A estilista Mara*, 31 anos, caminhava por uma casa frágil, de paredes muito finas. Havia uma porta com uma abertura para cães, por onde entrou uma cobra. Primeiro o rabo, depois a cabeça. Era grande e amarela. A cobra olhou para Mara e falou:
“Estou te vigiando. Eu vou te pegar.”
E deslizou pelos cantos escuros da casa, fugindo da luz do sol. Vigiando e se escondendo, voltou à abertura para cães e desapareceu.
Mara colocou proteções nas janelas e foi abraçar seus dois filhos em um canto da casa.
“Eu voltei, vou te pegar”, disse a cobra, saindo das sombras.
Naquela manhã de 4 de setembro de 2016, Mara acordou se sentindo mal. Levantou-se da cama e foi até o banheiro. Vomitou. O sonho era um aviso, ela sabia. Frequentadora habitual de protestos desde 2013, decidiu que naquele dia ficaria em casa. Às 6h, mandou um recado num grupo de WhatsApp, contando o sonho e dizendo que não iria à manifestação convocada pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular para naquele domingo gritar “Fora Temer” na avenida Paulista, em São Paulo. Tinha algo de errado rondando a manifestação, alguma coisa sinuosa e afeita ao escuro, a ocultar segredos.
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