infraestrutura

Porque a usina de asfalto voltou a funcionar

Usina de asfalto ocupa área de 800 metros quadrados na Costa do Ipiranga

Depois de um longo período sem poder ser utilizada em benefício da comunidade por estar penhorada em razão de ações trabalhistas, a usina de asfalto de Gravataí finalmente está funcionando a todo vapor. Quer dizer, quase a todo vapor!

A inatividade do complexo se devia à extinção da Companhia de Desenvolvimento de Gravataí (CDG), na metade do ano de 2012. Tratava-se de uma empresa de economia mista mantida, porém, (e controlada, 99%) com recursos do município.

Os funcionários celetistas da dita companhia acabaram demitidos por conta da extinção, gerando reclamatórias trabalhistas. Como a CDG não dispunha de caixa para as indenizações, nem a Prefeitura, a usina de asfalto é que foi pro pau.

Desde o final de 2012 os tanques e demais equipamentos estavam penhorados, situação que só se resolveu no começo do segundo semestre de 2016 quando a Prefeitura quitou o passivo trabalhista, tirando a usina do prego.

 

: Secretário Paulo Martins, o Paulão, está há cinco anos no comando da pasta de Obras Públicas

 

Palma da mão

 

Adquirida no ano de 1994, no governo de Edir Oliveira (PTB) como prefeito, a usina de asfalto ocupa uma área de 800 metros quadrados na Costa do Ipiranga, quase às margens da RS-118.

Além de uma pá-carregadeira para abastecer a usina, tem os silos e o misturador. O encarregado é Adilson Silva, 32 anos – que conhece a usina como a palma da mão! – e trabalham no local mais quatro funcionários.

Depois desses, são mais 12 os funcionários da equipe da SMOP que fazem a colocação do asfalto na ruas, operando um rolo de compactação e uma vibroacabadora, que espalha o asfalto quente na via.

De acordo com o titular da Secretaria Municipal de Obras Públicas (SMOP), Paulo Martins, o Paulão, no cargo há cinco anos, além de pedras e britas de várias bitolas, é utilizado o Cimento Asfáltico de Petróleo, o CAP, que dá “liga” ao asfalto.

A capacidade de produção do equipamento, novo, é superior a 600 toneladas por dia. Atualmente, entretanto, não produz mais do que 300 a 400 toneladas diariamente devido ao desgaste decorrente da falta de uso e a ação do tempo.

— Ela esteve muito tempo parada, só recebendo uma manutenção preventiva. Isso desgasta o equipamento e limita a produção, sem contar que ela foi praticamente toda depredada por vândalos que destruíram, principalmente, a parte elétrica — explica o secretário Paulão.

 

Vantagens

 

Mesmo recolocada em atividade em agosto – começou a produzir asfalto em setembro passado – e já servindo ao recapeamento de várias ruas, a produção da usina de asfalto está longe de atender às necessidades de Gravataí.

O secretário de Obras Públicas do município destaca que a Prefeitura ter uma usina própria representa algumas vantagens como, por exemplo, o asfalto chegar ao local em que vai ser empregado ainda na temperatura ideal.

— O asfalto sai da usina numa temperatura elevada. É levado em um caminhão e colocado na vibroacabadora que vai espalhar na rua e fazer a primeira compactação. Depois é que vem o rolo.

Isso – chegar na rua com a temperatura ideal – só é possível porque a área de abrangência, ou o trecho a ser percorrido no transporte, é curto. Seria impossível, por exemplo, trazer asfalto de Guaíba, ou de outra cidade mais distante.

Já chegaria a Gravataí frio e, mesmo sendo colocado numa via, serviria aos interesses dos munícipes. Mas por pouco tempo. Logo em seguida estaria se desmanchando, “esfarinhando”, porque não teve a aderência ideal.

Ah! Outras vantagens são o custo menor para o município e a possibilidade de trabalhar até mais tarde, inclusive à noite e finais de semana, prática impossibilitada na contratação de uma terceirizada pelo gasto extra que isso implica.

 

: Asfalto sai da usina em uma temperatura elevada, de 120 a 180 graus, direto para a rua

 

Mas quanto custa?

 

— Quando o asfalto é colocado por uma equipe nossa temos uma redução de 40% no valor da tonelada de asfalto produzido. Quando o asfalto é colocado por uma empresa particular, que cobra, obviamente, pelo serviço, o fato de ter a usina de asfalto nos dá uma economia de uns 25% — revela.

Uma tonelada de asfalto empregado por uma terceirizada, por exemplo, numa operação tapa-buracos, que tem um custo maior, representa para os cofres da Prefeitura algo em torno de R$ 700,00.

E se a colocação do asfalto for executada pelos funcionários da SMOP, num recapeamento, o custo para a Prefeitura fica em torno de R$ 400,00, por tonelada, de acordo com o secretário.

 

Deteriorando…

 

São dois os tipos de asfalto que normalmente são empregados na pavimentação de vias. O de massa grossa e o de massa fina. O primeiro se aplica mais ao asfaltamento de estradas, com camadas com maior espessura.

— O de massa fina é mais usado quando vai se fazer um “recape”, onde já existe uma camada asfáltica, ou fazer um asfaltamento sobre paralelepípedos — explica o secretário Paulo Martins.

E por que o asfalto se deteriora, algumas vezes, em tão pouco tempo?

— Por dois motivos, principalmente. Ou o solo não foi bem preparado, não foram observadas as normas técnicas que orientam como deve ser a preparação do solo, ou o asfalto não foi bem colocado e permite a ação de químicos – como óleo dieses – e até da água, através das suas fissuras.

 

22 ruas

 

Até o meio da semana passada a Secretaria Municipal de Obras Pública já tinha aplicado o asfalto da usina da Costa do Ipiranga em pelo menos 22 ruas de acordo com Paulão.

As prioridades são estabelecidas dentro da própria secretaria levamdo em consideração as condições da rua.

— Estamos trabalhando prioritariamente aquelas ruas que servem ás linhas de ônibus e que são o acesso principal para o bairro.

E a capacidade de produção da atual usina, que não chega a ser obsoleta mas já é uma “idosa senhora”, não permite cobrir Gravataí de asfalto. A necessidade não se esgota, segundo o secretário.

— Só as demandas pendentes do Orçamento Participativo são mais de 490 ruas. Não é um compromisso nosso, mas são ruas que terão que ser asfaltada, o município vai ter que investir independente de ser hoje ou amanhã.

De acordo com o secretário Paulo Martins, somente a demanda do OP enseja a aquisição de uma nova usina de asfalto para a cidade ou a ampliação da capacidade de produção da atual.

Ele destaca que mais cedo ou mais tarde a Prefeitura vai ter que investir na aquisição de um novo complexo de produção que é para atender a contento as necessidades da comunidade.

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