da senzala à...

Uma nova história de vida para um lugar de tristeza e sofrimento

Na porta pequena da Morada do Sobrado, ficavam os escravos. Foto | Carlos Isidoro

Estima-se que foram quase quatro milhões de negros trazidos ao Brasil como escravos durante os mais de 300 anos que durou a escravidão, no país.

Tempos difíceis de recordar. Mas esta mesma crueldade também já existiu aqui em Gravataí.

Na casa conhecida como Morada do Sobrado, no bairro de mesmo nome, uma porta pequena e quase sempre fechada era a entrada da senzala da residência, anteriormente habitada pelos senhorios.

Naqueles tempos, e por muitos outros anos, esta casa teve diferentes usos. Mas de 1996 até 2016 foi sede da Fundação Municipal de Meio Ambiente (FMMA).

Um ambiente já castigado pelo tempo e pelas dificuldades de manutenção.

— É bem mais trabalhoso reformar um local antigo, histórico e ainda utilizado pelas pessoas —  afirma o atual presidente da Fundação, Rafael Evaldt.

 

: Quase 1500 processos são avaliados por ano pela Fundação

Mas desde abril de 2016 a realidade de trabalho da FMMA acontece diariamente num prédio inteiramente branco, novo, com mais de 515 metros quadrados, em dois andares, com todos os setores interligados, rampas de acessibilidade e espaço para captação de água da chuva.

Pois foi neste local que o prefeito interino Nadir Rocha se reuniu com a equipe da Fundação para conhecer mais sobre o trabalho em prol do meio ambiente que ali é realizado.

— A administração anterior a esta, por exemplo, não respondeu a nenhum processo ambiental.

Foi com esta afirmação que o diretor técnico, Jackson Müller, iniciou sua apresentação, de certa forma surpreendendo a todos, já que este tipo de cobrança é uma constante na área pública.

O reconhecimento de todo o trabalho e as melhorias realizadas pelo último governo em relação ao meio ambiente da cidade é reconhecido por Müller, que garante:

— Grande parte dos serviços e das solicitações, desde a mudança, podem ser feitas à fundação pela internet. Uma facilidade que agilizou enormemente os resultados para todos. Além disso, temos agora viaturas e equipes identificadas, procedimentos operacionais padronizados e executados por todos de forma clara e transparente.

Situação esta facilmente comprovada em pesquisa rápida na internet, onde todos os ofícios, licenças e documentações podem ser consultadas pelos interessados.

O que antes demorava até dois anos, agora são apenas dois meses, no máximo, de espera pela decisão em relação a processos ambientais em Gravataí, analisados por uma equipe de 43 funcionários.

Mesmo que sejam mais de 1.400 processos por ano avaliados pela fundação, em média, considerada por Jackson como órgão estratégico à administração pública pelos estudos e licenças obtidas.

— Antes, chovia e inúmeras ruas de nossa cidade alagavam. Hoje é uma minoria, também pelo trabalho que executamos nos processos e melhorias ambientais que definimos, tanto para a Prefeitura quanto para a iniciativa privada — afirma Jackson.

 

Quando a luta ambiental é de todos

 

Duas histórias são lembradas na conversa de Nadir com o pessoal da fundação. A FMMA também é responsável pelo canil municipal, que atualmente abriga mais de 400 cães e cavalos da cidade.

Em 2015, num assalto ao canil, quase todos os cães lá abrigados foram soltos nas ruas, mas recuperados em pouco tempo pela ajuda dos moradores – que também identificaram e auxiliaram na prisão dos invasores.

Outra lembrança: durante a drenagem do Arroio Demétrio, no final de 2016, algumas peças das máquinas que faziam o serviço foram roubadas. E a drenagem, como ficou?

— Pois a comunidade que estava sendo beneficiada 'obrigou' os ladrões a devolverem o que tinham levado. No outro dia estávamos trabalhando de novo — lembra, entre sorrisos, o diretor Jackson Müller.

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