3° Neurônio | cinema

Luto por Mary Tyler Moore, um ícone feminista | Diego Nunes

Mary Tyler Moore morreu nesta quarta-feira aos 80 anos

Morreu nesta quarta-feira, dia 25 de janeiro, a atriz Mary Tyler Moore, mais conhecida pelo seriado The Mary Tyler Moore Show (1970-1977). A atriz tinha 80 anos, e estava internada há uma semana devido a complicações da diabetes, doença que lutava contra desde os 33 anos.

Com mais de 60 anos de carreira, ela estreou na série de TV The Adventures of Ozzie & Harriet em 1952, Mary Tyler Moore se tornou o ícone da mulher moderna na televisão. Nascida em 1936, a atriz começou a carreira como modelo e dançarina, antes de ingressar na televisão. Mas foi somente com quase dez anos de carreira que ela chamou a atenção ao interpretar a roteirista Laura Petrie na série de TV The Dick Van Dyke Show (1961-1966).

A repercussão na série lhe valeu alguns papéis no cinema, em filmes como Positivamente Millie (Thoroughly Modern, 1967), Por Um Corpo de Mulher (Don't Just Stand There , 1968) e Ele e as Três Noviças (Change of Habit, 1969), este último com Elvis Presley.

 

: Mary com Elvis em Ele e as Três Noviças

 

Sem muitos trabalhos, retornou a contragosto à televisão. Na época, um ator de cinema voltar a fazer tv era considerado um fracasso, um retrocesso na carreira, protagonizando a série The Mary Tyler Show, onde interpretava a jornalista Mary Richards, que viraria um símbolo do feminismo da época.

A série abordava temas até então nunca discutidos pela sociedade, como divórcio, aborto, métodos contraceptivos e até mesmo equiparação salarial entre homens e mulheres. Além de ser pioneira, a série foi campeã de audiência e anunciantes, dando muito lucro para a rede CBS. A atriz ganhou quatro prêmios Emmys pela sua atuação, mas ficou marcada demais a série que tinha seu nome. Em 1979 ela estrelaria outra série, The Mary Tyler Moore Hour, que não repetiu o mesmo sucesso (ela durou apenas uma temporada).

Em 1980 o ator e diretor Robert Redford convidou-a para estrelar o filme Gente Como a Gente (Ordinary People, 1980). Conhecida como comediante, a atriz surpreendeu o público em um papel dramático, ao interpretar uma mãe amargurada que teve o filho assassinado. A atuação lhe valeu sua única indicação ao Oscar, e o filme foi eleito o melhor filme daquele ano. Curiosamente, neste mesmo ano, seu único filho morreu vítima de um tiro acidental, que alguns acreditam ter sido na verdade um suicídio.

 

: Mary com o ator Timothy Bottoms em Gente como a Gente

 

Nas décadas de 80 e 90 continuou atuando, sem grande repercussão, dedicando a maior parte de seu tempo e esforços para ajudar a Fundação de Pesquisas da Diabetes Juvenil. Em 2011 foi diagnosticada com um tumor no cérebro, que retirou no mesmo ano.  Sua última atuação foi na série No Calor de Cleveland (Hot in Cleveland, 2011-2013).

 

Link abertura do Mary Tyler Moore Show

 

Diego Nunes, formado em Rádio e TV pela Universidade Metodista de São Paulo, é pesquisador da memória cultural e artística, e sua paixão é o cinema. Além disso, atua como diretor cultural da Pró-TV, Museu da TV Brasileira, e no departamento de arquivo da Rede Record de Televisão.

Acompanhe-o pelo Memória Cinematográfica.

 

 

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Receba nossa News

Publicidade