O caso era processado na justiça do Mato Grosso, sede da Planam dos irmãos Luiz e Darci Vedoin, que em 2006, na primeira delação premiada da história da política brasileira, incluíram Edir numa lista de 50 senadores e deputados suspeitos de negociar emendas parlamentares e a venda de ambulâncias pela Planam a municípios de todo Brasil.
– Incluíram meu nome nesse esquema nojento. Fui denunciado pelo MPF, apresentei defesa com a ajuda do primo advogado, Laerte Oliveira, e foi preciso uma década para limpar meu nome – lamenta Edir, que foi deputado de 1999 a 2002.
Irmãos condenados
Os Vedoin foram condenados a 13 anos de prisão em 2014 como capos da máfia dos sanguessugas pelos supostos acordos com congressistas que apresentavam emendas parlamentares a municípios e faziam intermediação para que a Planam vendesse, a preços superfaturados, ambulâncias e unidades móveis com gabinetes médicos e odontológicos.
Na delação, Luiz Vedoin denunciou ter feito acordo com Edir, onde o deputado apresentaria uma emenda de R$ 300 mil e, em troca, receberia R$ 30 mil.
– Fui incluído falsamente nessa lista. Provamos que não fiz acordo com os Vedoin, nunca apresentei a tal emenda citada e jamais recebi os R$ 30 mil.