La la land
La la land de Damien Chazelle (2016). Como é possível que um Diretor/Roteirista consiga realizar um filme ainda mais primoroso que o anterior Whiplash? DamienChazelle é um gênio. La la land é daqueles filmes que ficam para sempre no coração. Ele é mágico, romântico, lúdico, encantador, nostálgico e emocionante.
A gente de verdade torce pelos personagens, pelo amor deles, pelo sucesso deles. Para quem odeia musical, não assista. Ele é uma homenagem aos filmes dos anos 40, onde as pessoas do nada começavam a cantar, dançar e depois voltavam ao normal. Sempre amei esse caráter surrealista dos musicais.
Aqui a homenagem é total aos filmes de Stanley Donen, e porquê não, Jacques Demy e "os guarda-chuvas do amor" , com todo o seu colorido que parece até um conto de fadas. A direção de arte, a maquiagem, figurino, tudo exageradamente colorido, inclusive os espetaculares pôres do sol de Los Angeles, só comparável à Luz elaborada por Vitorio Storaro na fantasia musical de Coppola, "Do fundo do coração".
O filme é de Ryan Gosling e Emma Stone, absolutamente entregues à técnica do Musical: cantam e dançam divinamente, e com muita graciosidade. Impossível não se apaixonar pelos dois. O filme fala do lado cruel da indústria de cinema e da música: até onde devemos lutar por um lugar ao sol? As dificuldades da profissão são tão grandes, que acaba fazendo as pessoas duvidarem de seu talento.
Sebastian ( Ryan Gosling) e Mia ( Emma Stone) se conhecem por um acaso. Ele tem o sonho de abrir uma casa noturna especializada em jazz de raiz. Ela, uma aspirante à atriz. Porém, eles só dão com a cara na porta. Que outro lugar que não Hollywood para ir em busca de um sonho? O filme tem uma estrutura dividida em capítulos, designadas através das mudanças das estações do ano.
O filme tem tantas cenas memoráveis e brilhantes, e a trilha sonora é tão linda ( a música tema, 'City of stars", é de arrepiar), que destaco uma cena que não me saiu mais da cabeça: quando eles se reencontram ao som de "Takeon me", do A-ha. Ali, definitivamente, eu chorei. Outro momento de cortar os pulsos é o desfecho, que aula de cinema!!! Para se assistir muitas e muitas vezes, em tela grande, som alto e estéreo!!!! Ah, e nossa, como se vende bem a cidade de Los Angeles com esse filme! Só locações fodas!!!!!
Prepare-se para se encantar com o trailer legendado de La La Land:
Moana
Moana, de Ron Clements e John Musker (2016).Baseado em uma mitologia neo-zelandesa, Moana narra a história de uma princesa de uma Ilha da Polinésia que precisa salvar o seu povo de um desastre ambiental, já que a ilha onde moram está sem dar frutos e peixes.
Seu pai a proíbe de navegar pelos mares, e logo Moana descobre porquê. A tribo era de uma linhagem de exploradores do mar, mas o pai de Moana, quando jovem, explorou o mar e acabou causando a morte de um amigo. Ele diz que o mar é traiçoeiro, e existe uma razão para isso.
Acredita-se que um Semi-deus, Maui ( na voz de Dwayne Johnson), roubou o coração da Deusa Re Fit, para ter Poder, e isso provocou a ira de um Deus do mal, que acabou fazendo com que Maui focasse amaldiçoado. Para salvar seu povo, Moana foge de canoa para encontrar Maui, recuperar o coração de Te Fit e levar seu povo para uma Ilha que proveja sustento para sua tribo.
Moana é repleto de músicas, bem ao gosto de Ron Clements e John Musker, que dirigiram "Alladim", "A pequena sereia" e "A princesa e o sapo". Como em todas as últimas animações, a protagonista é uma mulher, cheia de vontades e de confiança em seu trabalho.
A animação é bastante colorida, os efeitos muito bons, sem dúvida alguma, e nos créditos existem 4 brasileiros. Achei apenas o filme longo, 1:47h, se tivesse uns 15 minutos a menos seria muito mais dinâmico e divertido. O filme é corajoso, pois apresenta a morte de uma personagem.
Ele também é menos engraçado que outros filmes dos diretores. O humor fica mais no personagem da galinha Heihei, uma ave muito doida, que parece estar drogada. Moana é uma ótima personagem e deve fazer bastante sucesso com as crianças. Só não achei o Maui assim tão carismático, o seu mau humor não me conquistou.
Para se divertir desde já, confira o trailer legendado de Moana:
HsuChien é cineasta, vive no Rio. Mantém o blog Diário de um Cinéfilo. Para conhecer o trabalho de HsuChien no cinema e na TV, acesse seu perfil no IMDb.
A caricatura do HsuChien na capa do site é do Cado, caricaturista gaúcho