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A resistência feminina, o cabelo de Princesa Leia e as guerrilheiras mexicanas | Diego Nunes

Carrie Fisher, como a princesa Leia de Guerra nas Estrelas

Em 1977 Carrie Fisher (falecida no final do ano passado) ficou mundialmente famosa com seu penteado inusitado no filme Guerra nas Estrelas (Star Wars, 1977).

A princesa Leia tornou-se imediatamente um ícone do cinema, e principalmente um símbolo de uma personagem feminina forte. Uma princesa sim, mas membro importante da resistência.

 

 

Logo surgiu a dúvida de onde George Lucas havia tirado a inspiração para o visual da princesa, e começaram as especulações. Lucas usou muitas referências de filmes e historias em quadrinhos para criar o universo Star Wars, e por muito tempo acreditou-se que o cabelo de Leia tivesse sido inspirado na Rainha Fria, vilã dos gibis de Falsh Gordon, afinal o diretor bebeu muito nas fontes dos quadrinhos criados por Alex Raymond  e os créditos de abertura de sua saga são inspirados nitidamente nos créditos iniciais do seriado Flash Gordon (1936), com Larry Buster Crabbe.

 

 

Porém, em 2002, em uma entrevista para a revista norte-americana Time o cineasta enfim resolveu o mistério, e revelou que o penteado da princesa foi inspirado nas “Adelitas”, as mulheres revolucionárias mexicanas que lutaram ao lado de Pancho Villa durante a Revolução Mexicana. Lucas declarou: “No filme de 1977, eu estava trabalhando duro para criar algo diferente que não era fashion, então eu escolhi um visual de uma espécie de ‘Pancho Villa’ feminina, uma mulher com um aspecto revolucionário. Os ‘montes’ de cabelo dos dois lados da cabeça são característicos da virado do século XX, no México.

 

Veja a entrevista original clicando aqui.

 

: Natalie Portman como Padmé Amídala em Star Wars: A Ameaça Fantasma (Star Wars: The Phanton Menace, 1999) e uma guerrilheira mexicana.

 

O penteado era popular entre as mulheres mexicanas da época, que trançavam o cabelo e enrolavam, evitando assim que ele fosse puxado durante as batalhas.

 

: Cartaz na marcha das mulheres em 21 de janeiro de 2017 em Washington (foto de Jesse Crandall)

 

Corrido, gênero de música folclorica feita na época da revolução, em homenagem as adelitas, de autor desconhecido

 

Diego Nunes, formado em Rádio e TV pela Universidade Metodista de São Paulo, é pesquisador da memória cultural e artística, e sua paixão é o cinema. Além disso, atua como diretor cultural da Pró-TV, Museu da TV Brasileira, e no departamento de arquivo da Rede Record de Televisão.

Acompanhe-o pelo Memória Cinematográfica.

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