Em tempos onde a notícia era demissão ou fechamento de jornais e mídias, o Seguinte: botou seus primeiros bytes redes afora em 8 de abril de 2016.
Hoje, 13 de março, chegamos aos mais de dois milhões de leituras. Precisamente, às 15h, tínhamos 2.340.583 cliques em reportagens, análises, opiniões e charges.
Pelos sete meses desse ‘estado de eleição’ vivido em Gravataí, apanhamos de todos os lados, tipo comentarista esportivo da imprensa ‘vermelha’ ou ‘azul’.
Fomos uma das, se não a, Geni da aldeia.
Mas aquilo que sempre perseguimos, que são os fatos ou as análises para além do achismo, parece ter-nos eleito, findado o ‘veraneio das urnas’, tão quente quanto a ‘eleição que não terminou’ em 2 de outubro.
Vamos a alguns exemplos, para não esquecer de lembrar.
1.
Alertamos sobre os riscos da candidatura de Daniel Bordignon (PDT) ser impugnada mais uma vez e termos nova eleição. Advertimos também sobre a possibilidade real do ex-prefeito, assumindo novamente a Prefeitura, ter suspensos os direitos políticos durante o mandato e entregar o cargo ao vice.
Por sete horas Bordignon foi prefeito, até o STJ decretar que ele não poderia assumir mandato, votar ou ser votado. Como não havia sido diplomado a previsão de que o vice assumiria não se concretizou. Mas Gravataí, desde janeiro comandada interinamente pelo eterno ‘camerlengo da Sé vacante’ Nadir Rocha, o que noticiamos em primeira mão como quase tudo nestes últimos 11 meses, foi arrastada para uma eleição suplementar.
Até a decisão do TSE, ouvimos de tudo, de Gravataí a Brasília, em xingamentos tanto de gente de verdade, como de fakes simpáticos a Bordignon.
Éramos vilões.
Ao fim, a verdade estava no meio nós.
2.
No ninguém é de ninguém do ‘segundo turno’, em uma reunião onde, reconhecemos, até de forma deselegante entramos porta adentro, detectamos o constrangimento de um Dr. Levi (PSD) recém indicado vice de Anabel Lorenzi (PSB)
Inclusive criamos a expressão ‘Cara de Levi’, para descrever aos leitores os políticos desconfortáveis com as decisões de seus partidos.
Insistimos que Levi não chegaria à campanha como vice de Anabel. Dez dias depois, o médico renunciou e, dois meses depois, como previmos, se aliou a Marco Alba (PMDB).
A cada notícia, desmentidos e ataques contra nós nas redes sociais.
Éramos mais uma vez os vilões, agora para os simpáticos a Anabel.
Ao fim, a verdade estava no meio de nós.
3.
Em janeiro, às vésperas da campanha, publicamos uma análise com 10 fatores que permitiam prever a reeleição de Marco Alba.
Pronto. Nos comentários das postagens, políticos, militantes e leitores descontentes com a gestão do ex-prefeito sentenciavam que estávamos ‘vendidos’ ao governo.
Vilões recorrentes, ao fim a verdade estava no meio de nós.
Abertas as urnas, Marco Alba foi confirmado prefeito, na cola de muitos dos fatores que tínhamos apontado.
4.
Na transição de Daniel Bordignon de candidato para cabo eleitoral, o Seguinte: já criou um apêndice ao nome e sobrenome do ex-prefeito e ex-deputado: o ‘Grande Eleitor’.
Simplesmente porque a fama de ‘eleger até poste’, como, na época de rádio Gaúcha, Lasier Martins o descreveu pela primeira vez, era confirmada pela trajetória política de Bordignon.
Em 2004, o ex-prefeito elegeu deputado estadual o aluno de Tuiuti Sérgio Stasinski, dois anos depois de bancá-lo vice-prefeito, quando era conhecido por ‘Sombra’, por estar sempre um pouquinho atrás de Bordignon nas fotos.
Em 2008, impugnado pela primeira vez, em menos de uma semana de campanha Bordignon fez de sua vice Rita Sanco (a quarta suplente na Câmara quatro anos antes) a prefeita eleita com 68 mil votos, a maior votação da história de Gravataí.
Mas a cada referência ao ‘Grande Eleitor’, recebíamos críticas ou deboches (“ele não pode votar, como pode ser grande eleitor?” de simpáticos a Marco Alba (PMDB).
Nós, os vilões.
Mas a verdade estava no meio de nós.
Apuração terminada, Rosane, esposa do ‘Grande Eleitor’, em 2016 eleita com 1.578 votos a 12ª colocada entre os 21 novos vereadores, perdeu a eleição para Marco Alba por apenas 4.016 votos.
‘O’ Bordignon fez 45.374 em 2 de outubro. ‘A’ Bordignon fez 44.195 em 12 de março.
5.
Chegada a semana da eleição, publicamos a primeira e a segunda pesquisas de intenção de voto coletadas pela Studio e registradas oficialmente pelo Tribunal Regional Eleitoral.
Em ambas, Marco Alba aparecia na frente. Na segunda, Rosane crescia, ultrapassava Anabel e ameaçava a reeleição.
Recebemos um bombardeio de críticas principalmente de apoiadores, que denunciavam números manipulados e apresentavam como contraponto outra pesquisa, de um instituto “que tem como clientes algumas das maiores empresas do país” e colocava Rosane na frente.
Já tínhamos pedido música no Fantástico como vilões.
Mas a verdade seguia no meio de nós.
Às 19h15 deste domingo, confirmado o resultado da eleição, Marco Alba foi reeleito prefeito, por pequena margem sobre Rosane.
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Leitores, ou mesmo jornalistas, todos temos algum tipo de crítica à imprensa e a determinadas coberturas. Muitos já foram pegos no ‘Fora Globo’, ‘RBS mente’, ou simplesmente discordando de uma análise ou opinião publicada ou dita aos microfones. Mas empresas de comunicação, muito mais do que verbas publicitárias (públicas ou privadas) vivem de credibilidade.
Esse é o dinheiro que fala mais alto para os que sobrevivem da notícia e não são aventuras fugazes em tempos onde, entre opiniões, sentenças e convenientes certezas, cada um posta no facebook que está certo e todos os outros estão errados.
Para não parecer mimimi, já que está virando ‘textão’: não escorre das teclas onde digito nenhum rancor. E, de forma alguma, é minha intenção tocar flauta em quem quer que seja. Quando governo e oposição criticam um meio de comunicação, é porque o trabalho está sendo bem feito.
Nem falo do soberano leitor, que tem todo direito de comentar o que quiser. Torcemos para que o faça diariamente. Inclusive temos como política do Seguinte: não retrucar e nem apagar nenhum comentário, como quem nos segue já deve ter percebido.
Simplesmente trago a essa opinião fatos – não versões – da campanha para comprovar que nos esforçamos para prestar nosso serviço com profissionalismo, sem nenhuma bandeira empurrada pelo vento da hora por sobre nossos rostos.
Para nós, a segunda-feira seguinte à eleição é mais uma segunda-feira.
Ou melhor: para nós, todos os dias são segundas-feiras.
Hoje postamos pouco, porque dedicamos o dia à coleta de dados e a análises em equipe dos resultados das urnas. Nos próximos dias postaremos informações e curiosidades da eleição, continuaremos revelando os bastidores da política e, encerrada a correria desses sete meses de campanha, dedicaremos mais tempo para cobrir as coisas da cidade e fazer mais transmissões experimentais em vídeo, inclusive trazendo diferentes personalidades para debater ao vivo.
Obrigado por nos seguir.
Seguiremos sempre abertos a todas as opiniões.
Com sorriso de Monalisa.